Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Procurador critica SBT por uso de imagem de Maisa

Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 21 de maio de 2009


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


SBT ‘explora’ Maisa ‘aflita’, diz procurador


‘Nomeado anteontem para investigar o tratamento que o SBT vem dando a Maisa Silva, 6, o procurador da República Pedro Antonio de Oliveira Machado acredita que não é o caso de tirar a menina do ar, mas de punir a emissora para coibir abusos contra crianças. Ele vê ‘exploração indevida’ da imagem da apresentadora-mirim, exposta a ‘situações aflitivas’ pelo ‘Programa Silvio Santos’.


No último domingo, Maisa ficou ficou nervosa ao ser interrogada por Silvio Santos e bateu a cabeça em uma câmera, chorando. Antes, fora trancada em uma mala e se assustara com um garoto mascarado.


‘O que [o SBT] passa para o telespectador é que houve uma situação aflitiva vivida pela criança. A emissora pode até dizer que estava tudo combinado, mas, ainda assim, a exploração indevida da imagem da criança ocorreu’, afirma Machado.


A atuação do Ministério Público Federal se limitará ao ‘uso de uma concessão pública para a exploração indevida da imagem de uma criança’. Isso não impede, segundo ele, que o Ministério Público Estadual atue no campo penal e investigue também os pais de Maisa.


Machado deve propor uma ação civil pública com pedido de indenização. Para ele, tirar Maisa do ar seria uma ‘medida radical’, que poderia afrontar a liberdade de expressão.


O SBT não comentou o assunto. Os pais de Maisa não dão entrevistas.


JOGO DURO 1


A Globo está produzindo um novo reality show, ‘Jogo Duro’, com estreia prevista para o próximo dia 7, após o ‘Fantástico’. Será uma competição entre oito pessoas que acaba no mesmo dia.


JOGO DURO 2


A princípio, estão previstos oito episódios. Apresentador ainda não foi escolhido. ‘Pode ser que não fique bom e a gente não coloque no ar’, diz o diretor J.B. de Oliveira, que no segundo semestre dirigirá uma nova edição de ‘No Limite’.


INFERNO GAY


O Universal Channel agendou para julho a estreia da segunda temporada de ‘Reaper: Um Trabalho Infernal’, série prestigiada por associação gay americana por ter um casal de demônios homossexuais.


HYPE


Luciano Huck é hoje um dos maiores sucessos comerciais da Globo. Seu ‘Caldeirão do Huck’ já está lotado de merchandisings até outubro.


DESESPERO


Em esforço para voltar ao quadro ‘Dança dos Famosos’, Helô Pinheiro contratou até uma assessoria de imprensa, que ontem divulgou que a ‘garota de Ipanema’ está pedindo ‘a Deus para ser ‘pescada’ e voltar para esse oceano de alegria que é a ‘Dança dos Famosos’. No próximo ‘Domingão’, Helô disputa uma repescagem.


CURVA


O ‘Jornal da Record’ já não é mais o mesmo. Anteontem, deu 8,8 pontos, menos do que o ‘SP Record’, exibido antes. Empatou com o ‘Esquadrão da Moda’, do SBT.’


 


 


Folha de S. Paulo


Jon Spencer leva nova banda à MTV


‘Jon Spencer abriu caminho para muita gente (White Stripes, Black Keys) ao difundir nos anos 90 a mistura entre punk e blues. Com a banda Blues Explosion, o americano fez um potente show no Brasil em 2001. Ele voltou neste ano com outro grupo, o Heavy Trash, em que aposta em novo formato -não menos enérgico.


A MTV exibe hoje, às 0h30, um minishow do Heavy Trash, quinteto ao qual Spencer adiciona elementos de rockabilly -incluindo um portentoso contrabaixo. Na nova empreitada, ele é acompanhado, entre outros, por Matt Verta-Ray, ex-integrante do Madder Rose. No palco, Spencer e Verta-Ray demonstram coesão e bom humor. Em certo momento, o segundo diz, sobre as influências da banda: ‘Minha mãe tinha discos de Johnny Cash, de country, de blues. Quando comprei uma guitarra, era o que eu queria imitar’.


Pouco depois, Spencer afirma que, antes de vir ao Brasil, contou a seu empresário que gostaria de conhecer Coffin Joe -ou Zé do Caixão. ‘Então sugeri ao empresário dele: vamos fazer um show na MTV. Por que Coffin Joe não vai lá e faz uma música com a gente?’ Zé do Caixão foi -não para tocar ou cantar alguma coisa, mas para expelir uma declamação assustadora no meio de uma canção. Imperdível.


SHOW MTV


Quando: hoje, às 0h30; reprise no domingo, à 1h15


Onde: MTV


Classificação: livre’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Já está lá


‘Na manchete da Folha Online no início da noite e na escalada do ‘Jornal Nacional’, ‘Governo reduz para 1% o crescimento em 2009’.


Por outro lado, também início da noite, em primeiro lugar nas buscas de Brasil por Yahoo News e Google News, com Bloomberg, ‘Economia se recupera e pode crescer 4%, diz Setubal’, sobre o segundo semestre. Na opinião do presidente do ‘maior grupo financeiro da América Latina’, em Nova York, ‘Nossa economia está mostrando sinais muito fortes de recuperação, o ritmo de crescimento já está lá’.


COMPRE REAL


No destaque do UOL até o meio da tarde, maio viu a ‘maior entrada de dólares desde setembro’.


Já nas buscas de Brasil, à tarde, ‘o maior negociante de câmbio do mundo’, o banco ‘Deutsche fala: Compre o brasileiro real’. Em outro enunciado, logo abaixo, ‘Moeda brasileira avança para o valor mais alto em sete meses por sinais de recuperação’ da economia.


BRASIL, ÁFRICA E O PRÉ-SAL


No ‘Diário do Povo’, em meio ao noticiário da visita de Lula, o registro de que ‘China e Brasil vão oferecer dados de satélite à África’, mostrando ‘o apoio e a importância que vinculam aos países africanos’.


Na Reuters, o correspondente Raymond Colitt produziu o especial ‘Brasil quer aliados africanos na exploração de minério no fundo do mar’, ouvindo o ministro da Defesa. O país quer uma ‘aliança de africanos e sul-americanos para defender direitos sobre os recursos e as linhas de navegação estratégicas’. E já anda ‘preocupado com as nações desenvolvidas’ na região.


De Dow Jones à agência africana Pana, na segunda a Petrobras, que ‘já tem operações em Angola e na Nigéria, comprou um campo na Namíbia’.


EXXON-COSAN-SHELL


No portal Exame e agências, ‘Cosan vende negócio à Shell’, parte do que havia comprado da Exxon meses atrás. Visa a ‘aumentar liquidez’ e ‘focar os investimentos em seu modelo de negócios’, açúcar e etanol.


INFINITY BIO-ENERGY


No mesmo portal, ‘Mais uma companhia do setor de etanol se mostra em dificuldades financeiras’, a Infinity Bio-Energy, que pediu ‘recuperação judicial’ para preservar ativos enquanto negocia com os credores.


CIDADE AQUÁTICA


Alexei Barrionuevo, correspondente do ‘New York Times’, foi até o Maranhão e envia de lá a longa reportagem ‘Em meio às enchentes, cidade brasileira prossegue’.


Entrevista Genésio Alves de Souza, sentado no teto de sua casa, diante da rua alagada. E relata como ‘a enchente fez de Trizidela do Vale uma cidade aquática onde o transporte só é possível por barco ou nadando’. Nas fotos de Lalo de Almeida, ‘crianças brincam e pescam no rio que atravessa Trizidela do Vale’.


CIDADE FANTASMA


Na ‘Time’, o correspondente Andrew Downie destaca ‘No Brasil, acusações de massacre policial’.


Semana passada, ele já havia noticiado as denúncias no ‘Telegraph’. Trata-se de maio de 2006, quando o PCC matou ‘pelo menos 33 policiais e tornou São Paulo uma cidade fantasma’. Segundo relatório, ‘mais de 400 civis foram mortos nos dias seguintes’.


EX-FEBEM


Sem maior atenção dos programas policialescos do início da noite, mas submanchete da Folha Online, ‘Jovem morre após incêndio em unidade da Fundação Casa’. É o novo nome da Febem. ‘Informações preliminares da polícia apontavam briga entre internos’, mas não era nada disso. Foi um curto-circuito.


CONTÊINERES


Na manchete da Agência Brasil ontem e em cobertura há vários dias, continuam as notícias sobre a ‘internação’ de menores em ‘contêineres’ no Espírito Santo. O ministro dos Direitos Humanos avisou de ‘sanções internacionais’. O secretário capixaba diz que ‘mortes não são piores que em outros Estados’.


ESSA JUVENTUDE


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, estava ontem de volta ao ‘Jornal Nacional’, falando sobre padrão digital. Mas sua melhor frase, no congresso de radiodifusão, saiu de madrugada no site Teletime: ‘Essa juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem que assistir mais rádio e televisão’.’


 


 


BARBARA HELIODORA
Lucas Neves


Muito barulho por nada


‘Diretores e atores com egos arranhados serão tentados a fazer a associação infame ao saber que a crítica teatral Barbara Heliodora, 85, conhecida pela virulência de suas resenhas, mora no mesmo bairro carioca em que o Bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis (1839-1908), viveu. Mas pouco mais de uma hora de conversa indica que a austeridade fica na porta da casa antiga, com vista e cheiro de mata atlântica, cheia de bibelôs de porcelana, em que ela abre largos sorrisos para saudar o teatro de William Shakespeare, a cuja tradução se dedica há pelo menos 30 anos -o segundo volume das obras completas é lançado agora.


Expressões de contrariedade são poucas, como quando comenta a inclinação de certos nichos do teatro brasileiro atual à experimentação: ‘Compreendo que o teatro tenha de mudar, ser contemporâneo. Mas as pessoas precisavam ter mais base do que é que ele foi. Não se pode fazer a variação antes do tema. De repente, alguém diz: ‘Só vou fazer teatro experimental’. Se não sabe como era o teatro antes, como vai descobrir que experiência é aquela? A preocupação da releitura fica então em cima de uma base falsa.’


Dos tempos de professora de história de teatro na UniRio, ela guarda a queixa de uma aluna: ‘O erro da escola é não nos preparar para o teatro alternativo’. Ao que respondeu à época, e de novo agora: ‘Ora, uma escola de teatro tem de preparar atores! O importante é o treinamento básico. Ser ou não alternativo é uma questão de repertório, não de formação.’


Barbara, que não leciona mais, vê falhas graves no funcionamento dos cursos universitários de artes cênicas hoje. ‘Por um lado, falta exigência. Por outro, há o fato de os novos professores nunca terem pisado num palco. Não têm experiência artística a transmitir. Antes, havia atores e diretores dando aulas. Agora, cobram titulação. É um terror.’


Tradução em família


Numa sala de aula, anos atrás, ela sentiu falta de uma tradução de ‘Hamlet’ que valesse indicar à turma. Encomendou uma à mãe, a poeta Anna Amélia de Mendonça, que a presenteou também com uma versão de ‘Ricardo 3º’. A partir de ‘A Comédia dos Erros’, a terceira adaptação de Shakespeare, Barbara assumiu os trabalhos, já praticamente concluídos (leia mais ao lado).


Às traduções, somaram-se uma tese de doutorado sobre o dramaturgo, livros dedicados a ele e textos editados em revistas estrangeiras -produção que a credenciou como maior autoridade brasileira no tema. ‘Acho que o maior engano que se criou é o de que Shakespeare é inacessível, hermético.


Isso é de uma época em que os professores adoravam dizer aos estudantes: ‘Eu compreendi, mas está acima da capacidade de vocês’. Ele foi um autor verdadeiramente popular, era montado do teatro público à corte’, observa.


Shakespeare é simples


O texto shakespeariano, aponta ela, é ‘riquíssimo em imagens tiradas do cotidiano e elaboradas com linguagem relativamente simples -ainda que por vezes ele invente palavras’. Nesses casos, ‘a ação facilita a compreensão’, defende Barbara, ciosa da transposição das peças para a cena da forma como foram concebidas: predominantemente em verso.


Não foi o que fez a bem-sucedida montagem de ‘Hamlet’ com Wagner Moura no papel-título e Aderbal Freire-Filho na direção, atualmente em cartaz no Rio, depois de temporada paulistana. ‘Nessa peça, o verso é o pensamento harmônico e a prosa, a pretensa loucura. Se você põe tudo em prosa e o personagem está sempre louco, felicidades, mas não me diga que aquilo é ‘Hamlet’!’


Entra em cena a crítica implacável do jornal ‘O Globo’. ‘Elogiar o que está ruim prejudica quem faz. A pessoa não vai se corrigir. Não falo de pessoas, avalio trabalhos. Acho que o público precisa ser informado, não só para não ser apanhado de surpresa por coisas horríveis, como também para compreender melhor o teatro de forma geral. Essa é a minha forma de ajudar a formar uma plateia criteriosa, que peça bons repertórios.’


Para lembrar o nome de uma promessa da dramaturgia brasileira atual, Rodrigo Nogueira (de ‘Play’, em cartaz no Rio), ela busca o caderno largo, desses de rabiscos de aulas de artes plásticas, em que cola suas críticas. Sabe que fazer e pensar o teatro, como em toda arte, é esboçar sempre.


TEATRO COMPLETO VOLUMES 1 E 2


Autor: William Shakespeare


Tradução: Barbara Heliodora


Editora: Nova Aguilar


Quanto: R$ 339,90 (primeiro volume; 1.773 págs.) e R$ 350 (segundo volume; 1.591 págs.)’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 21 de maio de 2009


TWITTER
Silvia Amorim


Serra cita Beatles em microblog


‘O microblog pessoal do governador José Serra, lançado na segunda-feira, quase dobrou o número de seguidores em um só dia. Até ontem à noite eram 1.752 ante cerca de mil do dia anterior.


No diário virtual, no Twitter, a nova febre da internet, Serra escreve mensagens curtas sobre sua rotina. Notívago assumido, ontem ele falou da trilha sonora escolhida para sua madrugada. ‘Madrugada de trabalho ao som dos Beatles. Lembrei a boa versão de Across the Universe, de Rufus Wainwright. Ouvi na peça Liz, dos Satyros.’


Misto de blog e rede social, o Twitter convida o usuário a responder em 140 caracteres ‘o que você está fazendo?’. As postagens aparecem de imediato na tela de quem decidir seguir a pessoa.’


 


 


JUDICIÁRIO
Mariângela Gallucci


Sessão do STF continuará na TV


‘O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou ontem que não há nenhuma possibilidade de as sessões de julgamento da corte deixarem de ser transmitidas ao vivo pela TV Justiça, canal que veicula programas sobre o Judiciário, o Ministério Público, a Advocacia-Geral da União e a Defensoria Pública. ‘Não se cogita’, disse Mendes. ‘Nenhuma possibilidade.’


Reportagem publicada ontem pelo Estado informou que o ministro do STF Eros Grau defendeu o fim da transmissão das sessões em palestra no Rio. ‘Se dependesse de mim, seguramente não haveria transmissão televisiva, mas felizmente não depende, porque praticamos a democracia’, afirmou.


No mês passado, a TV Justiça transmitiu ao vivo o bate-boca entre Gilmar Mendes e o ministro Joaquim Barbosa durante um julgamento. Barbosa acusou o presidente do STF de destruir a Justiça brasileira. ‘Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste País e vem agora dar lição de moral em mim? Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua, faz o que eu faço’, afirmou. Em seguida, depois de Mendes dizer que estava na rua, Barbosa acrescentou: ‘Vossa Excelência não está na rua não. Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro.’


Ontem, Mendes reconheceu que, de tempos em tempos, surge a discussão sobre a vantagem ou não de as sessões serem transmitidas ao vivo. ‘É um debate recorrente.’ Mas ele garantiu que essa medida não está sendo cogitada.


As sessões de julgamento no plenário do STF são transmitidas ao vivo às quartas e quintas-feiras e reprisadas na íntegra algumas vezes durante a semana. A TV Justiça entrou no ar em agosto de 2002 e também transmite as votações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e programas como telejornais e aulas sobre temas jurídicos.


Conforme apurou o Estado, a maioria dos ministros que integram atualmente a corte é a favor da transmissão. Mas o ex-presidente do STF Carlos Velloso defendeu abertamente o fim das transmissões ao vivo das sessões. Para ele, isso pode banalizar os debates que ocorrem durante os julgamentos. Segundo Velloso, os julgamentos só deveriam ser transmitidos após edição.


Na mesma linha do ex-ministro, Eros Grau disse ser simpático à ideia de exibir versões editadas das sessões, mas negou que vá levar a proposta ao plenário da corte. ‘Acho que é um assunto a pensar’, disse na terça-feira.’


 


 


PREÇO DE BANANA
O Estado de S. Paulo


Erro faz site oferecer eletrônicos a R$ 9,90


‘Quem entrou no site da Fnac na madrugada de ontem encontrou uma série de produtos – que costumam ser bastante caros – sendo vendidos pela bagatela de R$ 9,90. Entre os anúncios, havia eletrônicos de todos os tipos, como TVs de plasma, notebooks, celulares e até mesmo PlayStation 3. Com o preço do frete para São Paulo, uma TV de LCD de 46 polegadas chegou a ser vendida por R$ 32.


A notícia se espalhou rapidamente pela internet através do Twitter. O site da Fnac logo saiu do ar. Quando voltou, apresentava o seguinte comunicado: ‘Na madrugada do dia 20 de maio de 2009, em virtude de erro no sistema da Fnac Brasil Ltda, houve a indevida divulgação de determinados produtos em nosso website por preços extremamente baixos, chegando em alguns casos a representar menos de 1% (um por cento) do real valor de mercado do produto. Comunicamos, desta forma, aos nossos consumidores que não se trata de oferta ou qualquer espécie de promoção.’


Os compradores também receberam e-mail com o cancelamento das compras, informando que os baixos preços foram um ‘equívoco nos softwares que gerenciam o website’. A empresa afirma que os valores já pagos pelos clientes serão reembolsados.


O caso gerou polêmica no site de microblog Twitter. Os internautas criaram uma palavra-chave, a #fnac, para se referir ao ocorrido.


Porém, segundo o Procon, estava claro que se tratava de um erro no site, ficando a Fnac livre de penalidades.


O assessor-geral do Procon, Carlos Coscarelli, explica que, no caso do equívoco no preço anunciado no site da Fnac, estava claro que havia ocorrido um erro, por conta da tamanha discrepância entre o valor real dos produtos e o publicado no site.


Para Coscarelli, a postura da Fnac está correta: enviar comunicados sobre o erro e efetuar ressarcimento dos valores pagos. ‘O Procon tem o princípio da boa-fé e o equilíbrio na relação entre fornecedor e consumidor, que sempre fica em desvantagem.’


Porém, cabe ao consumidor ter discernimento. ‘Quando se fala em uma promoção de R$ 9,90, podemos imaginar produtos que custem até uns R$ 50. Passando disso, é preciso avaliar a possibilidade.’


Em resposta aos rumores surgidos na internet de que teria acusado os consumidores de agirem de ‘má-fé’, Coscarelli completa: ‘Algumas ofertas geram expectativa no consumidor. Má-fé é insistir na oferta sabendo da falha ocorrida’.’


 


 


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


Escritórios de Design apostam em Cannes 2009


‘Há um cenário favorável à expansão dos negócios de empresas brasileiras de design no exterior, o que justifica uma investida na divulgação da área. A forma escolhida por um grupo de 30 empresas da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) foi comparecer em bloco à 56ª edição do Festival Internacional de Publicidade de Cannes. Para ganhar visibilidade, inscreveram 130 trabalhos para concorrer na categoria Design.


‘Assisto a um movimento de internacionalização do nosso trabalho como nunca vi, embora faça projetos para o exterior já há algum tempo’, conta Guto Índio da Costa, diretor do escritório carioca Índio da Costa Design. Entre os clientes atendidos por sua empresa, estão a companhia de mobiliário urbano francesa JC Decaux e a indústria de eletrodomésticos mexicana Mabe. ‘Há uma onda favorável ao País e devemos aproveitar a oportunidade.’


No Festival de Publicidade, a categoria Design é novidade, já que a seleção dos melhores comerciais produzidos globalmente tem mais de meia década. O Design chega à segunda edição este ano. ‘Por isso e pelo fato de ser um ano de crise, em que haverá redução de inscrições de participantes de outros mercados, acho que podemos nos destacar com um presença mais significativa’, avalia Luciano Deos, presidente da Abedesign e jurado do Brasil na categoria Design.


Para ele, a iniciativa , que consumirá R$ 2 milhões dos participantes investidos em parceria com a Apex, vai contar com um estande para exposição de produtos, além de criar espaço para contatos. ‘Abrirá horizontes até mesmo para o mercado interno’, diz Deos. ‘Entre as agências de publicidade ainda há desconhecimento em relação ao design como ferramenta para construção de marca e para a comunicação.’ Na primeira edição, o Brasil inscreveu 48 peças de oito empresas de design, que voltaram com três prêmios. O O Estado de S.Paulo é o representante do Festival de Cannes no Brasil.’


 


 


CULTURA
Valéria França


Museus se renovam e apostam em tecnologia


‘Oferecer um bom acervo não é mais garantia para um museu manter suas portas abertas. Ele tem de ser bom também em interatividade, entretenimento e conforto, pelo menos se a ideia for alcançar um resultado parecido com o do Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, que diariamente recebe em média 1.500 visitantes, se transformando em recordista de público no segmento. Essa fórmula, que se repete nos grandes museus internacionais, tem servido de base para novos projetos, caso do Museu do Futebol, inaugurado no fim do ano passado, já em segundo lugar em público na capital.


Antigos projetos, agora remodelados, também seguem o mesmo rastro. Ontem, por exemplo, o Instituto Butantã – que nasceu como um centro de pesquisas biomédicas no início do século passado – inaugurou o Centro de Difusão Científica, um anexo com duas salas de exposições, cafeteria, livraria e um cinema 3D.


Trata-se de um espaço de mil metros quadrados construído num galpão da década de 1930, antes usado como marcenaria do complexo da instituição, hoje formado por centro de pesquisa, biblioteca, hospital e, entre outros departamentos, quatro museus e um serpentário, a grande atração da casa, com 54 mil exemplares. ‘O espaço será uma extensão dos museus que já existem, ampliando as atividades, que são cada vez mais interativas’, diz Otávio Azevedo Mercadante, diretor do Instituto Butantã. ‘No Museu de Biologia as crianças participam de aulas sobre micróbios, vírus e vacinas no pequeno laboratório prático.’


O Centro de Difusão abre com uma exposição fotográfica, o Homem e o Meio Ambiente, que vai até dia 25. Para o cinema, a casa produziu uma série de desenhos baseada na história de três crianças e dois pesquisadores, com 23 capítulos. Na primeira aventura, com apenas 20 minutos de duração, a garotada vai para a Ilha de Alcatrazes, no litoral de São Paulo.


VOLTA AO PASSADO


Com uma locomotiva a vapor que leva os visitantes a um passeio e um sistema eletrônico capaz de pesquisar a história das famílias que chegaram ao Brasil no início do século passado, o Memorial do Imigrante, na Mooca, zona leste, abre amanhã a exposição A Viagem das Palavras: Cartas, Diários e Testemunhos Escritos dos Emigrantes Italianos. São mais de 20 mil documentos, entre diários e cartas, que restituem os efeitos da guerra e da imigração, muitos deles digitalizados.


Outra novidade nasce no Museu da Imagem e do Som, nos Jardins, zona sul. Depois de passar por uma grande modernização, que marcou sua reabertura em 2008, a casa começa a produzir um acervo permanente de arte e tecnologia, que vai usar muito recurso virtual.


‘Além de construção da informação, o museu virou uma fonte de lazer’, diz Lisbeth Rebollo Gonçalves, diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo, que atualmente está dividido em dois endereços da cidade. Um deles fica no câmpus da USP e o outro, no terceiro andar do prédio da Bienal, no Ibirapuera. Até o início do ano que vem, todo o acervo vai para o prédio que hoje abriga o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). ‘O novo MAC tem tudo o que oferece um museu internacional, como biblioteca, restaurante, café, lojas e um andar destinado às novas mídias.’


HISTÓRIA


Também começa a tomar forma o projeto da Casa das Retortas – Museu da História de São Paulo, que pretende reunir uma narrativa cronológica das sucessivas transformações da cidade, da sua colonização à atualidade. ‘A ideia é usar cenários, mapas, acervos, peças autênticas e quadros’, diz o curador Roberto Pompeu de Toledo, que vem recebendo assessoria do Museu da Língua Portuguesa. ‘A palavra museu mudou de significado.’ O Museu da História de São Paulo deve ficar pronto no fim de 2010.


ENDEREÇOS


Instituto Butantã


Av. Vital Brasil, 1.500; (11) 3726-7222 ; www.butantan.gov.br; terça a domingo, das 9h às 16h30. R$ 6 e R$ 2,50


Memorial do Imigrante


Rua Visconde de Parnaíba, 1.316; (11) 2692-7804 e 2692-2497;


www.memorialdoimigrante.org.br; terça a domingo e feriado, das 11h às 18h; quinta até 20h. R$ 4


MAC


Rua da Reitoria, 160; (11) 3091-3039 ; www.mac.usp.br/mac; terça a sexta, das 10h às 18h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 16h. Gratuito.


MIS


Av. Europa, 158; (11) 2117-4777 ; www.mis-sp.org.br; terça a


sábado, das 12h às 22h; domingo e feriado, das 11h às 21h. R$ 4


Museu do Futebol


Praça Charles Miller, s/n.º; (11) 3663-3848 ; www.museudofutebol.org.br; terça a domingo, das 10h às 17h. R$ 6,00


Museu da Língua Portuguesa


Praça da Luz, s/nº; (11) 3326-0775 ;


www.museudalinguaportuguesa.org.br; terça a domingo, das 10h às 18h. R$ 4′


 


 


LITERATURA
Antonio Gonçalves Filho


Estrangeiros avaliam o nosso autor


‘A criação de uma rede transnacional pela internet, dedicada à instalação de um banco de dados, levou os organizadores do projeto Conexões Itaú Cultural – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira, iniciado no ano passado, a levantar informações curiosas não só para os escritores como para o mercado editorial brasileiro. A primeira delas é que nem só de Paulo Coelho vive a literatura do Brasil. O escritor vivo mais citado numa pesquisa desenvolvida com tradutores, professores e bibliotecários estrangeiros de 19 países pelos organizadores do projeto não foi Coelho, mas o autor gaúcho Moacyr Scliar, de 62 anos, autor de 17 romances, livros de contos e infantis. O Estado teve acesso exclusivo à lista dos nomes mais lembrados pelos participantes da pesquisa – liderada, como era de se esperar, pelo canônico Machado de Assis, citado 25 vezes na relação dos 55 especialistas consultados, seguido por Clarice Lispector e Guimarães Rosa.


Não é só uma lista dos dez mais. Ela incorpora todos os autores citados mais de uma vez pelos tradutores e professores de português em universidades estrangeiras, trazendo nomes recém-traduzidos para o inglês, caso do escritor e redator-chefe da revista Veja, Mário Sabino, autor de O Dia em Que Matei Meu Pai, que recebeu uma entusiasmada crítica na Austrália. Casos como o de Sabino, com uma carreira relativamente curta na ficção e considerável índice de lembrança entre os pesquisados, atestam que a difusão e o alcance da literatura brasileira no exterior cresceram muito com a presença de editoras brasileiras em feiras internacionais e a troca de informações pela internet entre autores, tradutores e professores.


O Instituto Itaú Cultural já realiza um trabalho de coleta de referências sobre escritores brasileiros por meio de sua Enciclopédia Virtual da Literatura Brasileira, disponível na internet, mas o projeto de mapeamento é ainda mais ambicioso, pretendendo funcionar como uma ‘cartografia digital da cultura brasileira’, segundo Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Diálogos do instituto. Um conjunto de ações começa a ser implementado para ampliar o banco de dados do Itaú sobre literatura, desde a gravação de um programa de rádio com escritores até o lançamento de um blog – já no ar – para captar informações sobre a presença e a recepção da literatura brasileira no mundo. Outra estratégia do instituto é a realização de encontros anuais entre críticos e escritores para discutir literatura brasileira, como Encontros de Interrogação, cuja quarta edição começa hoje com debates sobre o espaço da literatura brasileira. Durante o evento serão divulgados os resultados da pesquisa a que teve acesso o Estado.


O editor Felipe Lindoso, consultor de Literatura do Itaú, diz, a respeito da pesquisa com os estrangeiros, que a radiografia da literatura brasileira no exterior não pretendeu reforçar a dicotomia entre alta literatura e literatura de entretenimento. Tanto que Paulo Coelho aparece na lista com quatro citações, mesmo número alcançado por João Ubaldo Ribeiro e Murillo Mendes, todos atrás de Chico Buarque (sete menções) e Mario de Andrade (sete menções). Entre os estrangeiros consultados estão nomes respeitadíssimos como o do tradutor alemão Berthold Zilly, da Universidade de Berlim, que traduziu Memorial de Aires, o último romance de Machado de Assis, e o norte-americano Charles A. Perrone, autor de um livro sobre Chico Buarque e grande especialista em Haroldo de Campos.


Segundo a pesquisa do Itaú com esses especialistas, há ainda alguns obstáculos que dificultam a entrada dos escritores – especialmente os novos – no mercado internacional. A última Feira de Frankfurt pode ter reunido 43 editores brasileiros e levado quase dois mil títulos para a Alemanha, mas as ações governamentais são quase nulas na área, segundo a pesquisa. Não há incentivo para o ensino do português em países estrangeiros ou um programa oficial que promova traduções lá fora que funcione, nem mesmo o da Fundação Biblioteca Nacional, dizem os especialistas da área. ‘Está crescendo o interesse geral no Brasil e a literatura apenas pega carona’, diz o americano Charles Perrone, que depende de traduções para ensinar literatura brasileira na Universidade da Flórida.


‘Quanto aos autores novos, o especialista estrangeiro recorre a sites como o Cronópios para se informar’, conta Claudiney Ferreira, que se inspirou num relatório publicado por Ricardo Reis há 32 anos, na revista Escrita, para elaborar a pesquisa e mandar as perguntas aos estrangeiros.


Os Dez Mais


Os dez escritores mais citados pelos especialistas estrangeiros consultados na pesquisa realizada pelo Itaú Cultural são os seguintes:


Machado de Assis


Clarice Lispector


Guimarães Rosa


Graciliano Ramos


Jorge Amado


José de Alencar


Manuel Bandeira


Moacyr Scliar


Rubem Fonseca


Drummond de Andrade


Países


Para o mapeamento internacional da literatura brasileira foram consultados 55 especialistas (professores e tradutores) de 19 países. Entre os dez principais estão:


EUA (11)


Alemanha (9)


Brasil (7)


Argentina (4)


Itália (4)


Espanha (3)


França (2)


Inglaterra(2)


Áustria e Croácia (1)’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Na cola do BBB


‘Festas patrocinadas, provas patrocinadas, delivery muito bem patrocinado, até as saídas do confinamento terão os ‘nossos’ patrocinadores. A mina de ouro do Big Brother Brasil, da Globo, serviu de inspiração para os moldes comerciais de A Fazenda, da Record.


A emissora já colocou à disposição do mercado publicitário o plano comercial de A Fazenda. Nele, há as tradicionais cotas de patrocínio nacionais, quatro, a R$ 26,5 milhões cada uma, e uma cota local, ao custo de R$ 5,3 milhões.


O reality show, que deve estrear no início de junho, oferece ainda possibilidades comerciais nos produtos manuseados pelos famosos confinados. No pacotão comercial estão previstas oportunidades de merchandising em serviços de delivery que chegarão à casa, em alimentos e bebidas que abastecerão as festas do programa e na elaboração de provas temáticas.


Até uma carroça personalizada com a marca de um patrocinador – veja bem, o reality se passa em uma fazenda – é oferecido no pacote. Entre os prêmios do programa haverá ‘saídas premiadas’, que podem levar os participantes a pontos de venda da marca patrocinadora.’


 


 


 


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