Pode entrar para a história a entrevista da jornalista Fátima Bernardes com os pais de João Hélio, a criança martirizada pelos bandidos no Rio, apresentada domingo (11/2) no Fantástico e parcialmente repetida na segunda (12) no Jornal Nacional e no Jornal da Globo.
A jornalista cumpriu uma missão difícil, a Rede Globo foi decisiva, mas quem tocou na alma do país inteiro foram os pais da criança. Ou melhor, as suas palavras.
Destroçados pela barbaridade, conseguiram apelar para a razão. Articulados, conseguiram superar as emoções. Tocaram os corações, tocaram as mentes e alguma coisa começou a se mexer no coração da sociedade brasileira.
Há um clima de ‘Nunca Mais’ no ar que precisa ser aproveitado. Juristas e magistrados acham perigoso mexer na legislação em momentos dramáticos, mas o Brasil mexe nas leis, nos códigos e até na Constituição com uma facilidade e uma freqüência que beira a irresponsabilidade.
Não cabe à mídia decidir o que precisa ser feito, mas cabe a ela colocar urgências e premências na agenda nacional.