A comissão que fiscaliza a concentração de mídia na Alemanha rejeitou, na terça-feira (10/1), os planos da editora Springer para a compra da rede ProSiebenSat.1. Com a rejeição, é provável que a fusão – que daria início ao segundo maior grupo de mídia do país – não se concretize.
A decisão da comissão foi anunciada depois do rumor de que o órgão antitruste alemão também rejeitaria o acordo de US$ 4,32 bilhões. Uma decisão oficial é esperada para o final da próxima semana.
Funcionários da comissão alegam que a fusão colocaria sob o mesmo comando muitos negócios de mídia diferentes, o que resultaria em um ‘poder de opinião dominante’ para a nova companhia. Há ainda a preocupação sobre os efeitos que a fusão poderia ter no mercado publicitário de TV e impresso. A editora tem até esta quinta-feira para apresentar uma nova proposta.
O império de mídia da Springer é amplamente focado no setor impresso, sendo o carro-chefe do grupo o diário Bild – que conta com cerca de 12 milhões de leitores. A editora anunciou seu plano de comprar o ProSiebenSat.1, maior grupo privado de televisão da Alemanha, de um grupo de investidores americanos, em setembro passado.
Matthias Döpfner, CEO da Springer, defendeu o acordo feito com os investidores americanos pela compra da ProSiebenSat.1, e afirmou que, se for rejeitado, a companhia buscará novos negócios no exterior. ‘Nós buscaremos nossa sorte nos mercados digitais e internacionais’, resumiu.
Mesmo se o acordo for aprovado, segundo as leis federais antitruste, a Springer não poderia manter o controle do Bild e, ao mesmo tempo, controlar qualquer um dos principais canais da ProSiebenSat.1. Para isso, de acordo com informações do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, a companhia também estaria contemplando a possibilidade de se unir à SBS Broadcasting, que possui emissoras privadas de TV e rádio em países da Europa. A partir desta manobra, a SBS poderia comprar um dos maiores canais da ProSiebenSat.1 para que o acordo original conseguisse aprovação. Funcionários da editora não quiseram comentar a afirmação. Informações do Deutsche Welle [10/1/06].