O Washington Post lançou, esta semana, uma nova seção em seu sítio em que fornece aos leitores o resumo do melhor da cobertura política americana – o que significa, por vezes, dar links para furos de jornais rivais. A idéia por trás de Political Browser é oferecer, a cada dia, o conteúdo jornalístico de maior destaque sobre política – desde um artigo sobre um escândalo até um vídeo satírico do YouTube.
O que antes era impensável – incentivar o leitor a ler matérias de outros veículos –, nos últimos anos passou a se tornar uma idéia, no mínimo, aceitável, em grande parte por conta da crescente influência de blogueiros, que oferecem links para matérias que consideram interessantes, independente da fonte.
Era digital
Para o Post, chegou a hora de perder o medo. ‘Nossa relação com os leitores está mudando’, afirma Jim Brady, editor-executivo do sítio. O diário já permitia que alguns colunistas postassem links de outras fontes em seus blogs, mas o Political Browser é a primeira seção a, oficialmente, divulgar matérias de outros veículos. Organizações de mídia que continuam a resistir a esta tendência podem acabar aproveitando pouco da era digital, o que não seria uma boa idéia diante da queda progressiva de lucros publicitários e tiragem dos impressos.
‘Nós não estamos apenas fornecendo aos nossos leitores um jornalismo espetacular do Post, como também acesso a um ótimo jornalismo’, ressalta Brady. Sabendo que os leitores tendem a checar diversas fontes quando estão interessados em um assunto, o Post espera, no mínimo, ser a porta de entrada para a cobertura política online e encorajar mais pessoas a visitar seu sítio, financiado por anúncios. Informações de Anick Jesdanun [AP, 22/9/08].