Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Assassinatos e seqüestros assustam jornalistas

Ainda não há notícias do paradeiro do jornalista Gamaliel López Candanosa e do cinegrafista Gerardo Paredes Pérez, desaparecidos em Monterrey, ao norte do México, no dia 10/5. Os dois haviam acabado de gravar uma chamada ao vivo sobre o nascimento de gêmeas siamesas na região quando sumiram. Seus colegas na afiliada da TV Azteca – emissora onde os dois trabalham há 12 anos – temem que eles tenham sido assassinados por narcotraficantes.

Mais de 30 jornalistas foram mortos nos últimos seis anos no México – dois deles em abril deste ano – e muitos foram seqüestrados. O país é, atualmente, o segundo mais letal para jornalistas, perdendo apenas para o Iraque.

Na semana passada, um jornal em Sonora foi temporariamente fechado por causa de ataques e ameaças de gangues. Editores dos maiores jornais de Monterrey, Milenio e El Norte, alertaram seus repórteres a não mais fazer reportagens investigativas sobre o tráfico de drogas e a não assinar suas matérias. Nos últimos 15 meses, granadas foram jogadas em redações de jornais em Cancún, Hermosillo e Nuevo Laredo, e homens armados atacaram uma estação de rádio e um jornal na conhecidamente violenta Oaxaca.

Alvos

O presidente do México, Felipe Calderón, classifica a intimidação a jornalistas como uma ‘situação inaceitável’ e promete ajudar a proteger os profissionais de imprensa. Repórteres que cobrem notícias policiais são o alvo mais comum dos criminosos, mas os esportivos começaram a ser seqüestrados por traficantes que desaprovam a cobertura dos times de futebol para os quais torcem.

Monterrey é a terceira maior cidade do México, com quatro milhões de habitantes. Apenas este ano, na cidade e no estado vizinho de Nuevo Leron, mais de 100 policiais foram presos acusados de corrupção e mais de 70 assassinatos foram registrados. Tropas federais foram enviadas por Calderón para patrulhar determinadas ruas consideradas violentas. Informações de Manuel Roig-Franzia [The Washington Post, 30/5/07].