A rede de TV Telesur – com sede na Venezuela e prioritariamente financiada pelo governo de Hugo Chávez – está envolvida em nova polêmica sobre possíveis relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em maio, a Telesur foi acusada de forjar a origem de um vídeo das Farc. Agora, um jornalista colombiano que trabalha para o canal está sendo acusado se ser um colaborador da guerrilha, noticia Phil Gunson [Miami Herald, 15/8/08]. William Parra, freelancer que trabalha para a Telesur em alguns ‘projetos especiais’, foi intimado para interrogatório por promotores anti-terrorismo na Colômbia. O nome de Parra teria sido encontrado em computadores que pertenciam ao número dois das Farc, Raúl Reyes, que foi morto em março, no Equador. É a segunda vez que um jornalista da Telesur é acusado de ter ligações com as Farc. Em novembro de 2006, o correspondente do canal em Bogotá, Fredy Muñoz, ficou detido por mês, por acusações semelhantes, antes de ser liberado. Posteriormente, autoridades disseram que tinham novas evidências que mostravam que ele era um especialista de explosivos da guerrilha, mas não conseguiram prendê-lo porque ele havia desaparecido. Assim como Muñoz, Parra nega as acusações. Em uma declaração emitida no final de julho, ele afirma que tinha dúvidas de como os promotores lidariam como caso, por serem de uma unidade anti-terrorismo. Organizações de defesa da liberdade de imprensa estão acompanhando o caso de perto, por temerem que ele esteja sendo perseguido por ser jornalista. ‘O fato do nome de Parra ter sido encontrado em um computador da Farc não prova nada’, afirmou Carlos Lauria, coordenador do Comitê para Proteção de Jornalistas.