Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Canais públicos protestam contra fim de publicidade

Funcionários das emissoras de rádio e TV públicas da França entraram em greve na terça-feira (12/2) em protesto aos planos do presidente Nicolas Sarkozy de proibir a veiculação de publicidade em suas programações, noticia a AP [13/2/08]. Neste dia, as emissoras públicas de TV exibiram outros programas – como o seriado americano Friends, por exemplo – no lugar dos noticiários. As emissoras de rádio divulgaram mensagens explicando os motivos da greve.


Em um anúncio inesperado, Sarkozy afirmou, em janeiro, que pretendia eliminar a publicidade nas emissoras públicas como uma maneira de garantir a qualidade da programação. Segundo o presidente, os canais poderiam ser financiados através de uma parcela dos lucros publicitários de veículos privados e por uma taxa que seria cobrada a usuários de internet e celulares. Segundo a ministra da Cultura, Christine Albanel, a publicidade nos canais públicos representa de US$ 1 bilhão a US$ 1,16 bilhão; ela prometeu que o governo encontraria maneiras de compensar este prejuízo.


Críticos à decisão de Sarkozy alegam que ele está, na realidade, dando um presente aos canais privados de seus amigos. Eles dão como exemplo a TF1, maior emissora privada da França, que tem como um de seus donos a empresa de construção imobiliária Bouygues SA – que por sua vez pertence a Martin Bouygues, padrinho do filho mais novo de Sarkozy. O diretor-adjunto da campanha de Sarkozy nas eleições de 2007, Laurent Solly, assumiu um cargo na diretoria da emissora em junho. As ações da TF1 subiram drasticamente após o anúncio do presidente, no mês passado.