Em oito anos de existência, nós testamos praticamente todos os tipos de financiamento para fazer um jornalismo de qualidade. Somos um negócio social, operando como empresa e também como ONG – modelo pelo qual fomos reconhecidos pelo BID como uma das 16 start-ups mais inovadoras da América Latina em 2014. Formamos mais de 300 jovens das periferias de São Paulo em jornalismo.
Escrevemos mais de 100 reportagens jornalísticas para mídias online, criamos uma revista impressa, fizemos o primeiro guia gastronômico das periferias de SP, publicamos três documentários e fizemos parcerias de distribuição com os principais veículos online do país – levando pautas locais para debates nacionais.
Mas o que a gente já fez não necessariamente conta quem somos, principalmente porque nossa vontade em experimentar é maior do que a vontade de ser “o/a melhor” em alguma coisa. Por isso a gente é uma escola-laboratório de jornalismo. Juntamos o jovem, o jornalismo e as possibilidades do mundo digital para experimentar o futuro. Tendo sempre a diversidade como ponto essencial para nossa existência.
Ao longo dos anos, percebemos que nossa maior riqueza está na inovação que construímos no dia a dia, no aprendizado durante os processos que percorremos aqui na Énois e na Escola de Jornalismo, no acompanhamento que a gente faz do que está rolando no mundo das notícias e no jornalismo, e nas reflexões sobre como usar esse conhecimento todo para melhorar a qualidade do jornalismo e fortalecê-lo como serviço público.
Somos bons em experimentar e ruins em registrar experiências. Mas decidimos que era importante tentar. Por isso, lançamos aqui um espaço para refletir sobre o jornalismo. Essa iniciativa começa junto com o percurso de 2017 da Escola de Jornalismo e a ideia é que as discussões que acontecem nas aulas e são o alicerce da produção de cada módulo (que dura três meses) estejam ao alcance de todos.
Queremos contribuir para a construção de um jornalismo de mais qualidade, independente e diverso. Vamos falar sobre metodologias e ferramentas que podem ampliar o alcance do jornalismo para outras áreas, sobre novas perspectivas de abordagem de um assunto a partir de um olhar jovem, a importância da descentralização do jornalismo, como diferentes formas de financiamento podem transformar o jornalismo independente, e como o jornalismo pode ajudar o jovem a se conhecer, se questionar e impactar seu entorno.
Queremos jogar no espaço público a discussão sobre a crise que o jornalismo vive, pensar sobre as consequências de todo mundo ser uma organização de mídia, e sobre como compreender o fluxo de informação que nos soterra e até desinforma.
Queremos parar pra pensar juntos, considerando quem produz e consome jornalismo, e levando em conta o impacto que temos na construção da sociedade. Jornalismo é ainda mais necessário com o questionamento de quem define o que sabemos, e as empresas de mídia e a verdade em crise. Temos muito a repensar e muito jornalismo a fazer juntos. Bora?