Foi divulgado, na semana passada (19/10), um resumo dos resultados encontrados pela investigação da agência de vigilância interna do Pentágono sobre o programa de propaganda dos EUA no Iraque. A agência concluiu que o Exército americano agiu legalmente ao contratar uma empresa externa para pagar organizações de mídia iraquianas para publicar matérias pró-EUA.
O controverso programa de propaganda foi revelado ao público pelo jornal Los Angeles Times, em novembro do ano passado. No início de 2006, o Pentágono confirmou que unidades do Exército, em uma força-tarefa de ‘operações de informação’, haviam escrito artigos com mensagens positivas sobre a missão no Iraque. Estes textos eram traduzidos em árabe e entregues a jornais iraquianos, que trocavam a publicação por dinheiro. Mediava a operação a empresa com sede em Washington Lincoln Group.
Disseminar informações
A agência do Pentágono, que revisou três contratos do Lincoln Group, declarou que a força-tarefa agiu com respeito às leis e regulamentações ‘em seu uso de uma empresa para conduzir Operações Psicológicas e seu uso de jornais para disseminar informações’.
Em um dos contratos revisados, a agência não conseguiu encontrar documentação suficiente para verificar os gastos com o programa, e por isso não pôde determinar se o contrato e os pagamentos foram feitos de maneira apropriada, afirmou o relatório.
‘O relatório mostra que o Pentágono não pode explicar milhões de dólares pagos ao Lincoln Group por seu programa de propaganda e que regras básicas de um contrato não foram seguidas’, rebateu o senador democrata Edward Kennedy. Após a revisão, afirmou o senador, ‘permanecem questões maiores sobre se a manipulação das notícias no Iraque pelo governo contradiz nosso objetivo de uma imprensa livre e independente naquele país’. Informações de Kristin Roberts [Reuters, 19/10/06].