Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Repórteres americanas enfrentam julgamento

As jornalistas americanas Laura Ling e Euna Lee, presas há quase três meses na Coréia do Norte, enfrentam julgamento em Pyongyang, esta semana, por acusações de cruzar a fronteira com a China ilegalmente e de praticar ‘atos hostis’. As duas mulheres, que trabalham para a emissora interativa Current TV, do ex-vice-presidente americano Al Gore, serão julgadas em 4/6 e, segundo especialistas, podem ser condenadas a até 10 anos em campos de trabalho forçado.

Laura e Euna foram detidas na fronteira da Coréia do Norte com a China em 17/3. Elas apuravam uma pauta sobre norte-coreanos que tentam fugir para a China para viver como refugiados. O julgamento das jornalistas ocorre em um momento sensível para a diplomacia mundial, com o cada vez mais beligerante governo norte-coreano ameaçando e realizando testes com mísseis e testes nucleares.

Brecha

Analistas políticos afirmam que a Coréia do Norte poderia usar o julgamento das americanas como forma de intimidar a atitude do governo de Barack Obama com relação aos testes e pressionar Washington a estabelecer um contato direto com o país. Segundo o professor Yoon Deok-min, do Instituto de Relações Estrangeiras e Segurança Nacional da Coréia do Sul, agora, o presidente dos EUA – que tem reunião marcada com o presidente sul-coreano em 16/6 – tem que levar em conta a segurança das duas repórteres.

Hoje, os EUA e a Coréia do Norte não têm laços diplomáticos. Na década de 50, os dois países lutaram em lados opostos na Guerra da Coréia. Analistas dizem que Pyongyang, praticamente isolada do resto do mundo, quer desesperadamente voltar a dialogar com os EUA. Durante sua campanha à presidência americana, Obama afirmou que estaria aberto a conversar com o país se isso ajudar a desnuclearizá-lo. O julgamento de Laura e Euna poderia servir como uma brecha diplomática para o início das conversas. Informações de Jean H. Lee [Associated Press, 1/6/09].