Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Reviravolta no caso
Maddie divide a mídia


Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 10 de setembro de 2007


CASO MADDIE
O Estado de S. Paulo


Pais de Madeleine voltam para Inglaterra e negam acusações


‘The Guardian, Efe e Reuters, Rothley, Inglaterra – Os médicos britânicos Gerry e Kate McCann, considerados suspeitos pelo desaparecimento de sua filha Madeleine, de 4 anos, chegaram ontem à Grã-Bretanha, 135 dias depois de terem deixado o país. O retorno ocorreu dois dias depois de os dois terem sido declarados suspeitos pela polícia portuguesa, que advertiu ontem que a viagem pode complicar e atrasar as investigações do caso.


Ao chegar ao Aeroporto de East Midlands, Gerry McCann leu um comunicado para a imprensa, acompanhado da mulher e dos filhos gêmeos, e insistiu em sua inocência.


‘Não tivemos nenhuma participação no desaparecimento de nossa filha’, disse McCann. ‘É de cortar o coração voltar à Grã-Bretanha sem Madeleine, mas isso não significa que desistimos de nossa procura.’


Apesar da viagem, o casal pode ter de voltar a Portugal nesta semana para prestar novo depoimento a um promotor, que poderia adotar outras medidas, como declarar sua prisão preventiva.


Madeleine desapareceu em 3 de maio quando dormia com seus irmãos mais novos, gêmeos de 2 anos, em um quarto de um resort na Praia da Luz, em Portugal, enquanto os pais jantavam com amigos.


As autoridades policiais portuguesas declararam o casal suspeito após receber, na quarta-feira, testes de provas realizados em um laboratório britânico.


A polícia afirma ter encontrado amostras de sangue supostamente de Madeleine em um carro alugado pelos McCann 25 dias depois do sumiço da menina. No entanto, uma fonte ligada à investigação do caso afirmou ontem ao jornal britânico The Observer que nenhuma evidência de sangue foi encontrada no veículo e que a única amostra de DNA recolhida no local poderia ser proveniente de qualquer objeto com o qual Madeleine tenha entrado em contato antes de seu desaparecimento.’


LÍNGUA PORTUGUESA
O Estado de S. Paulo


Grupo discute prazo para nova ortografia


‘A Comissão para Definição da Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa, do Ministério da Educação, se reúne na sexta-feira no Rio para discutir como será a implantação do acordo ortográfico da língua portuguesa no Brasil. O acordo tem o objetivo de unificar a escrita nos oito países que falam o idioma – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. No encontro, técnicos vão discutir, por exemplo, o prazo de convivência das duas normas (atual e prevista) e o tempo para adaptação dos livros.’


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


Uma TV para a hora do trânsito


‘A Mixer, uma das maiores produtoras de filmes e comerciais do Brasil, vai atuar com mídia móvel. Presidida pelo diretor João Daniel Tkinhomiroff, a Mixer criou a TVO para oferecer entretenimento e espaço comercial para anunciantes interessados no público que anda de ônibus em São Paulo.


Até o começo de 2008, Tkinhomiroff imagina atingir um milhão de espectadores com os 1.500 monitores de vídeo instalados em 500 veículos. Graças ao acordo fechado com os empresários do setor, vai oferecer o serviço em 80% da frota em circulação no município, ou 6.500 veículos.


A entrada de mais empresas em mídia móvel revela nova tendência de negócios. Segundo o diretor geral da TV Globo, Octavio Florisbal, há uma audiência em movimento que precisa ser acompanhada e analisada.


A chegada da Mixer nesse filão de mercado, no qual investiu R$ 3 milhões apenas nessa fase inicial de equipagem dos primeiros ônibus, não é inédita. Desde fevereiro, a empresa BusTV inaugurou um sistema similar, com monitores de LCD e programação exclusiva, em 138 ônibus que trafegam em algumas regiões de São Paulo.


CONGESTIONAMENTO


O diretor da TVO da Mixer, Fábio Ribeiro, diz que esse tipo de mídia móvel tem tudo para dar certo, já que os paulistanos perdem em média 40 minutos dentro de condução nos imensos congestionamentos da cidade. ‘É um público de boa qualificação’, diz ele. ‘Basta ver que 61% dos usuários de ônibus têm o segundo grau completo e 12% nível superior’.


Mas, se o público dos ônibus lotados está virando audiência a se perseguir para exibição de anúncios em meio a conteúdos diversos, outros consumidores em movimento também estão no foco de empresas que resolveram explorar o potencial da mídia móvel.


Na plataforma de algumas linhas de trem da CPTM, em São Paulo, há desde agosto, em fase experimental, telas de 32 polegadas que mostram noticiário geral, programação cultural, esportes e intervalos comerciais. São 45 monitores de LCD alimentados pela empresa Estação 8 / TVTrem.


Por esse circuito circulam aproximadamente três milhões de pessoas por mês, que permanecem entre seis e 20 minutos esperando o transporte. Nesse mês de estréia, a TVTrem já teve anunciantes como: Unilever, para as marcas Rexona e Seda; Pão de Açúcar, para a bandeira Compre Bem; e Universidade de Mogi das Cruzes.


A movimentação de anunciantes atrás de opções de como chegar a esse consumidor cada vez mais arisco não se restringe ao espaço do transporte público. Academias de ginástica, salões de beleza, hotéis, bares e até hospitais por onde passam consumidores já dispõem de telonas, a maioria delas com 42 polegadas.


Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da YMídia, empresa montada para oferecer a infra-estrutura e manter essas operações, tem em seu portfólio 350 bares, a maioria em São Paulo; 250 táxis da empresa Rádio Táxi Vermelho e Branco; 50 cabeleireiros na capital e interior paulista; a rede de academias de ginástica Fórmula; alguns hotéis da rede Blue Tree; além do Hospital Sírio Libanês. ‘A procura é grande’, diz Rodrigues, que instala aparelhos e atualiza o conteúdo online.’


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Grupo Total, de Fischer, compra a agência Fala!


‘A agência Fala!, especializada em varejo popular, foi comprada pelo Grupo Total, comandado pelo publicitário Eduardo Fischer, que passou a deter 55% de seu capital. Allan Barros, dono da agência, havia acertado a venda para o grupo multinacional de origem francesa Havas, que chegou a anunciar a compra. Mas desistiu.


Duas razões fizeram Barros não fechar o negócio. A convicção de que construiu um modelo de sucesso que precisava preservar, o que os franceses não incentivavam na fase final dos acertos. E também a dura negociação com área jurídica do Havas, que não concordava com a forma com que ele estruturou a remuneração pelos serviços prestados aos clientes. Até sexta-feira, o grupo francês ainda tentava reatar a negociação.


A Fala! agora integra o portfólio do Grupo Total, dono da agência de publicidade Fischer América. Barros ficou com os 45% restantes do capital e permanece à frente da operação como presidente.


O valor da compra não foi divulgado, mas o contrato está assinado. O acordo – que garante a permanência dos principais executivos na Fala! – deve permanecer em vigor por um prazo entre cinco e dez anos, como explica Fischer.


‘Temos cláusula de rentabilidade, o resultado é que vai definir o quanto eles vão receber e qual será o futuro do negócio’, diz ele.


O modelo de agência que Barros desenvolveu, fora do que considera padrão tradicional do mercado de propaganda por conta da fórmula mista de remuneração – parte atrelada à veiculação de mídia, como é prática no meio publicitário, e parte em função do resultado obtido pelo cliente – tem espaço para prosperar, na avaliação de Barros. ‘O negócio da publicidade brasileira está ruindo’, diz ele. ‘Precisa mudar’.


MÉXICO


Para provar que tem fundamento o que prega, Barros conta, por telefone do México, onde se encontra a trabalho, que está exportando iniciativas e ações de marketing que foram aplicadas com sucesso no Brasil.


Barros dá consultoria para o Grupo Salinas, dono do Banco Asteca e da rede de lojas Elektra, que tem mil lojas espalhadas pelo México, Guatemala, El Salvador, Panamá, Peru e Argentina e fatura US$ 5 bilhões por ano.


‘ Vou montar aqui uma espécie de Super Casas Bahia’, conta Barros, lembrando a megapromoção de vendas que implantou quando trabalhou para o maior varejista de móveis e eletrodoméstico do Brasil, as Casas Bahia. Ficou cinco anos na empresa antes de sair e montar a Fala!


Por seu lado, Eduardo Fischer, embora não queria mais voltar ao tema de seu antigo plano de abrir capital, sobre o qual fala desde 1999, admite que a compra da Fala! está em linha com o projeto do Grupo Total de ganhar escala para atingir um tamanho atraente aos futuros investidores.


‘Estamos de olho em sete outros negócios neste momento. Três deles fora, na América Latina’, diz ele. ‘Faz parte da nossa estratégia ser um grupo de comunicação internacional atuando com uma filosofia de prestar todos os serviços de comunicação.’


A Total fatura R$ 160 milhões por ano, levando em conta a receita das 12 empresas controladas pelo grupo, com atuações em diversas áreas do negócio da comunicação. Fischer diz que o faturamento do grupo pode dobrar de tamanho até 2010. Ele até criou um programa para todos os funcionários do grupo estabelecendo diretrizes para atingir essa meta.


Para montar a atual espinha dorsal do seu grupo, Fischer trouxe profissionais de outras áreas, não necessariamente da propaganda. Tudo para aperfeiçoar as práticas operacionais do grupo e prepará-lo para a expansão.


‘As outras ofertas feitas pela Fala! tinham até valor maior, mas não davam a Barros a garantia de gestão que nós temos aqui para apoiar as empresas do nosso grupo’, considera Fischer. ‘A curto prazo eles até pagam mais, mas não alavancam o negócio deles a longo prazo.’


Com 25 clientes em carteira e faturamento de R$ 145 milhões, segundo os dados do Ibope Monitor (que considera o volume de compra de mídia sem contabilizar os descontos comuns no mercado), a Fala! está na 28ª posição entre as maiores agências por faturamento do País. Entre seus clientes figuram anunciantes como Lojas Colombo, concessionário da GM Carrera , Móveis Itatiaia e lojas de chocolate e cafeterias Kopenhagen entre outros.


‘Eu não precisava de um sócio por dinheiro’, diz Barros.’Queria sim vender o futuro da agência para garantir seu crescimento mais à frente’. Diz que encontrou tal sintonia no Total.’


TELEVISÃO
Shaonny Takaiama


Reforma na Cultura


‘Mudanças à vista no Jornal da Cultura. O noticiário vai abolir a bancada para dar mais naturalidade ao cenário e os apresentadores não utilizarão mais o teleprompter.


‘Nossos âncoras irão participar da confecção do jornal desde o período da manhã, da idéia da pauta até a formulação final do telejornal. Por isso vão depender muito pouco de um recurso tecnológico escravizante’, diz Paulo Roberto Leandro, coordenador do Núcleo de Jornalismo, Cidadania e Serviços da Fundação Padre Anchieta.


Outro anúncio feito pelo Núcleo de Jornalismo da Cultura se refere ao Dia Mundial sem Carro, 22 de setembro.


Na referida data, as equipes de reportagem da emissora produzirão matérias sobre o esforço da sociedade de São Paulo em passar um dia sem carro, porém de um jeito diferente: as equipes não sairão de carro. Uma equipe sairá de bicicleta para as ruas com uma câmera portátil acoplada ao capacete, outra vai de ônibus até um local onde é permitido entrar ao vivo (link) e a terceira irá de ônibus fazer reportagem sobre como é ficar um dia sem carro. ‘A gente decidiu fazer parte desse tipo de mobilização’, fala Paulo Leandro.


Jader versão luxo


Não, Jader não ganhou um banho de loja como Bebel. Não em Paraíso Tropical. O ator Chico Diaz vestiu terno para encarar Ribeiro, um poderoso advogado no filme O Magnata, projeto de Chorão que conta com Marcos Mion e Paulinho Vilhena no elenc


entre-linhas


Ana Paula Arósio vai voltar à tela fazendo graça. A atriz fará uma ponta no Casseta & Planeta como garota-propaganda das Organizações Tabajara.


A atriz também fará um revival de Juliana, seu personagem em Terra Nostra. O objetivo é ilustrar o sufoco da chegada dos imigrantes italianos a São Paulo para o quadro Casseta Brasil Adentro.


Os reality shows estão cada vez mais criativos – e surreais. Estreou na última semana na Inglaterra o reality Dumped. Em vez de ficar confinado em uma casa luxuosa, o elenco de participantes terá de passar três semanas em um lixão.


Mesmo grávida de quatro meses, Vanessa Giácomo, a Cabocla, está confirmada no elenco de Duas Caras. Na próxima novela das 9 ela viverá Luciana, mãe de dois filhos que está à espera de mais um.


Hoje, véspera do 11 de Setembro, David Letterman recebe em seu programa o ex-presidente norte-americano Bill Clinton. A entrevista, inédita, vai ao ar no GNT, à 0h30.


O Menu Confiança, do GNT, estréia hoje uma pequena série de três programas sobre a Alemanha. Renato Machado viajou ao país para conferir as belezas da paisagem dos rios Reno e Mosela. Às 22 horas.


Daniella Cicarelli já está provando alguns dos modelitos que usará no VMB deste ano. Serão pelo menos cinco trocas de figurino durante o evento.’


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 10 de setembro de 2007


MEMÓRIA / PADRE VIEIRA
Arnaldo Niskier


Os 400 anos do padre Vieira


‘EM SESSÃO da Academia Brasileira de Letras, o médico e escritor Moacyr Scliar, cujo último livro ‘O Texto, ou: A Vida’ faz muito sucesso, chamou nossa atenção para uma efeméride de vital importância na cultura brasileira: a homenagem devida à memória do padre Antônio Vieira.


Em fevereiro de 2008, comemora-se o quarto centenário do seu nascimento, em Lisboa (Portugal), excelente pretexto para resgatar textos inéditos da sua obra, além da realização de eventos alusivos ao fato, no Brasil e em Portugal.


A vida e a obra do grande orador em nosso país têm sido objeto de muitos trabalhos literários, alguns produzidos com base nos nove anos em que ele viveu no Maranhão. Quem visita o convento das Mercês, em São Luís, pode conhecer o púlpito de onde Vieira falava ao povo, enunciando os seus admiráveis sermões.


Crítico da metrópole em relação à colônia, foi um defensor da liberdade religiosa dos judeus e, ao se contrapor à Inquisição, acabou preso por 813 dias ‘num covil apertado e escuro’, um sertão frigidíssimo, como costumava se referir ao clima de Coimbra.


No livro ‘Padre Antônio Vieira e os Judeus’ (Imago, 2004), procuramos exaltar esse lado da personalidade do religioso, prestando-lhe merecido reconhecimento. O historiador Hernâni Cidade deixou clara essa posição: ‘O que portanto prejudicou Vieira foi a inclinação para a gente hebréia que os inquisidores sentiam manifestada até a atribuição a d. João 4º da futura incorporação, no reino de Cristo, das dez tribos perdidas de Israel’.


Pregador corajoso e lúcido, Vieira identificou-se com o Velho Testamento, do qual extraiu importantes contribuições aos seus trabalhos. Mereceu de Mendes dos Remédios o seguinte comentário: ‘Defesa pronta, desassombrada, eloqüente, vigorosa, linguagem forte, lógica incisiva e fulminante. Esse escrito (proposta feita a d. João 4º, em que se lhe representava o miserável estado do reino e a necessidade que tinha de admitir os judeus mercadores que andavam por diversas partes da Europa) estalou como um trovão… O que não devia causar menos espanto, apreensão e temores era o saber-se que o paladino dos cristãos-novos e autor daquela proposta era um jesuíta, homem então na pujança da vida e do talento, bem-aceito na corte, adorado nos meios aristocráticos e devotos da capital, intimorato, generoso, e cujo saber e habilidade não conheciam limites’.


Sem ser direto na crítica ao Tribunal do Santo Ofício, ainda assim despertou reações contrárias por defender posições favoráveis aos que constituíam a ‘gente de nação’, como eram os judeus então conhecidos.


Fiel ao Brasil, ‘a quem, pelo segundo nascimento, devo as obrigações de pátria’, voltou a Portugal para lutar por medidas que pusessem fim ao cativeiro dos indígenas.


Aproveitou a ocasião para pregar em Lisboa o ‘Sermão do Bom Ladrão’, diante de d. João 4º e sua corte. Vieira começou dizendo que a capela Real seria o local mais adequado para o seu discurso, porque pretendia tratar de questões ligadas à majestade régia, e não à piedade.


Podemos bem imaginar o desconforto do auditório -formado por juízes, ministros, conselheiros da coroa e os mais altos dignitários do reino- forçados a ouvir Vieira falar obsessivamente de ladrões e ladroeiras.


Já a tese inicial é implacável: ‘Nem os reis podem ir ao paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões podem ir ao inferno sem levar consigo os reis. O que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levarem consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno.


Prosseguirei com tanto maior esperança de produzir algum fruto quanto vejo enobrecido o auditório de tantos ministros de todos os maiores tribunais, sobre cujo conselho e consciências costumam se descarregar a dos reis’.


Conselheiro do rei, a ele sugeriu que fossem vencidas as infidelidades então vigentes ‘com a espada do judaísmo, assim como os mesmos judeus, quando Deus os governava, conquistaram a terra da promissão’. Foi incompreendido. Tivesse sido outra a reação, na época, a história de Portugal poderia ser escrita de maneira diferente.


ARNALDO NISKIER , 71, educador, é membro da Academia Brasileira de Letras, do Imae (Instituto Metropolitano de Altos Estudos) e ex-secretário de de Estado de Educação do Rio de Janeiro. É autor do livro ‘10 Anos de LDB, Uma Visão Crítica’.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Lula lá longe


‘Às vésperas de se votar o futuro de Renan Calheiros, Lula viajou aos países nórdicos para ‘encontros com sindicalistas e banquetes com reis e rainhas’, notou a Folha Online, a direção petista foi à China e o ‘Jornal Nacional’, inesperadamente, nem citou o senador.


Nas agências, a razão da viagem é uma só, ‘agenciar’ etanol. Finlândia, Noruega e Suécia, esta sobretudo, são mercados já convertidos à cana do Brasil e podem comprar mais. Como deu o ‘Boston Globe’ e traduziu o UOL, os suecos, em especial a Saab, mas também a Volvo, ‘lideram o movimento ao etanol’ na Europa. Em cerca de uma década, o país quer ‘todos os seus carros novos com biocombustível’ dos ‘trópicos’, mas garante estar de olho para não ‘cortar florestas’.


MAIS PARA A CHINA


BBC Brasil e outros deram larga cobertura desde Xiamen aos acordos entre Brasil e China para a ‘relação se intensificar enormemente’ em infra-estrutura etc. De quebra, os chineses acenam com a volta à importação de carne.


De sua parte, a mídia estatal chinesa deu ontem que o comércio bilateral cresceu 30%, mais na exportação ao Brasil que na importação. E que os investimentos brasileiros na China foram de US$ 210 milhões até junho, contra menos da metade na via contrária.


BRICFOBIA


O site do ‘Washington Post’ deu que o Senado americano ‘ordenou a investigação de programas do Banco Mundial’ para ver ‘se os empréstimos a emergentes como China, Índia, Rússia e Brasil’ de fato ‘combatem pobreza’.


Um dia antes, no ‘Wall Street Journal’, uma comissão do próprio Banco Mundial propôs ‘elevar agudamente os empréstimos a grandes tomadores como China e Brasil’, exigindo em contrapartida o combate à desigualdade e à corrupção.


SÓ NO BRASIL


No Boing Boing , logo da campanha do Idec


Foi parar no iCommons.org e até no blog Boing Boing, dos maiores no mundo, a campanha iniciada aqui pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) contra a adoção de ‘restrições tecnológicas’ ou DRM, como é mais citado, para a reprodução das imagens abertas de TV digital no Brasil. É o que querem as emissoras, apoiadas em Hélio Costa, que até o Boing Boing trata de descrever como um ‘todo-poderoso ex-âncora da maior rede do país (Globo)’.


O DRM, sublinhou o blog, não passou nos EUA nem na Europa, pelo esforço da Electronic Frontier Foundation.


‘NÃO FAZ DIFERENÇA’


Mais Hélio Costa. O site Tele.Síntese deu que, em campanha na América do Sul pelo padrão japonês de TV digital, adotado após pressão das redes, ele minimizou a opção pelo padrão europeu no Uruguai. O país seria ‘uma pequena cidade no interior de SP’.


A campanha nipo-brasileira já teria convencido a Colômbia. Argentina e Chile ameaçam seguir o Uruguai.


A GUERRA DAS TELES


O ‘Corriere della Sera’, com eco na Thompson Financial, ouviu do presidente da Pirelli sua ‘confiança’ na aprovação, aqui, pela Anatel, da compra da Telecom Italia pela espanhola Telefônica.


Já o site Caros Amigos ouviu de acadêmica mexicana que a Telmex, também ex-estatal e concorrente da Telefônica, ‘é produto do capitalismo disfuncional do México’.


‘WORKING CLASS’


O blog de moda do ‘Wall Street Journal’ falou da fila no estande das Havaianas, na semana de Paris, e do avanço das sandálias ‘que um dia foram de trabalhadores’ nos EUA também, como no Soho, em Nova York’


CASO MADDIE
Folha de S. Paulo


Pais de Madeleine voltam à Inglaterra e dividem a mídia


‘A viagem do casal Kate e Gerry McCann de Portugal para a Inglaterra ontem acalorou as divergências entre as mídias dos dois países no caso Madeleine. No aeroporto português de Faro, o casal declarou não estar fugindo; no aeroporto inglês de East Midlands, desabafou novamente que a polícia portuguesa os pressiona para que admitam culpa pela morte da filha e até mesmo fabriquem provas nesse sentido.


Na sexta-feira os McCann, há quatro meses em campanha pela procura de Madeleine, foram considerados formalmente suspeitos pelo desaparecimento da menina e depuseram separadamente. Vestígios de sangue foram encontrados em um carro que alugaram 25 dias após o desaparecimento dela.


Para ira da mídia portuguesa, a mídia inglesa foi avisada com antecedência da viagem, embarcou no vôo e registrou o casal sendo recebido calorosamente na chegada. Os McCann -que estavam em uma casa alugada na Praia da Luz, onde Madeleine desapareceu no dia 3 de maio- chegaram ao avião em que embarcariam por áreas reservadas do aeroporto.


‘A partida deles obviamente complica as coisas, pode atrasar as investigações, já que não teremos tanto contato com eles como antes’, afirmou o porta-voz da polícia portuguesa Olegário de Sousa.


Os ingleses, no entanto, condescendeu o porta-voz, tinham o direito de voltar para casa. A imprensa portuguesa chegou a acusá-los de não terem cumprido as formalidades de saída do país, mas as autoridades sabiam da viagem. Após o depoimento, o casal estava apenas sujeito a comunicar ausências superiores a cinco dias do seu domicílio habitual, mas esse domicílio é a Inglaterra.


‘Parte o coração voltar para cá sem Madeleine, mas isso não significa que abandonamos a busca’, disse Gerry, emocionado, ao chegar à Inglaterra.


‘A polícia portuguesa está basicamente dizendo: ‘Se você confessar que Madeleine sofreu um acidente, e que entrou em pânico e escondeu o corpo em uma mala por um mês para então se livrar dele com um carro alugado, pode pegar dois ou três anos [de prisão]’, afirmou Kate, por sua vez, ao jornal inglês ‘Sunday Mirror’ após o depoimento que deu à polícia na sexta-feira.


A rede BBC fez, na semana passada, matéria com moradores da cidade dos McCann dizendo crer em sua inocência. Em tom bem diferente, o jornal português ‘Tal e Qual’ afirmou antes da polícia que o casal era suspeito -e os McCann prometeram processá-lo.


A versão do casal é que, no dia do desaparecimento, jantou em um restaurante no balneário português e, quando retornou ao hotel onde Madeleine e seus irmãos gêmeos de dois anos dormiam, a menina havia sumido. Até sexta-feira, o único suspeito formal era um britânico que vive próximo ao hotel.


Desde o desaparecimento de Madeleine, os McCann viajaram por vários países em campanha para encontrá-la. Estiveram até com o papa, e celebridades como J. K. Rowling e David Beckham fizeram apelos públicos pela criança.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


TV pública poderá ter novela interativa


‘Secretário nacional do Audiovisual, Orlando Senna confirma que foi convidado para ser o diretor-executivo da futura TV pública federal, a TV Brasil (nome provisório), que o presidente Lula quer colocar no ar em dezembro.


‘Fui sondado, já conversamos, mas ainda falta um mês para sair a nomeação da diretoria executiva. Temos algum terreno a percorrer’, diz o assessor do ministro Gilberto Gil (Cultura). A TV pública será oficialmente criada por meio de medida provisória a ser editada até o início de outubro.


Apesar dos cuidados, Senna já fala sobre o conteúdo da TV pública. ‘A programação inicial terá poucas novidades. Será o melhor da TVE [do Rio, que será extinta] e programas de teledifusão que estão sendo produzidos pela Secretaria do Audiovisual há quatro anos. Só depois é que vamos produzir novos conteúdos regionais’, diz.


Segundo Senna, as únicas estréias serão telejornais.


O cineasta baiano não vê na futura TV pública espaço para uma teledramaturgia comercial, mas não descarta as novelas totalmente. Diz que pode haver ‘experimentação’, uma ‘teledramaturgia interativa’.


‘A TV comercial vê o telespectador como consumidor. A boa TV pública, como cidadão. Vislumbro uma TV pública que cumpra seu caráter de TV da sociedade, eqüidistante tanto do governo como do poder econômico’, afirma Senna.


SPOILER 1Circula pela internet um falso roteiro do último capítulo de ‘Paraíso Tropical’. Segundo essa ‘versão’, o assassino de Taís (Alessandra Negrini) será Nereu (José Augusto Branco), pai de Daniel (Fábio Assunção).


SPOILER 2Pelo falso capítulo, Nereu vai até a casa de seu filho e lá encontra Taís, que liga o gás e o ameaça com um rolo de macarrão após receber telefonema de Antenor Cavalcante (Tony Ramos). Ele revida e ela bate a cabeça na mesa, desmaiando.


SPOILER 3Ainda de acordo com o ‘roteiro’, Olavo (Wagner Moura) e Bebel (Camila Pitanga) ficarão com o dinheiro desviado do fundo de pensão dos funcionários do grupo Cavalcante e fugirão para o exterior.


DESENHOO SBT já tem um estudo para um eventual retorno do ‘Aqui Agora’. O telejornal popular entraria às 18h, para alavancar a audiência do horário nobre. Pelo estudo, teria dois apresentadores desconhecidos e dez repórteres e alguns colunistas.


CIDADE PERDIDAPaulo Betti vai entrar em ‘Sete Pecados’, novela das sete da Globo. Será Flávio, pai de Beatriz (Priscila Fantin), um arqueólogo que que perde a memória em um acidente durante escavações no Piauí, onde acreditava estar Atlântida.


OVELHAA participação de Rogéria em ‘Paraíso Tropical’ agradou à Globo. Ela vai voltar à emissora no próximo dia 18 interpretando Dolly, uma tia de Adriana Esteves em ‘Toma Lá, Dá Cá’.’


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Polêmico reality show confina crianças


‘Se faltava ainda algo no bizarro mundo dos reality shows, agora não falta mais. Está marcada para o próximo dia 19 a estréia de um programa que mostra 40 crianças confinadas por 40 dias em uma cidade fantasma do Novo México, nos EUA.


‘Kid Nation’ (nação de crianças) é uma produção da CBS, uma das principais redes de TV norte-americanas. Vende a idéia de descobrir se crianças seriam capazes de construir uma sociedade organizada sem a participação de adultos.


No site do canal, um vídeo promocional começa com uma cobra em meio ao local onde os meninos e meninas de oito a 15 anos permaneceram sem nenhum adulto, em um cenário de filme de faroeste.


Nas imagens, crianças choram, gritam umas com as outras, puxam carroças, limpam privadas, tiram água do poço e cozinham em fogões a lenha, dentre outros trabalhos pesados (www.cbs.com/primeti me/kid_nation/). Pelas regras, seria expulso quem se recusasse a cumprir as tarefas determinadas pela produção.


Às vésperas da estréia, a polêmica esquenta nos EUA. A rede está sendo acusada de exploração do trabalho infantil -as crianças chegavam a trabalhar por 14 horas diárias.


A CBS nega e afirma que cada criança desenvolveu atividades adequadas à sua idade.


Janes Miles, mãe de uma participante de 11 anos, acusou a CBS de negligência. Segundo ela, sua filha teve o rosto queimado enquanto cozinhava e outras quatro crianças, por engano, beberam cloro, que estava em garrafa de refrigerante.


Romaine Serna, do Departamento de Crianças, Adolescentes e Famílias do Novo México, afirmou que a CBS não solicitou às autoridades locais que inspecionassem o local das gravações e concedesse licença para o programa, o que seria uma exigência legal. Jonathan Anschell, advogado da emissora, disse que houve inspeção do Departamento do Trabalho. Ele, contudo, reconheceu que houve o incidente com o cloro.


A CBS, em nota oficial, afirmou que as gravações, que se encerraram em maio, foram feitas de modo responsável.


O contrato de 22 páginas assinados pelos pais dos concorrentes prevê multa de US$ 5 milhões a quem conceder entrevista sem autorização da CBS pelos próximos três anos. Também livra a rede de qualquer responsabilidade sobre danos às crianças, inclusive morte, gravidez ou contaminação por doença sexualmente transmissível. A rede também passa a ter direito vitalício do uso de imagem das crianças.


Cada concorrente recebeu US$ 5.000 pela participação. Em cada episódio, o grupo se reúne e seleciona uma criança para ganhar um estrela dourada, que vale US$ 20 mil.’


HQ
Folha de S. Paulo


CHARGISTA DO ‘AGORA’ LANÇA LIVRO HOJE


‘O chargista Cláudio de Oliveira, do ‘Agora São Paulo’, lança hoje, às 19h, no Jeremias, o Bar (r. Avanhandava, 37, Bela Vista), o livro ‘Pizzaria Brasil – Da Abertura Política à Reeleição de Lula’ (R$ 32, 144 págs., editora Devir). O artista conta, por meio de charges acompanhadas por textos explicativos, sua visão da história política do Brasil desde 1964. Cláudio publicou sua primeira charge em 1977. Esta coletânea mostra mudanças no seu desenho, mesmo que as transformações mantenham sempre duas características imprescindíveis para um bom chargista político: a crítica e o humor.’


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