O ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência, não encerrou a novela da Rede Pública, como se imaginava. Ao contrário, afirmou com bastante ênfase que a discussão sobre o futuro da rede está mal começando.
O ministro Dulci partipou na última terça-feira do programa de TV do Observatório da Imprensa [ver matéria] para explicar os objetivos políticos do projeto apresentado na semana passada pelo ministro Hélio Costa.
A boa notícia é justamente essa: o governo sabe o que quer mas ainda não sabe o formato da rede nem a estrutura jurídica das emissoras que a constituirão.
Sinal da disposição do governo de ouvir todas partes foi o adiamento do Fórum Nacional de TV Pública, que o ministro Gilberto Gil havia programado para o início de abril. Como se sabe, o Ministério da Cultura de Gil foi um dos primeiros a manifestar-se contra a idéia de Hélio Costa.
A má notícia trazida pela fala do ministro Dulci é a sua visível simpatia pelas TVs estatais italianas: na realidade, elas repetem o que de pior existe nas TVs comerciais da Europa.
De qualquer forma, começa a ficar claro que a novela da rede pública de TV poderá render tantos capítulos quando uma novela das oito na Globo.