As denúncias contra o senador Renan Calheiros ganharam novo fôlego neste fim de semana: o advogado da jornalista Mônica Veloso foi substituído pela própria cliente enfeitando a última edição de Veja (nº 2012, de 13/6/2007) com novas acusações contra o senador.
A revista estava nas bancas no sábado (9/6) pela manhã com a charmosa capa, mas horas depois, sábado à noite, o advogado comunicou à polícia de Brasília que ele e sua cliente estão sendo ameaçados de morte.
O que chama a atenção neste caso são as opções editoriais de Veja. Vejamos: o PSOL conseguiu abrir um processo na Comissão de Ética do Senado para investigar eventuais ligações de Renan Calheiros com uma grande empreiteira; as contas do senador estão sendo verificadas de perto pela mídia para saber se a pensão paga à jornalista por conta de uma filha que tiveram saiu do seu bolso ou de terceiros; então por que esta insistência do maior semanário brasileiro em levar o caso para a esfera privada?
O caso do senador Renan é agora um caso de interesse público, a sua permanência na presidência do Senado está sendo abertamente discutida nas colunas políticas. Esta obstinação da Veja em esquentar o episódio com os ingredientes apelativos de Caras não ajuda a cruzada nacional contra a corrupção e pode convertê-la numa farsa.