Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Sem interesse na igualdade

Aproveitei o texto, tirei cópia e levei para discussão em sala de aula. Somente um aluno admitiu não ver preconceito na novela. Todo o restante da turma encontrou situações preconceituosas na trama, a começar pelo título. Acredito que quando colocam atores (não importando a cor de ninguém) para atuar não é preciso dar destaque a essa ou àquela cor. Acima de tudo são todos seres humanos. Além do mais, em se tratando de Globo, duvide-se do efetivo interesse na igualdade.

Maria, professora, Salvador



Bela página

Uma análise perfeita do modo como a TV trata a questão racial no país. Uma bela página do jornalismo brasileiro.

Sergio Giovani Maciel, bancário, Araranguá, SC



Núcleo bom caráter

Já assisti a vários capítulos da referida novela, mas percebi que na simplória trama do folhetim não se aplica o racismo que o Sr. J.Rafael propaga em seu artigo. 1) Os negros são o núcleo ‘total bom caráter’ da trama; 2) Os brancos, e ricos, são totalmente desonestos, calhordas, hipócritas. Longe de mim defender a Rede Globo, acho que ela e suas novelas são um dos maiores atrasos do país, além de acreditar que a desigualdade social aflige muito mais a população negra, o racismo existe no Brasil e é muito visível. Mas que o colunista tinha que ser mais atento ao que se propõe a escrever isso tinha!

Paulo Marcelo Fontenele, webdesigner, Fortaleza



Racismo em tudo!

Se ficar, o bicho pega. Se correr, o bicho come. Se, nas novelas, o negro só aparece como motorista, empregada doméstica ou, pior, bandido, é racismo. Se, pelo contrário, o negro é protagonista da novela (como é o caso de Taís Araújo em Da cor do pecado, na falta de motivo melhor, o racismo está no próprio título da novela. E se não fosse isso não duvido de que seria alguma outra coisa. Haja vontade de enxergar racismo em tudo! O racismo não é um problema brasileiro… é um problema do mundo. Os ‘brancos’ brasileiros (que, ao que parece, é uma classificação que inclui mesmo os nipo-descendentes, sem falar em alguns ‘morenos’, como é o meu caso) não somos mais racistas do que os próprios negros, que na África costumam se entregar ao bárbaro esporte do genocídio de etnias rivais. Não esqueçamos Ruanda. Combater o racismo é necessário, sempre que ele for evidente; exagerá-lo, imputando o rótulo de ‘racista’ a torto e a direito, não.

Roberto Veiga



A realidade primeiro

Caro Paulo J. Rafael, a situação do negro no país ainda reflete as amarras vindas de um passado escravocrata e colonial, e isso é inquestionável. E a novela mostra isso às claras. Endosso a pergunta do roteirista Aguinaldo Silva: não seria a realidade que deveria mudar primeiro? A novela toca um contexto real, e isso é construtivo, pior seria esconder a realidade, assim como faziam os comerciais de cabelo, sempre incitando ao alisamento, uma espécie de imposição estética.

George Brito, estudante de Jornalismo, Salvador



O mais preconceituoso

Um dos primeiros itens que os professores de Jornalismo dizem aos alunos é: ‘Jornalista tem que ler tudo, devorar livros etc.’ Francamente, eu concordava com isso até ler este infeliz texto de Paulo J. Rafael. Meu comentário vai até o 4º parágrafo, já que não consegui ler o resto. Triste e lamentável poder observar que algum iluminado pôde criticar, sem nenhuma base concreta, diga-se de passagem, a novela no que se refere ao preconceito racial. Reparem que os vilões são brancos, uma negra (Thais Araújo) é a protagonista da trama (além de ser linda e inteligente). ‘Não sabia que ser negro é pecado’, disse Paulo. Ou ele é muito mal-informado, deve ser o caso, ou ele é o mais preconceituoso de todos que lêem este site.

André Rabello, jornalista, Rio de Janeiro