Foi realizada no domingo (1/7) uma nova audiência de apelação na Suprema Corte do Irã sobre a morte da fotógrafa Zahra Kazemi, há quatro anos. Zahra, que tinha 54 anos e dupla cidadania iraniana e canadense, foi presa em julho de 2003 por fotografar uma manifestação do lado de fora de uma penitenciária de Teerã. Ela morreu quando ainda estava sob custódia, em um controverso caso que prejudicou as relações entre os dois países. O judiciário iraniano recusou o pedido do Canadá para que o corpo de Zahra – enterrado apressadamente no Irã – fosse exumado e entregue ao país para ser enterrado em um novo local.
O corpo da fotojornalista estava coberto de ferimentos – sinal de que ela teria sido espancada na prisão –, mas o judiciário alegou inicialmente que ela teria morrido em conseqüência de um derrame ao bater a cabeça em uma queda. Entre sua detenção e a entrada no hospital, onde morreu de hemorragia cerebral, Zahra foi diversas vezes interrogada – por promotores de justiça, policiais e membros do Ministério da Inteligência.
Luta longa
‘Os advogados expuseram hoje as falhas no veredicto do tribunal de apelações, incluindo o fato de que assassinato não foi algo investigado’, afirmou o advogado Mohammad Seifzadeh. Junto com a Nobel da Paz Shirin Ebadi e dois outros advogados especializados em direitos humanos, ele representa a família Kazemi.
Em novembro de 2005, um agente de inteligência inicialmente acusado pela morte da fotógrafa foi inocentado. Os advogados da família Kazemi tentam levar à justiça um membro do judiciário que alegam ser o verdadeiro culpado pelo assassinato. Informações da AFP [1/7/06].