Repórteres e seus familiares que tiveram registros telefônicos violados em um esquema de espionagem da Hewlett-Packard (HP) abriram processo, esta semana, contra a empresa e dois de seus ex-executivos. Cinco ações separadas alegando ‘conduta ilegal e repreensível’ foram abertas na Corte Superior de São Francisco contra a HP de Palo Alto, a ex-presidente Patricia Dunn e o ex-chefe de ética Kevin Hunsaker. Os jornalistas reclamam de invasão de privacidade, geração intencional de estresse e práticas injustas de trabalho.
Em setembro de 2006, veio a público a informação de que a HP havia contratado investigadores particulares para tentar descobrir quais membros de seu conselho estariam vazando informações internas para a imprensa. No total, nove jornalistas tiveram seu sigilo telefônico violado. Patricia e Hunsaker foram afastados da companhia e o escândalo levou a uma investigação criminal. Os dois executivos e três investigadores chegaram a ser acusados, pelo procurador-geral da Califórnia, de fraude, roubo de identidade e conspiração. As acusações foram posteriormente retiradas, e um juiz pediu que eles fossem acusados apenas por ‘traição da confiança e honra’, o que não é considerado crime.
Dentre os que abriram os processos contra a HP estão Dawn Kawamoto, Stephen Shankland e Tom Krazit, repórteres da CNet Networks, serviço online de notícias de tecnologia, e a jornalista da AP Rachel Konrad, que também é esposa de Shankland. Os outros são o marido de Dawn, Jon Kawamoto, e os pais de Shankland, Thomas e Rebecca.
Nada de acordo
A companhia, por sua vez, diz que se desculpou com cada um dos afetados pela espionagem e fez uma oferta ‘substancial’ de acordo. ‘Infelizmente, em vez de chegarmos a um acordo, eles preferiram nos processar’, declarou. ‘A HP está desapontada com a decisão e vai se defender’.
O escritório do procurador dos EUA em São Francisco abriu queixa contra um dos investigadores, Bryan Wagner, que reconheceu ser culpado de duas acusações de crime – roubo de identidade e conspiração. Wagner deve ser julgado em outubro, em uma corte federal em San Jose. Informações de Jordan Robertson [AP, 15/8/07].