Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Brasil em 3º lugar no ranking da banda larga na AL

O Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás de Chile e Barbados, em um ranking de 26 países da América Latina e o Caribe analisados em relação ao alcance e penetração da banda larga, de acordo com índice que será divulgado hoje pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No ranking global, o Brasil cai para a 30ª posição em um total de 63 países, com índice de 5,32 – em uma escala que vai de 1 a 8. A classificação é liderada pela Suécia (7,28), Coreia (7,18) e Islândia (7,05).

“Quando comparamos o Brasil com o conjunto dos 63 países analisados, há um caminho grande a percorrer”, disse Antonio Garcia-Zaballos, idealizador do Índice de Desenvolvimento de Banda Larga (IDBA, na sigla em espanhol) e especialista em telecomunicações.

Os 26 países analisados na região da América Latina e do Caribe alcançaram nota média de 4,37 – no topo, o Chile obteve nota de 5,57 e Barbados, de 5,47. “Uma maneira importante de o Brasil aumentar o alcance da banda larga, por exemplo, é por meio das infraestruturas móveis”, acrescentou Garcia-Zaballos.

Ele explicou que, no Brasil, foi evidenciado o baixo uso de internet em áreas rurais. Além disso, há uma redução importante no uso da rede mundial de computadores por parte da população com idade acima de 34 anos, em relação a pessoas mais jovens. O estudo destacou que o acesso aos computadores e à internet tem sido uma preocupação do governo brasileiro nos últimos anos e que, embora esteja crescendo rapidamente, continua concentrado nas classes de alta renda da população.

Reduzir a distância entre áreas urbanas e rurais

O índice combina 37 indicadores, selecionados com base em quatro pilares: as políticas públicas e a visão estratégica; a regulação estratégica; a infraestrutura; e as aplicações e conhecimento. Na análise sobre cada um dos pilares que compõem o índice, o Brasil ocupa também a terceira posição no ranking regional de “políticas públicas e visão estratégica”, com índice de 5,87, e a 21ª posição na lista de 63 países. No pilar regulação estratégica, o Brasil está no segundo lugar do ranking regional. No de “infraestrutura” e “aplicações e conhecimento”, o país está na quinta e sexta posições, respectivamente, sempre na comparação com a América Latina e o Caribe.

De acordo com um estudo recente do BID, um aumento de 10% na penetração de serviços de banda larga na região da América Latina e do Caribe significaria um aumento médio de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) e um crescimento de 2,6% na produtividade dos trabalhadores.

Na avaliação do BID, é possível potencializar o uso do celular para acesso à internet. Garcia-Zaballos considerou que o leilão da faixa de frequência de 700 MHz, previsto para agosto e destinado à oferta de serviço de internet móvel de quarta geração (4G), contribuirá para o aumento do alcance da banda larga no Brasil. “A maneira mais natural de aumentar a penetração da banda larga é por meio de infraestruturas móveis. Um tema importante que o governo deveria acelerar é o referente à faixa de frequência de 700 MHz”, disse o especialista.

O ranking de alcance da banda larga faz parte do novo site chamado DigiLAC, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que reúne dados dos países e de mais de 15 mil cidades. Para o BID, os dados mostram que empresas, legisladores e reguladores, além de ministérios de diferentes setores, precisam trabalhar de forma coordenada para enfrentar a lacuna digital que existe no país na comparação com outras economias no mundo. Além disso, na visão da instituição, é preciso reduzir a distância entre áreas urbanas e rurais dentro dos próprios países analisados pela pesquisa.

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Cristiane Bonfanti, do Globo