A ministra da Cultura da Alemanha, Christina Weiss, entrou na controvérsia da venda do jornal Berliner Zeitung para um consórcio internacional liderado pelo ex-executivo-chefe do grupo Mirror David Montgomery, dizendo que teria sido ‘melhor’ se o jornal tivesse sido vendido para qualquer outra pessoa. Christina afirmou que o governo alemão irá inspecionar de perto o que será feito do título pelos novos donos.
‘Não é segredo que esta compra levantou preocupações quanto à qualidade jornalística’, disse. ‘O novo dono precisa provar que seu compromisso com o jornal será levado a sério’. Após o anúncio da compra, Montgomery esteve na redação do Berliner Zeitung e garantiu aos funcionários que não pretende acabar com o jornal. Ele não quis entrar em detalhes, entretanto, sobre a possibilidade de corte de pessoal.
Esta é a primeira vez que um jornal alemão é vendido a investidores estrangeiros. A compra da editora Berliner Verlag, subsidiária da empresa Holztbrinck, pelo consórcio formado por companhias americanas e britânicas, foi criticada por políticos, sindicalistas e representantes do setor cultural. Após o anúncio do acordo, os jornais locais reagiram ceticamente. Comentando o encontro de Montgomery com a equipe do Berliner Zeitung, o jornal Tageszeitung afirmou que ele ‘parecia um pouco como um turista europeu em uma cerimônia do chá chinesa, que se comporta como se entendesse as piadas’. O fato do empresário não falar alemão também provocou críticas. Perguntado se poderia ler o jornal que comprou, ele respondeu que aprendeu um pouco de alemão na escola. ‘Isso foi há muito tempo, mas a língua não é estranha para mim’, desconversou. Informações de Luke Harding [The Guardian, 27/10/05].