Mais uma controvérsia na Turquia gerou questões sobre a liberdade de imprensa no país. O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, que já brigou com o magnata de mídia Aydin Dogan por conta da cobertura de acusações de corrupção governamental, pediu a membros do AK, partido da situação, que não comprem jornais que publicam ‘notícias falsas’. A polêmica atrapalha o processo de entrada do país na União Européia. O governo já implementou reforços liberais em diversas áreas, mais ainda enfrenta pressão do bloco, que avalia atentamente temas como direitos humanos e liberdade de imprensa.
Para jornalistas e empresários de mídia da Turquia, o pedido de Erdogan para boicotar a mídia crítica ao governo é um resquício da censura do regime militar e pode acabar dividindo a sociedade turca. ‘É impossível conciliar o pedido do primeiro-ministro com lei e democracia’, declarou a Sociedade dos Jornalistas Turcos.
Irritação
O problema do premiê com a mídia começou quando o grupo Dogan Yayin Holding, que controla quase metade da mídia turca, cobriu um julgamento na Alemanha envolvendo uma instituição de caridade islâmica acusada de embolsar doações e enviar parte dos recursos para uma empresa de mídia pró-governo na Turquia. As matérias irritaram o governo, e o partido AK chegou a acusar Dogan de ‘terrorismo midiático’.
Na semana passada, três membros da diretoria da instituição de caridade foram considerados culpados e condenados à prisão. Autoridades turcas abriram investigação sobre as ligações da organização com a Turquia. Informações de Thomas Grove [Reuters, 21/9/08].