Há dois anos (em 17 de junho) surgia uma idéia inédita no Brasil: a criação de uma Associação de Ouvintes de Rádio. Foi um desafio encampado por um grupo de pessoas que acreditava ser possível lutar por uma melhor programação de rádio, que fosse cidadã e valorizasse de forma igualitária o o ouvinte, que participa da programação com suas opiniões, conselhos e contribuições para a cidadania e a justiça social.
a luta foi árdua, pois o novo sempre provoca desconfianças, incompreensões e indiferenças. No entanto, o grupo continua firme e mantém-se cada vez mais forte no sentido de contribuir para a valorização do rádio e de todos aqueles que estão direta ou indiretamente envolvidos na sua programação.
O rádio precisa ser repensado, pois é muitas vezes desprezado como meio de comunicação e é utilizado em muitos casos para defender interesses políticos, religiosos e econômicos. Este processo embute o esquecimento de que rádio é concessão pública e, como público, deve satisfazer a todos.
Em muitos casos temos agressões aos ouvintes com termos pejorativos, corte de suas opiniões, falta de oportunidade de participação e programas que muitas vezes não satisfazem os interesses dos cidadãos. O arrendamento de horário é um mal que se enraíza: o arrendatário do horário faz o que quiser do programa sem dar satisfação aos que estão do outro lado da transmissão.
A luta por um rádio de qualidade vai ser sempre a bandeira defendida pelos integrantes dessa associação inédita, que se fortalece e cria cada vez mais oportunidades para devolver ao rádio o reconhecimento de grande meio de comunicação que sempre foi e será.
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Presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará