Friday, 29 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Chávez faz maratona televisiva

O presidente Hugo Chávez deu início, na quinta-feira (28/5), a uma transmissão de quatro dias do seu programa de TV nacional, o Alo Presidente, para celebrar seu 10º aniversário no ar. O programa será transmitido de diferentes partes da Venezuela e contará com a participação de uma série de convidados e links via satélite.


Em Alo Presidente, Chávez costuma discursar – por horas a fio – sobre temas como corrupção, economia e infra-estrutura, além de defender seu ‘projeto socialista’. O presidente também aproveita o espaço para criticar a mídia privada que o contraria.


Críticos do governo afirmam que a edição especial de quatro dias é, na verdade, um golpe de propaganda. O programa coincide com a visita ao país do escritor peruano Mario Vargas Llosa, que participa de um seminário crítico a Chávez e à revolução socialista na Venezuela. Vargas Llosa foi inclusive advertido, ao chegar ao aeroporto de Caracas, de que não deveria abordar questões políticas em sua visita.


 


Canal ameaçado de fechamento


Já na quinta-feira, Chávez discursou sobre seu maior inimigo do momento, o canal de TV Globovisión. Desde que o governo recusou-se a renovar a licença de funcionamento da emissora RCTV, há dois anos, o Globovisión tornou-se o canal mais crítico ao presidente. A relação entre as duas partes esquentou no início de maio, quando o Globovisión criticou a lenta resposta do governo a um terremoto, divulgando notícias sobre o incidente antes que as autoridades pudessem emitir um comunicado oficial. Chávez o acusou de fazer ‘terrorismo midiático’ e de incitar o pânico entre a população.


Agora, animado com seu longo programa especial, o presidente afirmou que, se as autoridades não tomarem uma atitude para punir o canal, ele mesmo o fará. Chávez sugeriu que, se a linha editorial do Globovisión não mudar, ele será obrigado a tomar a mesma ação tomada há dois anos contra a RCTV. Curiosamente, o presidente da emissora, Alberto Ravell, passou a ser investigado, nas últimas semanas, por ‘armazenar 24 carros’ em uma de suas propriedades. Ravell diz que não fez nada de errado e que os veículos pertencem a um negócio legal, mas foi acusado, em uma grande operação policial, de uma manobra para inflar os preços dos automóveis. Ele afirma que o ataque tem motivação política. Informações da BBC News [28/5/09] e da Reuters [29/5/09].