JORNAIS EM CRISE
Murilo César Ramos
‘Paulo José Cunha é jornalista e professor de disciplinas de jornalismo na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Lá, mais do que colegas que dividem uma mesma sala de professor, somos amigos. Paulo escreve uma coluna online, semanal, sobre jornalismo. Ela se chama Telejornalismo em Close. Semana passada, a coluna tratou de um assunto que me aflige e, acredito, aflige igualmente todos aqueles que amam o jornalismo: a mesmice da imprensa diária brasileira.
Como é janeiro e estamos de férias acadêmicas, não nos encontramos na Faculdade para um daqueles papos que professores da UnB gostam de bater nos corredores, a caminho do estacionamento. Na falta do encontro presencial, um bate papo pela internet: singelas perguntas, motivadas pelos argumentos, mais do que oportunos da coluna (http://caid.sites.uol.com.br). Espero que o(a) leitor(a) aprecie a oportuna crítica do Paulo José ao jornalismo ora praticado pelos nossos jornalões.
Murilo César Ramos – Por que escrever no ‘Telejornalismo em Close’ da semana passada que ler um jornal no Brasil, qualquer que seja, dos chamados grandes, equivale a ler todos?
Paulo José – Ler um jornal no Brasil é ler todos porque todos os (grandes) jornais brasileiros publicam rigorosa e sistematicamente as mesmas notícias, com diferenças superficiais de tratamento, um ou outro box com alguma explicação adicional, um infográfico mais esclarecedor ou uma foto mais bem apanhada. Do ponto de vista do conteúdo, raramente os jornais brasileiros conseguem sair com matérias próprias, exclusivas, e que se diferenciem da concorrência.
Mas, não haveria exceções?
Exceções? Claro que as há. A entrevista da Renata Lo Prette (Folha de S.Paulo) com o ex-deputado Roberto Jefferson, que disparou o escândalo do mensalão, é uma delas. A matéria de Rosa Costa no Estadão revelando a existência de um caseiro do ex-ministro Palocci, vítima de quebra de sigilo bancário que destronaria o todo-poderoso ministro da economia de Lula, é outra. E a matéria do Lúcio Vaz & Equipe do Correio Braziliense denunciando o escândalo dos sanguessugas, idem.
Mas veja que são matérias e-ven-tu-ais. E raras.
Para encontrar uma exclusiva dessas você precisa ler o mesmo jornal todo dia para, ao final de um ano, com sorte, ter lido umas três, no máximo umas cinco. O resto é a massa comum a todos os demais jornais. E quando digo ‘exclusivas’ não me refiro apenas aos furos – falo até mesmo do dia-a-dia, da notícia que todo mundo tem.
Se observar um jornal como o Correio Braziliense, por exemplo, vai encontrar várias matérias assinadas apenas com o crédito ‘Da Redação’. Isso significa que o material é a transcrição ipsis literis de algum texto de agência ou, no máximo, uma fusão dos textos sobre o mesmo assunto, distribuídos por diversas agências de notícias. A ‘Redação’ não apurou coisa alguma (senão os nomes dos repórteres estariam lá). Apenas ‘enfeitou o pavão’. Por vezes, se ficar atento e tiver a pachorra de fazer a comparação, encontrará o mesmíssimo texto do Estadão (leia-se Agência Estado) no Correio Braziliense. Talvez com um outro título ligeiramente diferente. E olhe lá… Por isso, afirmo sem pestanejar que ninguém perde nada se ler apenas um grande jornal brasileiro – O Globo, a Folha etc.
Sou assinante do Correio Braziliense. Como tenho de sair muito cedo, antes do sol nascer já estou folheando o Correio. Quando chego à redação da TV Câmara para apresentar o telejornal matinal ‘Primeira Página’, em que exibo todos os jornais para as câmeras, depois de ter selecionado as principais notícias para análise, raramente encontro alguma coisa diferente do que já vi no Correio.
Se me permite…
Vá em frente!
… acho que consigo identificar algumas causas para essa mesmice. A primeira é o enxugamento das redações, com equipes cada vez mais reduzidas e uma brutal redução nas verbas para a realização das chamadas ‘grandes reportagens’. A segunda causa tem a ver com a chegada avassaladora do chamado ‘jornalismo em tempo real’, eletrônico, via internet ou canais de TV de news, que afetou as tiragens e reduziu os níveis de leitura. A oferta de informação eletrônica é bem maior do que a procura.
Para completar, na base disso tudo existe a constatação amarga feita por uma ex-aluna, e que pode ser sintetizada numa frase dela: ‘os tempos são outros’, para demonstrar o fim do que se costumou chamar de ‘jornalismo romântico’, e sua substituição pela submissão às modernas tecnologias, com reflexos de profundo reducionismo na qualidade dos textos e na profundidade das apurações. Talvez o jornalismo daqueles tempos fosse mesmo mais romântico. Mas, quem disse que o bom jornalismo precisa prescindir do romantismo, combustível que se associou ao espírito aventureiro de jovens repórteres para a realização de uma tarefa que se pretendia cada vez mais longe do tecnicismo e que buscava suas referências no humanismo, na ética, e na filosofia?
Mas, que ‘tempos românticos’ foram esses? É possível datá-los no Brasil? Não seria muito ‘romantismo’ de nossa parte imaginar que eles existiram?
Quando falo dos ‘tempos românticos’ refiro-me à época (e não faz tanto tempo assim) em que a atividade jornalística era realizada em bases menos mercantis e mais idealistas, aí embutidas as suas funções institucionais, que passam pela fiscalização do poder, a investigação dos diversos aspectos da vida social, o enfoque em profundidade de temas da maior relevância e que por vezes não são percebidos no dia-a-dia.
Era o tempo da ‘grande reportagem’, que foi parar sabe-se lá em qual escaninho da história. Tempos de revistas fantásticas como Realidade, Senhor, Veja (em seus primeiros anos) – todas no rastro da velha O Cruzeiro de David Nasser, Drew Zing e tantos outros, na trilha aberta por Chateaubriand, Samuel Wainer.
Naquela época – acho que até o início dos anos 80 – a imprensa, em sua maioria, ainda se pautava por esses princípios. Éramos mais aventureiros, e as empresas apostavam em nossas aventuras. Era mais importante a busca da informação exclusiva do que a perda de energia com o cuidado para não levar furo. Isso fazia com que os jornais fossem um pouco mais diferentes uns dos outros. Havia mais tempo para a apuração, o cultivo de fontes, a investigação.
É bom lembrar também que não havia esse patrulhamento idiota que faz com que um repórter se sinta constrangido por ser ‘flagrado’ almoçando com uma fonte… É claro que não defendo o outro extremo – a promiscuidade com as fontes e o uso da profissão para as famosas carteiradas. Nada disso.
Por outro lado, levar furo fazia parte da atividade, e a cobrança das chefias não era tão pesada quanto hoje, em que a necessidade de não ser passado para trás pela concorrência virou obsessão. Chega a dar pena acompanhar a angústia dos colegas que fazem cobertura em tempo real, na tentativa de abarcar tudo o que acontece na Esplanada, no Planalto, no Congresso e nos Tribunais. Onde vai parar o bom texto nessa correria toda? Onde fica a sensibilidade para encontrar o ‘homem’ no meio dos índices e dos percentuais?
Quanto à segunda parte da pergunta, corro o risco de ser taxado de saudosista, mas tenho a mais absoluta certeza de que aqueles tempos de ‘jornalismo romântico’ existiram, sim. E sua maior contribuição foi a produção de um jornalismo cheio de defeitos, mas muito mais generoso e humanista – quando não existia ainda a praga das estatísticas e dessa mania copiada dos americanos de botar pesquisa em todas as manchetes. Quando falo em ‘jornalismo romântico’ obviamente não penso na volta das redações esfumaçadas, dos repórteres queimando a saúde e discutindo política nos botequins, nem mesmo no heroísmo dos profissionais que se tornavam protagonistas das notícias pelos riscos que corriam no ‘sacerdócio’ da caça à informação. Não se trata disso. Defender a volta dessas práticas seria um desserviço aos avanços conquistados. Falo da necessidade de se resgatar um pouco da paixão inerente e insubstituível a uma profissão que se diferencia das outras exatamente pela possibilidade de centrar a atenção na condição humana em todas as suas manifestações.
Mas, você não estaria sendo idealista demais, ao querer resgatar um jornalismo menos mercantil em um ambiente em que praticamente tudo, do classificado ao editorial, parece ter virado mercadoria?
Talvez. E tem razão quando lembra que toda a cadeia editorial submeteu-se aos imperativos do mercado. Mas insisto acreditando que o élan, o combustível que move e motiva a atividade jornalística não reside no lucro, mas numa vocação íntima e insubstituível, que faz um repórter esquecer de cobrar as horas extras que gastou numa apuração, o almoço com a família trocado por um sanduíche frio devorado às pressas, e até mesmo a segurança pessoal em nome de uma boa matéria.
Sem este ingrediente não existe bom jornalismo. No máximo, a rotinização da cobertura que converte a atividade na realização de um produto muito próximo de um relatório. Se conversar com qualquer bom repórter, vai perceber o brilho nos olhos diante de uma boa pauta, a disposição de interromper as férias ao se deparar com uma matéria pronta para ser apurada.
Não sei que nome se pode dar a essa chama, mas ela não é atiçada a dinheiro, mesmo reconhecendo, como já afirmei, que você tem razão ao salientar o caráter mercantilista que passou a cobrir praticamente todas as etapas da produção e todas as seções de um jornal. Se me perguntar como e o que se pode fazer para resgatar e valorizar essa força motivadora, não teria uma resposta pronta pra lhe dar. No máximo, poderia apontar caminhos, como o resgate da boa e velha grande reportagem e o incentivo à investigação e a mudança da própria filosofia editorial (substituição do medo do furo pela busca da informação exclusiva e diferenciada, por exemplo).
Acredito sinceramente na possibilidade de convergência entre os interesses comerciais e a valorização da vocação original da imprensa.
Se conversar com Rosa Costa, do Estadão, autora do furo que derrubou Palocci ou com Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, autor do furo dos sanguessugas, vai perceber que são exceções dentro de redações onde cada vez mais a atividade funciona no piloto automático. Falta à maioria dos repórteres em atividade o tal élan a que me referi. Aliás, talvez nem falte o élan, mas o incentivo para que esse élan seja devidamente aproveitado e direcionado.
Uma vez, lá pelos anos 70, ouvi de um velho jornalista, o saudoso Abdias Silva, do Jornal do Brasil, que alguém é repórter ou não é repórter. E o que parecia um truísmo na realidade era a constatação da existência desse élan, dessa chama que diferencia a vocação da obrigação. Repórter é alguém que possui alguma coisa diferente da maioria dos mortais. Como professor de Comunicação da UnB sei, perfeitamente, quando estou diante de um futuro repórter, mesmo quando o texto não é dos melhores, mesmo quando não sabe direito onde pretende atuar, se num jornal impresso, numa emissora de rádio, num site ou numa emissora de TV. Aprendi a identificar aquela chama que precisa, urgentemente, ser avivada, promovida, incentivada, porque sem ela aquela vocação pode cair na burocracia que constitui a própria antítese do trabalho da imprensa.
Um exemplo simples, só pra finalizar: uma vez, na TV Globo, o repórter Leonel da Mata, que cobria a Presidência da República, fazia um plantão de fim de semana, e foi destacado para apurar a denúncia de um telespectador, de que na rua de uma cidade-satélite estava correndo água sem parar, água de boa qualidade. Embora fosse um repórter ‘nacional’, Leonel nos deu naquele dia uma aula de profissionalismo.
Em vez de simplesmente filmar a ocorrência e procurar explicações dos técnicos da CAESB, resolveu perseguir aquele fio de água. Entrou em casas, pulou muros, atravessou quintais, enfrentou cachorros e espinhos de matagais até encontrar o ponto exato do vazamento: um cano da própria CAESB, mal cuidado, que provocava um desperdício formidável justamente numa área onde o abastecimento d’água era precário. Deu-se ao trabalho de medir a vazão do vazamento para calcular, com base na tarifa, quanto dinheiro do contribuinte literalmente havia escorrido e continuava a escorrer pelo esgoto. Só um repórter com aquele élan a que me refiro dá-se ao trabalho de fazer uma coisa dessas.
Lamentavelmente tenho visto muito pouco desse espírito ultimamente. Aquele ‘algo mais que só a Shell lhe dá’ parece que anda fora de moda. A obrigação cada vez mais vem se impondo à vocação. Uma pena. Ainda bem que existem exceções, mas são poucas.
Murilo César Ramos é jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Coordena na UnB o Laboratório de Políticas de Comunicação e o Grupo Interdisciplinar de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações. É sócio da Ecco / Consultoria em Comunicações.’
COMUNICAÇÃO CORPORATIVA
Lá vem a comunicação pública fazer seu marketing, 20/01/07
‘O barco está afundando. E dentro dele a família, a comunidade, a cidade, o país, o mundo e instituições como a escola, o hospital, a justiça etc vão junto. Muitos já apontam uma crise sistêmica de ordem moral, social, econômica, educacional e ambiental.
Os temas da grande crise estão no cotidiano, transformados em manchetes, em ensaios acadêmicos, em tema de telenovela: aquecimento global, exclusão social, poluição de todos os tipos. As cidades brasileiras vivem, com freqüência impressionante, acontecimentos que interferem, modificam, pioram a vida de milhões de pessoas.
E, agora, a cada semana, notícias de grandes acidentes, de ineficiência dos transportes, defeitos de logística, violência urbana que atinge intencionalmente os indefesos cidadãos, inclusive os pobres, num viés de terror e silêncio.
No perfil da crise estão os ataques atribuídos ao PCC, em São Paulo, o acidente com o Boeing da Gol, no Pará, o descontrole aéreo em todos os aeroportos, a venda de mais acentos do que poltronas das aeronaves, os ataques a ônibus e delegacias de polícia no Rio de Janeiro, o acidente nas obras do metrô de São Paulo.
Como resultado imediato, numa triste e simples soma: centenas de mortos e feridos, milhões de habitantes afetados nas mais diversas proporções e conseqüências. Em todos estes casos, um ponto em comum: fracassados processos de comunicação organizacional das empresas e instituições relacionadas a estas crises.
Deste fiasco, depreendemos que, a começar dos líderes políticos aos responsáveis pela gestão de sistemas técnicos, não sabem o que dizer. São incapazes de atender à, justa e necessária, demanda por informações da sociedade por meio da imprensa.
A origem desta incapacidade é a falta de vontade política para implantar na administração processos organizacionais, permanentes e regulares, voltados para a comunicação pública. Nas instituições de Estado, os comunicadores não fazem comunicação pública. Abrem mão de seu papel, função e responsabilidade e fazem ‘marquetagem’ dos políticos da vez, apesar de que sua razão de ser – e existir ali é o cidadão.
Da mesma forma que não existem leitos nos hospitais e vagas nas escolas suficientes e de qualidade, falta também informação pública de verdade. Somos vítimas de um sistema político que, além de usar mal nosso suado e escorchado dinheiro, espoliado por impostos vergonhosos, nos sonega informação.
Assim, a cada nova crise, morremos mais um pouco de desinformação.
Paulo Nassar é professor da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). Autor de inúmeros livros, entre eles O que é Comunicação Empresarial, A Comunicação da Pequena Empresa, e Tudo é Comunicação.’
TELEVISÃO
Márcio Alemão
Tempos confusos, 22/01/07
‘Recebi bem mais de 100 mensagens referentes à coluna do BBB7. É meu costume responder a todos mas, nessa quantidade, o melhor é fazer um agradecimento geral: obrigado e saibam que fiquei feliz com praticamente 100% de concordância com minhas opiniões.
E um dos leitores levantou uma questão interessante: a turma da casa começa a criar fortes laços afetivos após algumas horas de programa. Apenas duas semanas passaram e alguns casais já chegaram a jurar amor eterno, sonharam com uma família, conheceram a decepção do amor, deram um tempo, terminaram tudo, foram às lágrimas e já freqüentam outros edredons.
Falando em lágrimas, lembrei-me da Bispa Sonia Hernandes. Lembrei das primeiras vezes que a vi na TV. Eu a chamava de ‘a pastora perua’. Sempre muito bem vestida, bem maquiada, escolhia locações bucólicas para passar suas mensagens. Eu a via e sentia que havia esperança para todos nós. Ela se balançava à beira de um lago, o sol abençoava a cena, os pássaros gorgeavam em harmonia. Uma pintura quase impressionista.
Sua fama foi aumentando junto com seu prestígio e, segundo as notícias que tenho lido, o vil metal parece ter obnubilado o sol naquele eterno céu de primavera. Em seu novo formato, a Bispa chorava. Jamais consegui revê-la em momento de júbilo. A Bispa pregava e chorava. Devo confessar minha discreta desatenção ao que dizia, sempre. Seriam lágrimas de alegria? Tears of joy? É provável. E agora lá em Miami, apartada de seu rebanho, como estará? Espero que esteja bem e que o martírio lhe fortaleça.
Tempos de dor também ao redor da cratera que se abriu nas obras do metrô em São Paulo. Lamentável e questionável a cobertura de José Datena no primeiro dia do acidente. Como de costume, o tom exagerado parecia anunciar que toda a cidade seria tragada em minutos pois estávamos diante da ‘ponta do iceberg’. Nenhuma afirmação tácita, é claro. Foi mais um reality de mau gosto em nossa TV.
E em momentos reais como esse, sinto que estou muito contaminado pela ficção. Comecei a desejar que tudo aquilo fosse um filme. Que em minutos o staff do governo se reuniria e em segundos decidiria o que fazer, com precisão. Imaginei que equipes especializadas nesse tipo de ocorrência, estivessem elas no Japão, Califórnia, seriam trazidas em aviões, helicópteros e começariam a trabalhar diuturnamente. Sonhei que ao final do dia a tal Van fosse encontrada e todos resgatados com vida.
No final daquel dia vi um bombeiro deixando o local, só, triste, de mãos atadas, inconformado.
Era tudo verdade. Paul Newman, Burt Lancaster ou Silvester Stalone não viriam nos ajudar.
Márcio Alemão é publicitário, roteirista, colunista de gastronomia da revista Carta Capital, síndico de seu prédio, pai, filho e esposo exemplar.’
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