A necessidade de garantir a não interferência de sinais entre os serviços de banda larga e de TV digital na licitação da faixa de 700 MHz foi um dos pontos apontados pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) e pela Associação de Rádio e Televisão (Abratel) nesta terça-feira durante o seminário “4G, Cobertura rural e leilão da faixa de 700 MHz”.
O presidente da Abert, Daniel Slaviero, disse que 2014 será um ano decisivo para a TV aberta no país. Para ele, dois pontos para a destinação da faixa de 700 MHz necessitam destaque: liberação da faixa com a manutenção da área de cobertura, e isto é feito com o replanejamento de canais e a garantia da não interferência de sinais, o que significa a convivência dos serviços de radiodifusão e de telecomunicações.
Para ser feito o desligamento da TV analógica, disse, precisa ter a garantia de cobertura e de recepção dos sinais pelo usuário. Segundo ele, o replanejamento de canais está caminhando mesmo nas regiões mais complexas, como São Paulo e o interior do estado.
– O ponto mais importante está nas interferências, não pode haver surpresas nem para as empresas que estão comprando as faixas e nem para os radiodifusores – afirmou.
Esta questão do desligamento não é com a transmissão, disse ele, explicando que as TVs estão preparadas inclusive já vão transmitir os jogos na Copa do Mundo. Mas é com a recepção.
O presidente da Abratel, Luiz Claudio Costa, disse que alguns radiodifusores já estão operando na faixa que vai ser liberada para a licitação. Eles já compraram equipamentos digitais e terão que ser indenizados. Ele explicou ainda que os testes que estão sendo realizados apontam que todas as TVs estão sujeitas a interferência, inclusive as TVs por assinatura via cabo ou satélite.
– Será que a indústria está preparada para fabricar todos os filtros, inclusive para a recepção móvel? Eu não quero deixar de assistir TV – disse ele.
O vice-presidente de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasoli, disse que o interesse para que o problema da interferência seja resolvido não é só de uma parte. Ele afirmou ainda que a interferência não é só do SMP na TV, mas o contrário também. Para ele, os custos de redistribuição de canais e as soluções deve ser público o mais cedo possível, devem ser antecipados.
A secretária de Serviços de Comunicações Eletrônicas do ministério das Comunicações, Patrícia Ávila, anunciou que a nova norma de TV digital, que já passou por consulta pública, deverá ser publicada pelo governo nos próximos dias. Ela inclui a dispensa de licitação para as retransmissoras.
******
Mônica Tavares, do Globo