Leia abaixo a segunda parte da seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo Terça-feira, 18 de agosto de 2009 IMPRENSA Folha de S. Paulo ANJ completa 30 anos de luta contra censura ‘A ANJ (Associação Nacional de Jornais) completa nesta semana 30 anos de existência. A entidade representa as principais publicações diárias do país e foi criada numa sala do jornal ‘O Dia’, no Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1979. O Brasil ainda vivia o final da ditadura militar, que só terminou em 1985. Os proprietários de jornais consideraram ser necessária uma associação para defender a liberdade de imprensa, trocar informações sobre as melhores práticas no setor e trabalhar para aprimorar a indústria jornalística. Hoje, mais de 140 jornais de todas as unidades da Federação são associados da ANJ. Juntos, são responsáveis por cerca de 90% da circulação diária média no país. ‘Hoje, vivemos numa democracia. Mas a missão da ANJ continua a mesma, porque para a liberdade de expressão não existe um ‘fim da história’. Trata-se de um processo contínuo. A sociedade precisa estar sempre alerta e disposta a defender seu direito à informação’, diz Judith Brito, presidente da ANJ e diretora-superintendente do Grupo Folha. ‘O saudoso publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira [1912-2007], resumiu a ideia numa frase forte, dita em 2003: ‘O que interessa ao governo é a mídia de joelhos. Não uma mídia morta. Uma mídia independente não interessa a governo nenhum’, lembra Judith. Para celebrar seus 30 anos de existência, a ANJ realiza hoje, em Brasília, um painel sobre liberdade de expressão e o futuro do jornalismo. Uma campanha em jornais, revistas, TV e rádio também será veiculada, chamando a atenção da sociedade para a importância dos jornais na construção da liberdade de imprensa e da cidadania. O painel ‘Liberdade de Expressão e o Futuro do Jornalismo: o que dizem os jornalistas’ começa às 14h30 no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21. O convidado principal é o jornalista grego-britânico Iason Athanasiadis, que ficou preso 20 dias no Irã por causa de sua cobertura sobre as manifestações contra o resultado da eleição que reconduziu Mahmoud Ahmadinejad ao poder. O painel contará ainda com Merval Pereira (colunista de ‘O Globo’), Marcelo Rech (diretor-geral de Produto do Grupo RBS), Daniel Piza (editor-executivo e colunista de ‘O Estado de S. Paulo’), Carlos Eduardo Lins da Silva (ombudsman da Folha) e Alon Feuerwerker (colunista do ‘Correio Braziliense’). O mediador será Fernando Rodrigues, repórter da Folha e diretor do Comitê Editorial da ANJ. Também faz parte das comemorações o lançamento do livro ‘A Força dos Jornais’, de autoria de Judith Brito e do jornalista Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ. A obra relata as origens da entidade, descrevendo a trajetória dos jornais nos últimos 30 anos. À noite, no Brasília Palace Hotel, haverá um jantar e entrega do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa ao deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), autor da ação no Supremo Tribunal Federal que resultou no fim da Lei de Imprensa herdada do regime militar.’ *** Livro traça um panorama da imprensa no Brasil ‘Para comemorar os 30 anos da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Judith Brito e Ricardo Pedreira -presidente e diretor-executivo da entidade- lançam hoje o livro ‘A Força dos Jornais’, que traça um panorama da imprensa no Brasil desde o primeiro mensário (‘Correio Braziliense’, editado em Londres) até o presente, quando ela enfrenta a concorrência de outros meios como a TV, o rádio e a internet. No primeiro capítulo, os autores descrevem o surgimento da imprensa no país, com a chegada da família real em 1808, e a progressiva substituição dos pequenos jornais partidários -que marcaram a era imperial- por empresas sólidas, de perfil industrial, que viviam de anúncios e de assinaturas. A consolidação dos jornais como veículos da opinião pública durante o período republicano, porém, induziu vários presidentes a tentarem controlar a imprensa. Floriano Peixoto fechou o ‘Jornal do Brasil’ em 1893, e depois obrigou seu diretor editorial, Rui Barbosa, a ir para o exílio; em 1940, Getúlio Vargas decretou intervenção em ‘O Estado de S. Paulo’. Os jornais voltaram a sofrer essas pressões depois do golpe de 1964. Em 1969, o ‘Correio da Manhã’ foi extinto, após ter edições apreendidas e ser invadido pela polícia. A censura tornou-se mais rígida a partir de 1970. Em 1977, apesar da política de distensão política do general Ernesto Geisel, o chefe da Casa Militar, general Hugo Abreu, chegou a dizer que a Folha poderia ser fechada se insistisse nas críticas ao regime. Grupos mais radicais chegaram a queimar e explodir bancas de jornal, numa clara tentativa de intimidar a imprensa.. É nessa conjuntura que Cláudio Chagas Freitas, do jornal ‘O Dia’, articula a criação da ANJ, fundada em 17 de agosto de 1979. Já no ano seguinte a entidade barrou a criação de um órgão estatal para controlar os anúncios. Após a redemocratização do país, em 1985, conseguiu assegurar a inclusão, na nova Constituição, do princípio da liberdade de expressão e do veto a todo tipo de censura. Nos anos 90, a ANJ coordenou o processo de padronização gráfica dos jornais e conseguiu impedir a aprovação, pelo Congresso, de uma lei que previa pena de prisão para jornalistas e apreensão de jornais e revistas -até que em 2009 o Supremo Tribunal Federal revogou a Lei de Imprensa herdada da ditadura militar. LIVRO – ‘A Força dos Jornais’ Judith Brito e Ricardo Pedreira; Associação Nacional de Jornais; 151 págs.’ GUERRA NA TELINHA Fernando Barros de Mello Promotoria diz não se ‘intimidar’ pela Igreja Universal ‘O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, divulgou ontem uma nota em que afirma que o Ministério Público Estadual ‘em hipótese alguma se deixará intimidar em razão de distorções dos fatos e das insinuações perpetradas por quem quer que seja’. A nota foi motivada pelo programa ‘Repórter Record’, que foi ao ar no domingo e atacou Roberto Porto, um dos quatro promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que fizeram a denúncia contra o bispo Edir Macedo, fundador da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), e mais nove pessoas. A Justiça abriu ação criminal contra eles. Já a Universal entrou ontem com pedido de abertura de sindicância contra os promotores responsáveis pela denúncia. ‘O pedido se baseia em sérias denúncias sobre a conduta de alguns promotores, veiculadas pela imprensa desde ontem’, afirmou nota da igreja. A Record questionou a isenção do promotor e afirmou que Porto foi punido por beneficiar a Globo. Segundo a TV, ele ficou afastado de novembro de 2003 a abril de 2004, por causa da divulgação de uma gravação do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, reclamando do Regime Disciplinar Diferenciado na penitenciária de Presidente Bernardes. A entrevista foi levada ao ar pela TV Globo. A nota de Fernando Grella Vieira diz que a divulgação foi alvo de uma investigação. ‘Como nenhuma ilegalidade foi constatada, foi proposto o arquivamento do procedimento, o que foi homologado pelo Tribunal de Justiça, após reexame da matéria pelo desembargador Denser de Sá.’ A Record disse ainda que a juíza da 9ª Vara Criminal Patrícia Alvares Cruz teve um relacionamento com o promotor Porto. Mas ela não analisou a denúncia e não teve relação com o caso. ‘A juíza Patrícia Alvarez Cruz, citada na reportagem, nunca atuou no processo criminal em questão que, conforme já explicado, é presidido pelo juiz dr. Gláucio Roberto Brittes’, escreveu Vieira. O procurador-geral disse ainda que a denúncia foi distribuída para a vara da Justiça por sorteio eletrônico, o procedimento padrão nesses casos. Superfaturamento A Iurd disse ainda que, desde 2007, tenta comprar espaços na programação da Rede Globo e do SBT, como faz com a Record. Ontem, a igreja encaminhou para a Globo uma proposta de aquisição de espaço comercial de rádio e TV durante as madrugadas. O valor anual seria de R$ 545 milhões. A Iurd não diz quanto paga para a Record pelo espaço que ocupa na madrugada. Uma das suspeitas levantadas na investigação foi a compra superfaturada de horários na Record, como forma de repassar dinheiro da igreja para a emissora. Cálculos feitos por um otimizador de mídia (software utilizado por agências de publicidade para planejar campanhas) revelam que a madrugada da Record valeria hoje no máximo R$ 60 milhões por ano. Segundo o mesmo software, nem a madrugada da Globo, com cinco vezes mais audiência, valeria R$ 545 milhões -no máximo, R$ 240 milhões/ano. Colaborou DANIEL CASTRO, colunista da Folha.’ FANFARRA ELEITORAL Editorial A parada de Dilma ‘DENTRO DO que uma rodada de pesquisas feita 14 meses antes do pleito permite especular, os resultados do Datafolha deste fim de semana mostram que está longe de consolidar-se o cenário em que a sucessão do presidente Lula se restringiria, desde o primeiro turno, a um choque entre petistas e tucanos. No domingo, o instituto mostrou que, pela primeira vez desde que seu nome foi incluído na sondagem, em março de 2008, as intenções de voto na aspirante inventada por Lula pararam de crescer. A ministra Dilma Rousseff estacionou em 16% -o que, vale salientar, não é pouco para alguém que nunca disputou cargo majoritário. Esse freio na preferência popular pelo nome da petista dá-se em paralelo a fatos que ajudam a explicá-lo. A exposição obstinada em eventos de apelo midiático e eleitoral, a que Rousseff era submetida pelo Planalto, teve de diminuir em virtude de um tratamento de saúde. A prolongada crise do Congresso, que engolfa em especial o Senado, ajudou a desviar a atenção do público de foguetórios, inaugurações e discursos presidenciais. Persiste, de resto, a dúvida sobre até que ponto um governante muito bem avaliado pela população, como Lula, consegue transferir apoio a uma candidata sacada do anonimato. Apesar dessas dificuldades e incertezas de momento, continua razoável supor que o presidente, cuja popularidade atravessou intacta o pior período da crise internacional, terá um candidato em condições de vencer em 2010. Mas não é menos verdade que a parada de Dilma Rousseff no Datafolha atiça o apetite de outro presidenciável governista, Ciro Gomes. Conhecido pelo estilo trovejante, que às vezes acaba por prejudicá-lo, o ex-governador do Ceará atua agora com desembaraço. Recolhe os dados de pesquisas como o Datafolha e os estampa para Lula, tentando convencer o presidente de que é arriscado demais fiar-se numa só candidatura situacionista no ano que vem. O risco, argumenta o deputado federal do PSB, é entregar o Palácio do Planalto para o PSDB ainda no primeiro turno. Ciro Gomes não precisa de esforço para ser convincente. A pesquisa publicada ontem, sobre a disputa pelo governo paulista, mostra que a apresentação de seu nome para o eleitor, como candidato de uma hipotética aliança com o PT, faz pouca diferença. Não perturba o amplo favoritismo do ex-governador Geraldo Alckmin. Já na simulação do concurso ao Planalto, a presença do deputado pelo Ceará debita alguns pontos do líder, o governador tucano José Serra.. O Datafolha coloca em cifras o que sempre pareceu uma aventura -a ‘importação’ de Ciro Gomes para a eleição estadual em São Paulo- e ainda leva uma pitada de incerteza ao campo petista, acerca da disputa presidencial. É de esperar nas próximas semanas, como resposta do Planalto, a retomada da frenética fanfarra eleitoral em torno da ministra Dilma Rousseff, sob os mais variados pretextos.’ Folha de S. Paulo Serra diz que propaganda do PT é ‘enganosa’ ‘A campanha nem sequer começou. A disputa entre tucanos e petistas por números, sim. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), chamou ontem de ‘extremamente enganosa’ a propaganda em que o PT afirma haver investimento ‘pesado’ do governo federal no metrô do Estado. ‘Você pode procurar. Não vai encontrar R$ 100 bilhões em obras nem aqui nem em nenhum lugar do Brasil.’ Segundo Serra, ‘essa não é uma propaganda do governo federal’. ‘É uma propaganda político-partidária. Faz parte da disputa eleitoral.’ O presidente estadual do PT, Edinho Silva, afirmou que o partido se inspirou no balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo relatório, houve investimento de R$ 1,6 bilhão na linha 2 do Metrô. Segundo Serra, esse é um empréstimo do BNDES. ‘É a mesma coisa que dizer que as Casas Bahia, quando financiam a geladeira, estão dando a geladeira ao consumidor.’ O vereador Antônio Donato (PT) citou o acordo entre a União e o Estado. Como uma ação do Estado abriria brecha para disputa entre União e Estados, São Paulo concordou em pagar à União 13% -referentes à parcela mensal da dívida- sobre a venda da folha de pagamento à Nossa Caixa. Em troca, esse dinheiro (R$ 275 milhões) voltaria como investimentos para o Metrô. O governador fez também ontem uma crítica velada ao programa ‘Minha Casa Minha Vida’, do governo federal, ao caracterizar como fruto de ‘uma concepção habitacional do passado que ameaça renascer’ o bairro Cidade Tiradentes. ‘É escolher um terrenão, construir dezenas de milhares de moradias, longe de qualquer coisa, e a gente é que tem que correr atrás do prejuízo.’’ HISTÓRIA Carlos Heitor Cony Três gigantes ‘RIO DE JANEIRO – Não é nada, não é nada, é quase um tudo. Tivemos no ano passado o centenário de Machado de Assis, que foi comemorado ‘ad nauseam’. Mesmo assim muita coisa ficou sem ser dita a respeito de um homem que foi e continua sendo um caso no panorama cultural brasileiro. Neste ano, temos Euclides da Cunha, outro caso que dá o que pensar sobre a importância de personalidades dentro e acima de qualquer história. Embrião de Guimarães Rosa e Glauber Rocha, marcado pela tragédia e pelo quixotismo, que o fez quebrar a espada de oficial numa cerimônia militar, Euclides está sendo pensado e repensado como um dos pais fundadores de nossa civilização. Finalmente, temos Joaquim Nabuco, cujo centenário, no ano que vem, já está sendo planejado pela Academia Brasileira de Letras, que, por sinal, lhe deve muito de sua fundação. Curiosamente, os três gigantes de nossa paisagem cultural estiveram juntos na mesma academia. Foram além de simples escritores, interessados na forma e no encanto das palavras. Pensaram grande sobre a condição humana, sobre o homem brasileiro, sobre a nação da qual permanecem como intérpretes principais. Machado, Euclides e Nabuco são momentos da história do Brasil, cada qual em seu setor, mas juntos pelo amor ao ofício do pensamento e das letras. Neste particular, Euclides foi o mais exagerado, subordinando muitas vezes o pensamento à perfeição da forma. Ao publicar a segunda edição de ‘Os Sertões’, ele apertou ao máximo o limite de sua linguagem. Não mexeu no conteúdo, mexeu apenas na forma. Hoje, como é natural em tempos de dúvida e de incertezas, quando cada acadêmico da ABL reavalia a sua presença naquela instituição, se absolve em foro íntimo por estar na casa que foi de Machado, Euclides e Nabuco.’ TODA MÍDIA Nelson de Sá Mais da guerra ‘No fim do dia, pelos sites e depois em destaque no ‘Jornal Nacional’, o Ministério Público de São Paulo respondeu às acusações da Record contra o promotor que havia denunciado a Igreja Universal. Na escalada, a Globo acrescentou que ‘promotores gaúchos abrem nova investigação contra Edir Macedo’. Até então a notícia, postada na Veja.com, era que o ‘Repórter Record’ com acusações de favorecimento à Globo havia alcançado 16 pontos de audiência contra 19 do ‘Fantástico’, chegando a liderar. Também na ‘guerra’ de domingo, seu reality show ‘A Fazenda’ venceu ‘No Limite’, por larga margem. E o UOL postou que, também no domingo, a Igreja Universal abriu esforço nos templos para levar os fiéis a bloquear o sinal da Globo, ‘TV do diabo’. ‘THE OIL IS OURS’ À noite na submanchete do ‘New York Times’, ‘Brasil busca mais controle sobre campos de petróleo’, destacando como, ‘diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo, o governo busca voltar atrás na cooperação com as companhias estrangeiras’. Entrevista o presidente da Petrobras e ouve, do outro lado, um senador tucano BRASIL & CHINA A agência estatal Xinhua deu ontem, de Pequim, que ‘a China e o Brasil concordam em ampliar laços militares, especialmente a cooperação entre suas forças terrestres’. Segundo o texto, assim como as relações diplomáticas e econômicas, as relações militares vêm se desenvolvendo ‘rapidamente’ e devem, cada vez mais, ‘aprofundar a parceira estratégica sino-brasileira’. O PAPEL DA DITADURA Depois da Folha e do ‘Los Angeles Times’ no domingo, a edição de ontem do ‘NYT’ e várias agências noticiaram como o ditador brasileiro Emílio Médici e o presidente americano Richard Nixon trabalharam para derrubar o governo do socialista chileno Salvador Allende, no início dos anos 70, segundo documentos recém-liberados pelo Departamento de Estado dos EUA. Para o historiador Peter Kornbluh, falando ao ‘LAT’, ‘os documentos abrem a porta para uma nova história dos esforços de derrubada de Allende’, agora também com ‘o papel do Brasil’. No ‘NYT’, cobrou que o governo Lula abra seus arquivos militares. BRICS E OS PIRATAS O ‘Wall Street Journal’ deu longo artigo, ilustrado por cartaz de uma campanha de Hollywood contra a pirataria, dizendo que, ‘se as empresas querem enfrentar os produtos piratas, elas precisam entender por que os consumidores os compram, primeiro’. Para tanto, os autores do estudo realizaram pesquisas em cinco países -os Brics, Brasil, Rússia, Índia e China, mais os EUA. Entre as razões de compra, a qualidade, o custo e até um ‘sentimento’ contrário às corporações. Sugerem ações às empresas como mostrar que os piratas são ‘alternativas ruins’ e não são feitos por ‘Robin Hood’. Também mostrar que: ‘Nós não somos corporações sem cara’. ‘DINHEIRO SUJO’ Da CNN à BBC e ao canal de notícias do Irã, do ‘NYT’ aos jornais ingleses, ecoou ontem pesquisa divulgada nos EUA, revelando que 90% das cédulas de dólar em circulação em várias cidades do país têm traços de cocaína. Na China, 12%. No Brasil, mais precisamente Brasília, 75% TWITTER, A INFECÇÃO Saiu quinta no blog de segurança on-line Arbor. Um pesquisador avisou ter achado um ‘botnet’, software robô de execução autônoma, que controlava, a partir de uma conta de Twitter, ‘várias centenas de computadores pessoais infectados, a maior parte do Brasil’, e furtava as senhas de banco. Ecoou por sites de tecnologia, ‘Financial Times’ e chegou ontem à AP, que abriu observando como ‘o Twitter vem enfrentando algumas semanas difíceis’, ele que saiu do ar na semana passada. GLOBO & CBF CONTRA LULA A revista ‘Veja’ chegou a noticiar que Ricardo Teixeira, da CBF, acertou com a Globo a mudança no calendário do futebol, pedida por Lula. Mas depois o diretor da Globo Esportes, que negocia direitos, negou à Folha. E o presidente do Clube dos 13 negou ao UOL, dizendo que ‘a Globo tem seus direitos’ e que Lula falou ‘bobagem’. Ontem, por fim, o presidente da CBF voltou atrás e declarou à Folha Online que ‘não pode ser assim, com uma canetada’, que é preciso ‘ouvir todos os envolvidos, a TV também’. E ‘tem que reestruturar todos os campeonatos sul-americanos’. Como argumentou a Globo, ecoa ele agora que ‘a nossa cultura’, no Brasil, não aconselha a mudança.’ IRÃ Reuters Teerã fecha jornal e reprime manifestantes ‘A polícia reprimiu ontem dezenas de apoiadores da oposição que se reuniram no centro de Teerã para protestar contra o fechamento do jornal de oposição ‘Etmad-e Melli’. O distúrbio ocorreu perto do jornal, cujo dono é o líder reformista e ex-candidato à Presidência Mehdi Karroubi. Recentemente, o reformista fez uma série de denúncias de graves violações de direitos humanos nas prisões para onde foram mandados os detidos após os protestos pós-eleitorais de junho. De acordo com informações publicadas no site do ‘Etmad-e Melli’, a direção do jornal vai se reunir hoje com autoridades para tentar reverter o fechamento.’ VENEZUELA Associated Press Homem é preso por ataque a jornalistas ‘A ONG Repórteres Sem Fronteiras parabenizou ontem autoridades venezuelanas pela detenção de um suspeito de ter participado dos ataques a jornalistas que protestavam, na semana passada, contra a contestada nova lei educacional do país, em Caracas. Em comunicado divulgado ontem, a ONG internacional elogiou o ‘rápido progresso’ nas investigações e a prisão de Gabriel Uzcategui Beaumont. Na última quinta, 12 jornalistas que distribuíam panfletos contra a nova lei -que acusam de restringir a liberdade de expressão- ficaram feridos após ser atacados a socos e pauladas por chavistas.’ DÍVIDA Folha de S. Paulo Editora de ‘Seleções’ nos EUA vai pedir concordata ‘A Reader’s Digest Association, a editora da revista que no Brasil é conhecida como ‘Seleções’, disse ontem que vai entrar em até 30 dias com um pedido de concordata nos EUA. Ela afirmou que a medida não atinge suas operações fora dos EUA, inclusive na América Latina. Com o plano de concordata (que foi aceito por credores como JPMorgan e Merrill Lynch), ela pretende reduzir a dívida de US$ 2,2 bilhões para US$ 550 milhões. Em contrapartida, eles receberão participação acionária. Com agências internacionais’ TELEVISÃO Paulo Peixoto Oi quer ampliar mercado de TV por satélite ‘A Oi, que desde o mês passado oferece no Rio a TV paga por satélite (DTH), expandiu a oferta para Minas e anunciou ontem que, na disputa pelas classes B e C, planeja cobrir todos os Estados, exceto São Paulo, em até dez meses. A Oi acirra a concorrência no setor oferecendo em Minas 26 canais por R$ 29,90. Segundo o diretor de TV da Oi, Abel Camargo, é o ‘melhor pacote inicial do mercado’, mas os canais abertos não podem ser acessados pelo decodificador. Foi uma forma de reduzir custos para chegar a esse preço. A Oi entrou na concorrência com a Sky e a Via Embratel, que também oferecem TV paga pelo sistema DTH. Esse sistema encerrou o primeiro trimestre de 2009 com 33% do mercado de assinantes de TV paga, que tinha 6,35 milhões de assinantes (crescimento de 17,6% ante o primeiro trimestre de 2008). O sistema por cabo, cuja liderança é da Net, tem 62% desse total de assinantes. São Paulo, o maior mercado consumidor do país, está fora dos planos da Oi porque a empresa não oferece o serviço de telefonia no Estado.’ Daniel Castro Prefeitura manda tirar Globo do ar em ônibus de São Paulo ‘A Prefeitura de São Paulo ordenou ontem de manhã a imediata suspensão da veiculação de um programa da Globo em 300 ônibus da cidade. Ordenou também o corte do sinal digital da rede em outros 30 veículos. O serviço estreou ontem. Segundo a prefeitura, a parceira da Globo nessa operação, a Bus Midia, não enviou o material com antecedência para a SPTrans, empresa que gerencia o sistema de ônibus do município. De acordo com a SPTrans, uma portaria exige a entrega do material com uma semana de antecedência, para a verificação do ‘cunho político, religioso e moral’ do conteúdo. Essa portaria está sendo revista por uma comissão da prefeitura. Além da Globo, a Record também quer transmitir sua programação nos ônibus urbanos, levando a guerra da audiência ao trânsito. A atual portaria, no entanto, inviabiliza a pretensão das redes. A Globo contratou a Bus Midia para veicular programação em tempo real e um programa com os resumos dos capítulos do dia anterior de suas novelas, intercalados com informações de utilidade pública. Roberto Cicarelli, diretor da Bus Midia, disse que o conteúdo da Globo não foi interrompido. ‘Já mandamos tudo o que pediram’, disse. O executivo sustenta que a portaria já foi modificada, permitindo a transmissão em tempo real. ‘Só falta ser publicada.’ A SPTrans nega. Informou que as viações que não tiraram a Globo de seus monitores poderão ser multadas. A Globo não se pronunciou. Disse que apenas licencia seu conteúdo para a Bus Midia. VIRTUAL 1 As imagens que estão aparecendo atrás dos apresentadores do ‘Jornal Nacional’ são uma fotografia ampliada. O cenário que existia ali está em obras. A redação também está em reforma. Novos cenário e bancada, comemorativos dos 40 anos do telejornal, estreiam dia 31. VIRTUAL 2 Os jornalistas que surgem no final do ‘JN’, durante os créditos, estão sendo focalizados, ao vivo, em um ângulo diferente, em tomada mais fechada. JEJUM Graças à promoção da Globo e ao cardápio indigesto, ‘No Limite’ melhorou no Ibope, mas perdeu para ‘A Fazenda’. Domingo, marcou 14 pontos. ‘A Fazenda’ cravou 18 de média. AMEAÇA A Record foi líder ontem de manhã na Grande SP. Isso já está até virando rotina. A surpresa foi a Globo ficar em terceiro lugar, das 7h30 às 9h30, segundo prévia do Ibope.. Nessa faixa, a Record teve 7,2 pontos, o SBT, 5,5 e a Globo, 4,9. TV FELIZ 1 Internautas apontam semelhanças entre as novas vinhetas do SBT e material da web. Numa das vinhetas, o rosto de Silvio Santos é colado a um corpo sarado em dança sensual, o que lembra apresentação de artistas no ‘Britain’s Got Talent’ (o mesmo de Susan Boyle). TV FELIZ 2 O SBT diz que comprou a ideia de uma empresa americana de animações.’ Janaina Lage ‘Mad Men’ volta com marketing agressivo ‘O seriado de TV que trouxe de volta o glamour e os conflitos de uma agência de publicidade na Nova York dos anos 1960 iniciou sua terceira temporada com uma campanha de marketing agressiva. Exibido anteontem em telão na Times Square, em Nova York, disputando a atenção dos milhares de turistas na região, ‘Mad Men’ tem agora o desafio de se tornar popular. Elogiada pela crítica, a série tem normalmente uma média de espectadores de 1,5 milhão, um padrão modesto para a TV americana. A nova temporada começou com episódio acessível para quem nunca assistiu o programa, mas mais saboroso para quem já acompanha a trajetória dos personagens. Na trama, a agência Sterling Cooper está em processo de fusão com a britânica Putnam Powell Lowe. O ano é 1963, seis meses após o fim da segunda temporada. O protagonista Don Draper voltou com a mulher, mas a fidelidade continua sendo um ideal distante. Como ele mesmo resume: ‘Vivo viajando para um monte de lugares apenas para terminar onde já estive’. Neste caso, o adultério. O destaque, no entanto, foi a presença do ator Bryan Batt (o Salvatore da série). Questionado sobre qual seu episódio favorito, respondeu sem pestanejar: ‘Aqueles em que eu apareço’. E na terceira temporada de ‘Mad Men’ ele ganha um destaque inédito. Em viagem com Draper para trazer de volta um cliente, ele se envolve com o mensageiro do hotel em uma cena de beijo que arrancou aplausos e risadas da plateia, dada a mistura de surpresa, satisfação e incredulidade. O momento ‘saindo do armário’ do personagem dura pouco porque o alarme do hotel dispara. Flagrado de relance por Draper, Salvatore suspira aliviado ao ouvir como único comentário o slogan de campanha criado pelo colega: ‘Limite sua exposição’, uma espécie de ‘don’t ask, don’t tell’ da década de 1960. O primeiro episódio não responde à maior parte das perguntas deixadas no ar no final da segunda temporada, mas mostra que a disputa por poder na agência vai ganhar novo fôlego com a chegada dos ingleses. A exibição da nova temporada no Brasil ainda não tem data prevista no canal HBO. Nos EUA, além da exibição na Times Square, restaurantes da cidade incluíram nos cardápios os drinques da década, uma marca de roupas lançou coleção inspirada no período e, para os mais saudosos, é possível até mesmo criar um ‘avatar’ inspirado no visual da série, no site www.amctv.com/originals/madmen/madmenyourself.com.’ DOCUMENTÁRIO Mônica Bergamo FHC, o cinema e a maconha ‘Fernando Henrique Cardoso será o personagem central, e fio condutor, de um documentário sobre a descriminalização da maconha. As filmagens com ele começam na sexta-feira. O diretor do filme, Fernando Grostein Andrade, combinou com o ex-presidente de segui-lo por todos os debates, eventos e até conversas informais de que participar sobre o tema. No começo do ano, o brasileiro e outros ex-presidentes da América Latina criaram uma comissão internacional para discutir o tema.. GIRO Estão previstos seis meses de filmagens em cidades como Bogotá, Nova York, Madri, Amsterdã, Istambul e São Paulo. Grostein, que dirigiu ‘Coração Vagabundo’, sobre Caetano Veloso, terá como produtor Fernando Menocci, seu sócio na Spray Filmes.’ ************ O Estado de S. Paulo Terça-feira, 18 de agosto de 2009 LIBERDADE DE IMPRENSA Daniel Bramatti ANJ lista 12 casos de censura em 13 meses ‘A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgará hoje, na assembleia que marcará os 30 anos da entidade, relatório sobre 12 casos de censura determinados pela Justiça desde julho do ano passado. Um dos casos mais recentes é o que envolve o Estado, impedido, por decisão liminar do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), de publicar informações relativas a uma investigação da Polícia Federal que atingiu Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O desembargador determinou a cobrança de multa de R$ 150 mil em caso de descumprimento da proibição. O relatório lista, além dos casos de censura, outros episódios que afetaram o exercício da liberdade de expressão no País, como agressões a jornalistas e detenções de profissionais, além de atentados contra órgãos de imprensa. A iniciativa da Petrobrás de divulgar em um blog perguntas enviadas à sua assessoria é criticada por quebrar ‘a confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes’. ELEIÇÕES A maior parte dos casos de censura ocorreu no ano passado, no período que antecedeu as eleições municipais. Ricardo Pedreira, diretor executivo da ANJ, disse ao Estado que muitos candidatos recorreram ao Judiciário para evitar a divulgação de informações que supostamente trariam prejuízos eleitorais. Um dos afetados pelas sentenças foi o jornal Impacto, de Santa Catarina. Em três decisões tomadas pelo mesmo juiz, a Justiça Eleitoral determinou o recolhimento de três edições do semanário, que publicava denúncias contra o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, então candidato à reeleição. No início de outubro, também no período da campanha eleitoral, a Folha Online foi obrigada a retirar de seus arquivos na internet uma entrevista em que um ex-gerente da Petrobrás fazia denúncias contra Luiz Marinho, então candidato a prefeito de São Bernardo do Campo. No final do mesmo mês, a Justiça acolheu recurso e suspendeu a proibição. Em abril, uma única decisão judicial atingiu três órgãos de imprensa: os jornais Diário do Pará, O Liberal e Amazônia receberam determinação de não publicar fotos de vítimas de acidentes ou de mortes brutais. A justificativa foi preservar ‘a dignidade humana’ e ‘o respeito aos mortos’. Em julho, o jornal A Tarde, de Salvador, foi impedido de divulgar reportagem sobre suposta venda de sentenças envolvendo o desembargador Rubem Dario Peregrino Cunha. EVENTOS DA ANJ Painel Liberdade de Expressão e o Futuro do Jornalismo: o que dizem os jornalistas, às 14h30 no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília. O convidado principal é o jornalista grego-britânico Iason Athanasiadis, que foi preso por 20 dias no Irã ao cobrir as últimas eleições presidenciais Lançamento do livro A Força dos Jornais: os 30 anos da Associação Nacional de Jornais no processo de redemocratização brasileiro Entrega do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensas ao deputado Miro Teixeira, à noite, no Brasília Palace Hotel ANJ lista sentenças judiciais que, desde julho de 2008, impediram jornais e sites da internet de publicar determinadas informações 8 de julho de 2008 A juíza Betânia de Figueiredo Pessoa Batista, da 20.ª Zona Eleitoral de Santarém, no Pará, proíbe o jornalista Jeso Carneiro de comparar, em seu blog, a administração do ex-prefeito da cidade, Lira Maia (DEM), à da prefeita Maria do Carmo (PT) 09 de julho de 2008 A mesma juíza proíbe também o jornal Estado de Tapajós de comparar as administrações de Lira Maia (DEM) e Maria do Carmo (PT) na Prefeitura de Santarém. Enquanto na sentença contra o blog a juíza atendia ao pedido do grupo político do ex-prefeito, na sentença contra o jornal a ação partiu do grupo da prefeita 4 de agosto de 2008 O juiz Luiz Henrique Martins Portelinha, da 101.ª Zona Eleitoral de Santa Catarina, determina o recolhimento de todos os exemplares da edição n.° 36 do semanário Impacto, de Florianópolis, e também a retirada, do site do jornal, da versão eletrônica da referida edição. A sentença liminar atende a pedido da coligação partidária que apoia a reeleição do prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), em função de reportagem com denúncias de corrupção contra ele 5 de setembro de 2008 A juíza eleitoral Lilian Astrid Ritter, de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, proíbe o Jornal do Povo de veicular os resultados de pesquisa sobre intenção de voto para a eleição do prefeito da cidade 3 de outubro de 2008 O juiz Luiz Henrique Martins Portelinha, da 101.ª Zona Eleitoral de Santa Catarina, determina a apreensão de uma nova edição do jornal Impacto, de Florianópolis. O motivo foi a veiculação de matérias com denúncias contra o prefeito Dário Berger, candidato à reeleição 7 de outubro de 2008 O juiz Flávio Silveira Quaresma, da 28.ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, em Paraíba do Sul, manda fechar por 72 horas o Entre-Rios Jornal, da cidade de Três Rios. Policiais militares ocupam o prédio do jornal e expulsam todos os funcionários. A truculência foi determinada pelo juiz em função da não publicação de direito de resposta concedido ao prefeito Gil Leal, candidato à reeleição. Nesses casos, a legislação determina multa 14 de outubro de 2008 O juiz Wagner Roby Gídaro, da 296.ª Zona Eleitoral de São Bernardo do Campo, determina que a Folha Online retire do ar reportagem sobre o ex-ministro da Previdência Social Luiz Marinho, candidato à prefeitura da cidade. O texto, produzido em 2005, trazia entrevista de um ex-gerente de Recursos Humanos da Volkswagen com denúncia contra Marinho, da época em que ele era sindicalista 24 de outubro de 2008 O juiz Luiz Henrique Martins Portelinha, da 101.ª Zona Eleitoral de Santa Catarina, ordena a apreensão do jornal Impacto e a retirada de página na internet. No período de três meses, foi a terceira iniciativa de censura ao jornal tomada pelo juiz, em função de matérias relacionadas ao prefeito Dário Berger, candidato à reeleição 20 de março de 2009 O juiz de Direito da 16.ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, Benedito Helder Afonso Ibiapina, proíbe o jornal O Povo de divulgar informações sobre processo que corre na Justiça Federal sobre o jogo do bicho no Ceará 15 de abril de 2009 A 4.ª Câmara Cível Isolada do Tribunal de Justiça do Estado acolhe voto da desembargadora Eliana Abufaiad, determinando que os jornais Diário do Pará, O Liberal e Amazônia evitem a publicação de fotos de vítimas de acidentes ou mortes brutais que impliquem ofensa à dignidade humana e ao respeito aos mortos 31 de julho de 2009 O desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, informa o jornal O Estado de S. Paulo e o portal estadao.com.br de que proibiu a veiculação de reportagens contendo informações resultantes de operação da Polícia Federal sobre supostas irregularidades praticadas pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) 31 de julho de 2009 O juiz da 31.ª Vara dos Feitos de Relações de Consumo Cíveis e Comerciais de Salvador, Márcio Reinaldo Miranda Braga, proíbe o jornal A Tarde de divulgar reportagens sobre a suposta venda de sentenças envolvendo o desembargador Rubem Dario Peregrino Cunha. Na liminar concedida, o jornal é proibido de noticiar ‘quaisquer notícias que causem lesão à imagem e à honra’ do desembargador CRONOLOGIA DA IMPRENSA NO BRASIL l JUN. 1808 Hipólito José da Costa funda, em Londres, o Correio Braziliense, considerado o primeiro jornal brasileiro. Mensal, circulou até 1822, sempre editado e impresso na Grã-Bretanha. Cada edição tinha entre 72 e 140 páginas SET. 1808 Começa a circular a oficialista Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso no Brasil NOV. 1825 O tipógrafo Antônio Miranda Falcão lança, no Recife, o Diário de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação na América Latina JAN. 1875 Um grupo de republicanos e abolicionistas funda o jornal A Província de São Paulo, dirigido por Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos. Com a proclamação da República, em 1889, o jornal passa a se chamar O Estado de S.Paulo, cuja direção é assumida, em 1891, por Julio Mesquita OUT. 1930 Com revolução de outubro, o presidente Washington Luís é preso e jornais afinados com governo são depredados AGO. 1954 Getúlio Vargas suicida-se. Em diversas cidades, jornais identificados com a oposição ao seu governo são responsabilizados pelo fato e, em alguns casos, invadidos e depredados FEV. 1967 Marechal Humberto Castello Branco, que assumira a Presidência com o golpe militar de 1964, assina uma nova Lei de Imprensa. O texto prevê penas de prisão para jornalistas e multa para longa lista de supostos crimes DEZ. 1968 No dia 13, o governo Costa e Silva decreta o Ato Institucional n.º 5 (AI-5), que suspende as garantias individuais, amplia os poderes do Executivo e institucionaliza a censura. O Estado trazia o editorial ‘Instituições em Frangalhos’. Apesar da pressão, o diretor e proprietário do jornal, Júlio de Mesquita Filho, mantém o texto. Os exemplares do Estado são apreendidos às 3 horas da madrugada. Os censores ficaram na redação até 6 de janeiro de 1969. Retornaram em 9 de maio de 1973 e só saíram em 3 de janeiro de 1975 ABR. 1984 Após intensa mobilização, que contou com o apoio dos principais jornais, o Congresso derruba a emenda que instituiria as eleições diretas OUT. 1988 Promulgada a nova Constituição, que assegura liberdade de imprensa e veda toda forma de censura’ VENEZUELA O Estado de S. Paulo Polícia busca grupo que atacou 50 jornalistas ‘Um tribunal de Caracas ordenou ontem a prisão de mais duas pessoas envolvidas no ataque a um grupo de jornalistas na quinta-feira, na capital. Os 50 jornalistas foram agredidos quando distribuíam panfletos contra a nova lei de educação e em defesa da liberdade de expressão nas ruas de Caracas. No sábado, a polícia já havia detido Gabriel Jesús Uzcátegui Beumont, membro do grupo chavista Fundação Simón Rodríguez. Outras nove pessoas são investigadas.’ DÍVIDA O Estado de S. Paulo Reader?s Digest vai pedir concordata ‘A editora da revista Reader?s Digest, a mais popular publicação de interesse geral dos Estados Unidos, anunciou ontem que pretende entrar com pedido de recuperação judicial, com um plano para trocar parte da sua dívida pela propriedade da empresa. A Reader?s Digest Association Inc., que desde 2007 pertence à firma nova-iorquina de private equity Ripplewood Holdings, disse ter chegado a um acordo de princípios com a maioria dos seus credores segurados para obter o relaxamento de parte da dívida de US$ 1,6 bilhão. Os credores receberão em troca a propriedade da empresa. O pedido – que não inclui as operações fora dos EUA – é fruto de um contexto de declínio na circulação, de grande endividamento e de redução drástica na receita com publicidade, um problema que vem afetando toda a indústria. A Reader?s Digest, publicação mensal fundada em 1922 com o objetivo de apresentar uma seleção de artigos resumidos de outras publicações, busca um nicho de mercado enquanto a internet desmonta os tradicionais modelos de negócios da indústria das revistas. Em junho, a Reader?s Digest anunciou o corte da garantia de circulação oferecida aos anunciantes de 8 milhões de exemplares para 5,5 milhões, e a redução de sua periodicidade de 12 para 10 edições anuais. No segundo semestre de 2008, a edição americana da Reader?s Digest teve circulação de 8,2 milhões de exemplares, 2% acima da garantia feita aos anunciantes, mas 12% abaixo da circulação registrada no mesmo período do ano anterior. A diretora executiva da Reader?s Digest, Mary Berner, disse que o acordo com os credores é fruto de ‘meses de intensa análise estratégica dos problemas no balanço patrimonial’. Ao todo, a empresa espera reduzir sua dívida de US$ 2,2 bilhões para US$ 550 milhões após a reorganização. A companhia disse que buscará novos acordos com seus credores e outros envolvidos antes de fazer o pedido formal de recuperação judicial, em cerca de um mês.’ TELEVISÃO Keila Jimenez O último No Limite ‘A quarta e atual edição de No Limite deve enterrar, provavelmente de vez, o formato na Globo. Audiência e repercussão em baixa, e formato desgastado são alguns dos motivos para a desistência de uma quinta edição do programa na emissora, que chegou a cogitar a sequência para 2010 antes mesmo de a edição atual estrear. Segundo medição do Ibope na Grande São Paulo, somando as audiências do reality às quintas-feiras e domingos, seus principais dias, No Limite registra até agora média de 18 pontos de ibope, uma das mais baixas na história do programa. Aos domingos, a situação piora. Anteontem, No Limite registrou média de 14 pontos ante 22 pontos de A Fazenda, da Record, no horário. Na Globo, muitos acreditam que investir em realities além de Big Brother Brasil tem se mostrado risco e investimento desnecessários, uma vez que os formatos estão cada dia mais parecidos. Segundo a Assessoria de Imprensa da emissora, uma nova edição de No Limite realmente não está nos planos da Globo, mas não por conta do desempenho da atual e sim porque a grade de programação de 2010 ainda não foi planejada.’ ************