Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Refugiados encontram abrigo em Paris

Na Casa dos Jornalistas no subúrbio parisiense de Bobigny, repórteres refugiados são vistos como heróis e recebidos de braços abertos – bem diferente do tratamento na terra natal. Criada em 2002 pelos jornalistas Danièle Ohayon e Philippe Spinau e financiada por seus colegas da mídia francesa, a hospedaria é a única do tipo no mundo. Cada quarto é patrocinado por grandes veículos de comunicação da França, como Le Monde, Le Figaro, Radio France, Canal +, La Nouvelle République e Paris Match. O Fundo Europeu para Refugiados e a prefeitura de Paris também apóiam o projeto.

Nos seis anos de existência da Casa, 140 jornalistas de mais de 40 países que foram forçados a fugir devido a ameaças já se hospedaram no abrigo. O local pode hospedar 15 refugiados por vez, durante seis meses. ‘Jornalistas que são perseguidos em seus próprios países são heróis para nós, nós os admiramos imensamente pelo que fizeram, pelos riscos que enfrentaram’, diz Danièle.

Em busca da dignidade

O principal objetivo da Casa dos Jornalistas é ajudar repórteres refugiados a se adaptar à nova vida e a se integrar a uma cultura que é, em geral, estranha a eles. Além disso, os jornalistas franceses acabam ajudando seus colegas de profissão a encontrar um novo emprego e, assim, a reencontrar sua dignidade. No prédio de três pavimentos, os refugiados contam com uma biblioteca, cozinha, sala de jantar, sala de TV, escritório e lavanderia. Eles também aprendem francês com um professor que já foi refugiado.

Para mantê-los ocupados enquanto esperam o requerimento de asilo no país, a Casa dos Jornalistas publica semanalmente um jornal feito pelos próprios refugiados. Eles ainda contam com uma rádio online. Informações de Talia Thisse [UNHCR (agência de refugiados da ONU), 6/5/08].