A mídia está sendo alarmista ao insistir nas denúncias sobre o desmatamento da Amazônia? Ou ela faz aquilo que lhe cabe na equação republicana – alerta a sociedade e apressa a reação das autoridades?
A mídia, principalmente a mídia impressa e, sobretudo, a mídia diária, está se comportando corretamente, investindo em reportagens de interesse público. Custa caro mandar um dupla de repórteres ao Mato Grosso ou ao Pará e mantê-los lá durante alguns dias ou semanas. Mas sem investimento não se faz reportagem e sem reportagem não se faz jornalismo.
Não adianta reproduzir declarações dos ambientalistas ou repetir as sinistras estatísticas sobre a devastação da Amazônia. O leitor só vai sensibilizar-se quando perceber que os jornalistas saíram do conforto da redação e estão no local do crime, correndo perigo e cumprindo a sua missão.
Mas as autoridades não deveriam sentir-se confrontadas pelas denúncias da imprensa. Ao contrário. O governo só tem a ganhar quando se mostra sensível aos alarmes emitidos pela mídia. Quando resiste às evidências corre o risco de passar por cego. Ou, o que é pior, por cúmplice.