A internet banda larga no Brasil convive com diferentes realidades. Nos grandes centros, GVT e Net construíram redes baseadas em fibra e passaram a oferecer velocidades superiores a 10 Mbps.
Em resposta, a Telefônica/Vivo está implantando fibra até as residências (FTTH) e a Oi pretende fazer o mesmo.
Em muitos bairros dessas grandes cidades já é possível escolher entre duas ou três operadoras de banda larga com velocidades superiores a 5 Mbps. A competição deve elevar esse patamar a velocidades cada vez mais altas.
Na maioria dos municípios, no entanto, as opções se restringem à oferta da concessionária de telefonia fixa que, pelas limitações de sua rede, não consegue ir muito além de 1 Mbps.
A competição fica restrita a pequenos provedores e à banda larga móvel (3G).
O principal gargalo da banda larga é a cobertura (área atendida) com alta velocidade. As operadoras estão construindo uma infraestrutura de acesso à banda larga de alta velocidade, baseada em redes de fibra óptica e 4G. Mas, sem um plano de incentivos, essa rede não chegará a todos os municípios.
Satisfação menor
A Teleco estima que seriam necessários cerca de R$ 100 bilhões para levar o acesso em fibra para todas as residências brasileiras.
A internet de banda larga no Brasil enfrenta ainda outros problemas, como:
>> O crescimento explosivo do tráfego em uma rede em construção torna mais provável o aparecimento de problemas, como quedas na rede ou congestionamento.
>> Na banda larga móvel 4G que está sendo implantada nos grandes centros urbanos, a cobertura deve ser deficiente no início da operação devido à frequência mais alta que está sendo utilizada.
>> Algumas prefeituras tendem a perceber a implantação de redes ou de antenas como uma fonte de arrecadação, e não como um investimento que deveria ser agilizado pelo município.
>> O Brasil está entre os três países do mundo com maior carga tributária em telecomunicações, o que drena recursos que poderiam ser utilizados para acelerar os investimentos no setor.
Segundo pesquisa realizada pela Anatel, o brasileiro está satisfeito com a banda larga no país, mas ele exigirá certamente cada vez mais velocidade e qualidade.
O dado mais positivo da pesquisa foram os 74,7% de usuários satisfeitos com a banda larga móvel pré-paga.
Isso retrata a ampliação de acesso que o serviço promove, mas, daqui a dois anos, a satisfação será bem menor se a velocidade e as cotas de dados não crescerem.
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Eduardo Tude é presidente da Teleco, consultoria de telecomunicações