Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

RSF pede que ONU intervenha em condenação à morte

A organização Repórteres Sem Fronteiras enviou carta de apelo à ONU para que intervenha no caso de dois jornalistas iranianos sentenciados à morte. Adnan Hassanpour e Hiva Botimar, ambos da minoria curda do norte do Irã, foram presos após protestos curdos em Sanandaj, capital da província do Curdistão iraniano, em 2005. Há pouco mais de um mês, os dois foram condenados à morte sob acusação de mohareb, termo usado para descrever graves crimes contra o Islã e o Estado.


Apesar da constante pressão sofrida pela mídia no Irã, o veredicto não é comum para jornalistas e causou espanto. A acusação por mohareb significa, em resumo, que Hassanpour e Botimar são considerados ‘inimigos de Deus’. Não foi especificado, entretanto, de que crime eles foram acusados e quando, ou como, seria aplicada a sentença.


Em sua carta, a RSF pede ao secretário-geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-moon, que interceda em favor dos jornalistas. A organização também apela para que o Irã respeite os acordos internacionais em respeito aos direitos civis e políticos que assinou. Hassanpour e Botimar trabalhavam para o semanário Asou, fechado pelo governo em 2005 por publicar artigos sobre a tensa situação na província do Curdistão, que faz fronteira com o Iraque. Informações de Justin Bergman [AP, 14/8/07].


 


Jornalistas presos por mentir sobre o governo


Três jornalistas iranianos foram acusados pelo judiciário, na quarta-feira (15/8), de publicar ‘mentiras’ sobre o regime da República Islâmica. Soheil Assefi foi preso em 4/8, logo após as detenções, em 31/7, de Masoud Bastani e Farshad Gorbanpour. ‘O crime deles foi publicar declarações falsas e mentiras contra o sistema, além de fornecer informações e notícias a sítios de internet estrangeiros, que publicaram estas mentiras’, afirmou Alireza Jamshidi, porta-voz do judiciário, no primeiro comentários oficial sobre o caso. Segundo ele, Assefi está sob investigação e Gorbanpour recebeu multa de US$ 162 mil. Uma fonte que não quis ser identificada disse que Bastani foi libertado, mas ainda pode ser convocado para interrogatório.


Segundo a Repórteres Sem Fronteiras, o Irã tem hoje 11 jornalistas e ciberdissidentes encarcerados. Enquanto o governo alega que permite a liberdade de expressão, profissionais de imprensa dizem que têm de ser cuidadosos para evitar o fechamento de veículos de comunicação. Grupos de ativistas e diplomatas afirmam que o país, sob pressão do Ocidente por causa de seu polêmico programa nuclear, deu início a uma onda de repressão a vozes dissidentes.


Em 6/8, o jornal Sharq foi fechado apenas três meses depois de voltar às bancas, após uma longa proibição de funcionamento. Desde 2000, as autoridades iranianas já fecharam mais de 100 publicações, que acusa de ser ‘fantoches do Ocidente’. Muitas delas foram reabertas, posteriormente, com novos nomes. Informações da Reuters [15/8/07].