Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comunique-se

GESTÃO
Carla Soares Martin

Juan Ocerín deixa Editora Globo, 11/1

‘A Editora Globo anunciou nesta sexta-feira (11/01) mudanças na gestão da empresa. O diretor-geral Juan Ocerin deixará o cargo em 29/02, por motivos pessoais. Em seu lugar, entra o diretor financeiro, braço-direito de Ocerin, Frederic Zoghaib Kachar.

Juan Ocerin assumiu a direção-geral da Editora Globo em abril de 2002. Entrou com a missão de reverter prejuízos de R$ 5 bilhões que a editora amargava havia quatro anos. Seu objetivo foi o de modernizar as publicações e cortar gastos.

Em comunicado, o diretor de gestão corporativa, Jorge Nóbrega, afirma que Ocerin esteve à frente, ‘com grande eficácia’, do trabalho de ‘reestruturação financeira’ da Editora Globo. Fontes, contudo, dão conta do descontentamento da direção da editora com o resultado financeiro – a reversão promovida por Ocerin seria apenas parcial.

A princípio, a alteração atual na coordenação da Editora, para Frederic Kachar, não será motivo de uma reestruturação profunda na gestão da empresa. Contra a vontade dos jornalistas que trabalham na empresa, que pediam mais contratações e aumento de salário, os seis anos de Ocerin na empresa tiveram como prioridade cortar despesas para ajudar a balancear as contas da empresa e das Organizações Globo como um todo.

Editorialmente, há rumores de mudanças na revista Quem. Na quarta-feira (09/01), três repórteres foram demitidas da publicação: Carolina Camargo, Kelly Cristina e Luciane Ângelo.’

 

JOGOS
Bruno Rodrigues

A diversão do seu filho em jogo, 11/1

‘O maior pânico dos pais, há tempos, é que seus filhos se envolvam com drogas – alguma dúvida? Vício é vício, e bem sabemos o final dessa história – filmes como ‘Meu nome é Johnny’ estão aí para provar.

E fissura em games, é vício? Ela pode trazer tantos problemas quanto as drogas?

O que parece uma comparação desmedida é, para muitos pais, uma questão alarmante. Já abordei este assunto aqui, e expus minha opinião: o alarme devia tocar primeiro na cabeça dos adultos, e apontar para eles próprios. Se há algum problema, ele começa conosco.

Por que volto ao assunto, então? Esclareço: o ano de 2008 será conhecido como aquele em que os games passaram, definitivamente, à categoria de boa e saudável diversão.

O ano passado já apontava nesta direção: a Nintendo, com o seu Wii – lê-se ‘we’, como ‘nós’, em inglês – tornou-se a Apple dos jogos. Inovadora, sempre pronta a entregar exatamente o que o público almeja e obcecada por simplicidade, a empresa vendeu 3,63 milhões de consoles de Wii em 2007. Para quem não conhece, o Wii modifica tudo o que conhecemos ou ouvimos falar sobre games: a idéia é que o jogador se sinta dentro do jogo, ou seja, o controle remoto funciona hora como raquete de tênis, ora como espada, ora como arma laser, e etc. Joga-se o Wii de pé, movimentando-se para lá e para cá, de olho na tela, suando bastante e deixando todo mundo ofegante.

Em uma sociedade onde o clichê ‘lugar de criança é jogando bola’ vencia de lavada há anos, o Wii varreu do mapa qualquer resistência dos pais. Agora, game virou sinônimo de exercício – mesmo. Não são poucos os que terminam uma partida de Wii chapados – no melhor sentido! – e com gramas a menos. Em suma, o Wii tornou-se o mais novo amigo da balança e da aula de educação física, por que não?

Fosse isso, apenas, já seria uma conquista e tanto da Nintendo, mas o grande porém é que o Wii conquistou mais que a criançada – arrastou os pais junto. Jogos como ‘Wii Sports’ e ‘Big Brain Aacademy’ mexem com o corpo e com a cabeça dos adultos.

Não só os jogos de console estão fazendo a revolução. Antes restrito ao universo do nerds e visto com horror pelos pais, os jogos online de imersão conquistaram, no ano passado, a posição de diversão rentável e para toda a família. Mas o que são, afinal, estes ‘jogos online de imersão’? A denominação correta, capaz de assustar os mais desavisados, é MMORPG, sigla para Multi Massive Online Role Playing Game.

Há vinte anos, antes da diversão via computador, jogava-se Role Playing Game no tabuleiro – crianças e adolescentes assumiam os papel de magos, reis, guerreiros a até monstros, como em um teatro, e baseados em centenas de regras, comportavam-se como tais.

Com a web, o Role Playing Game passou a ser jogado na frente do computador, online e em rede global (o tal ‘massivo’ da sigla). Um jogador de São Paulo cria grupos de participantes de Tóquio, Roma e Santiago, por exemplo. A imensa diferença, aqui, é a imersão: diferente de um tabuleiro, em que o cenário precisa ser imaginado, nos MMORPG você *está* em um universo fantástico, repleto de detalhes, com um diferencial de cair o queixo. Nos MMORPG, o universo criado é ‘permanente’, como se, de fato, existisse – a luz varia se é dia ou noite no jogo; quando você sai e entra no dia seguinte, ao seu redor muita coisa aconteceu.

Há centenas de jogos de imersão na Rede, mas poucos até agora furaram o bloqueio do mainstream. ‘Ragnarok’, que meu filho joga e ama de paixão, é um deles. Com representação no Brasil, o jogo, em português, é emocionante e inofensivo – além, é claro, de ser visualmente fascinante, até porque uma das premissas dos MMORPG é ser em 3D, ou seja, com visão em profundidade. Mas a estrela do monento é ‘World of Warcraft’, com seus milhões e milhões de jogadores espalhados por todos os cantos do mundo. Ambientado em um mundo de magia e batalhas, tanto o visual quanto o tema são mais aprimorados e complexos que em ‘Ragnarok’.

Para participar de um MMORPG, é preciso pagar uma mensalidade, após um tempo. Nada que assuste. Mas, de grão em grão, é aí que as galinhas dos jogos de imersão têm enchido o papo. A poderosa Disney, por exemplo, anunciou na virada de ano que investirá mais de US$ 100 milhões na criação e manutenção de jogos de imersão. No ano passado, o conglomerado já mostrou sua força: com o jogo ‘Pirates of the Caribbean Online’, conquistou o respeito de habituées de MMORPG e recebeu elogios da crítica. No jogo, você pode ser pirata, oficial inglês, feiticeiro, ladrão, donzela em perigo – tudo isso envolto em um ‘real’ cenário dos sete mares, repleto de perigos e surpresas.

É preciso admitir: há anos o conceito de diversão tem ido além do limite do que achávamos que conhecíamos. Ler um livro, jogar bola, namorar: tudo isso continua em voga, mas é bonito notar que em poucos anos nossos horizontes se alargaram. No caso dos games, o que era vício virou rotina, e das boas.

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Para você, duas boas dicas de cursos:

– Quem quiser ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é só entrar em contato pelo e-mail extensao@facha.edu.br ou ligar para 0xx 21 2102-3200 (ramal 4) para obter mais informações sobre meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’. As aulas da próxima turma, que terá início em 12/02, serão ministradas no Rio de Janeiro, ao longo de seis terças-feiras à noite, em Botafogo.

– Estão abertas as inscrições para a segunda turma da Pós-Graduação em Gestão em Marketing Digital da FACHA, no Rio de Janeiro, da qual sou Coordenador. Com 16 disciplinas, entre elas E-commerce, Gestão de Contas, Gestão de Conteúdo, Gestão do Conhecimento, Inteligência de Mercado, Marketing de Relacionamento Online e Otimização em Mecanismos de Busca, o objetivo do curso é preparar profissionais capazes de tomar decisões no campo do marketing para a mídia digital e atualizar os que já estão no mercado. Para mais informações, posholos@facha.edu.br.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

DIREITO À INFORMAÇÃO
Milton Coelho da Graça

Punição com trabalho é humilhação?, 11/1

‘Dois rapazes, Luciano Filgueiras da Silva Monteiro, 21 anos, e Fernando Mattos Roiz Júnior, 19 anos, sem qualquer outro motivo senão o de revelarem desprezo à lei, apreço à violência e preconceito, agrediram uma prostituta num ponto de ônibus, no Rio, com um extintor de incêndio. O juiz Domingos de Almeida Neto, do 9º Juizado Especial Criminal, corretamente, aplicou a lei penal levando em conta a juventude dos acusados e o fato de serem primários: ordenou que os dois prestem serviços comunitários durante um ano, trabalhando como garis oito horas por semana.

Mas o juiz, surpreendentemente, resolveu também legislar. Sem levar em conta a letra e o espírito da Constituição, decidiu proibir a veiculação de imagens do cumprimento da pena por jornais e emissoras de TV, alegando proteção de um direito individual – o de serem os dois preservados de humilhação – mesmo que isso também implique violação de um direito da sociedade protegido pela Lei Maior – o do pleno acesso a informação de caráter público.

A prestação de serviço comunitário evita custos exagerados para a sociedade e o próprio transgressor. Também preserva jovens de uma convivência com criminosos mais experientes – o que seguramente pode significar humilhação e/ou indesejada aprendizagem. E que sentimento podem ter (esses dois rapazes e todos os outros inclinados a praticar atos semelhantes) ao ver o moderado, conciliatório, indolor e útil castigo público imposto pela sociedade através da Justiça? Humilhação? Talvez um pouco, mas no máximo igual à que sentimos quando, na infância, ouvimos censuras de pais, tias e avós, ‘na frente dos outros’. E serão 416 horas de reflexão – para eles e para quem vir, em jornais ou TV, imagens do cumprimento da pena – sobre a importância da liberdade e do direito de todos os cidadãos viverem em paz e segurança, sem medo de agressores movidos por preconceito, atraçã o pela violência ou desprezo à lei.

Nem toquei em liberdade de imprensa, porque isso já foi feito, com o vigor e a urgência necessários, por ABI, ANJ, Abert, sindicatos, os próprios órgãos de imprensa atingidos, juristas etc. Achei melhor procurar entender as razões do juiz Domingos Almeida Neto e procurar convencê-lo de que, sem violência ou espírito de vingança, a exposição pública de um comportamento criminoso pode ter o efeito salutar da penitência e do

arrependimento.

Como explicou o bispo Desmond Tutu na Comissão de Reconciliação criada pelo governo da África do Sul, para apagar ou ao menos reduzir o preconceito e o ódio acumulados por séculos de enfrentamento entre brancos e negros: ‘Não pode haver perdão sem arrependimento. E só a confissão pública leva ao perdão.’

Invoquei um exemplo distante e exagerado, mas certamente não posso calar a pergunta: Para dois jovens negros e pobres, seria considerado humilhação aparecer na imprensa e na TV trabalhando na limpeza urbana? Acho que não, isso talvez ajudasse a arranjar aquele emprego tão difícil de conseguir.

Cartas de leitores são bom termômetro?

A revista americana Time foi a primeira publicação a tratar ‘Cartas dos leitores’ como assunto sério. Montou uma baita editoria com dezenas de pessoas para classificar e selecionar as que deveriam ser publicadas. E o critério estabelecido foi de ter o maior rigor proporcional nessa seleção, de maneira que a seção refletisse fielmente as opiniões dos leitores.

Esse critério de proporcionalidade tem sido também seguido pelos nossos grandes jornais. Na edição de 28/12, a seção ‘Cartas dos leitores’ de O Globo publicou 20 cartas, 11 das quais sobre a iniciativa da Justiça italiana de abrir processo contra acusados de matarem sob tortura dois cidadãos ítalo-argentinos, como parte da Operação Condor, montada pelas ditaduras do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai.

Dessas 11 cartas, dez eram de crítica à Justiça italiana e defesa dos métodos usados na Condor. Uma só apoiava a decisão italiana; Como O Globo sempre seguiu as mesmas normas da Time, apenas duas conclusões são possíveis: ou entre os leitores do jornal 91% têm a opinião expressada pelas cartas ou a rapaziada que até hoje apóia a Operação Condor tem um esquema bem azeitado para mandar cartas a O Globo e outros jornais.

(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

ESPORTES
Marcelo Russio

Bons e maus entrevistados, 9/1

‘Olá, amigos. Nesta terça-feira, no lançamento da candidatura do Rio de Janeiro como cidade candidata a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o governador Sérgio Cabral chegou ao local do evento esbanjando otimismo, dizendo que o Rio liderava as bolsas de apostas como cidade preferida para sediar os Jogos. Com as câmeras ligadas, no entanto, o governador declarou que tinha certeza de que a candidatura seria aceita, mas não podia prever resultados.

Dar declarações mais ou menos empolgadas de acordo com o botão liga/desliga das câmeras é uma característica comum a muitas personalidades. Normalmente elas complicam a vida dos repórteres, pois acabam por desmentir aquilo que disseram quando confrontadas. Não é o caso do governador do Rio, que nada desmentiu.

Bons entrevistados são cada vez mais raros em todos os setores. Especialmente no esporte, eles estão em franco processo de extinção. Há pouco tempo, uma matéria do Globo Esporte mostrava a padronização das respostas de jogadores de futebol, que quase em sua totalidade começavam respostas com ‘Com certeza’, mesmo que a resposta à pergunta fosse negativa.

Alguns dos melhores entrevistados do futebol brasileiro, hoje, são veteranos que têm a segurança de não precisarem medir as palavras. Marcos (do Palmeiras), Romário e Edmundo formam a santíssima trindade dos personagens. Sem meias-palavras, e sempre com inteligência, tornam as entrevistas deliciosas e muito produtivas. Um degrau abaixo se encontra Rogério Ceni, sempre muito cuidadoso com as palavras, mas sem deixar de dizer o que pensa.

Nos demais esportes, surge uma figura que, se herdar a verve ácida e inteligente do pai, será um dos mais polêmicos personagens do esporte atual: Nelsinho Piquet. Sem papas na língua, o filho do tricampeão mundial diz o que pensa, sobre o que for, e da forma que bem entende. Sem medos, sem freios e sem um marqueteiro por trás ensinando o caminho das pedras.

Sentiram falta de Ronaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e outras primadonas do futebol mundial? Pois é…

(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Viva o Palmeiras!, 10/1

‘O que mais dói…é ver os votos de um

país inteiro, desde o praciano ao camponês

roceiro, pra eleger um presidente mau.

(Patativa do Assaré)

Viva o Palmeiras!

Deu no Blog da Redação do UOL Esportes:

07/01/2008

Filho de Lula inicia trabalho no Palmeiras calado

No seu primeiro dia de trabalho no Palmeiras, o filho do presidente Lula, Luis Cláudio Lula da Silva, ficou calado. O jovem de 22 anos não quis falar com os jornalistas que foram ao treino em Atibaia, cidade do interior do estado de São Paulo onde o clube alviverde realiza a sua pré-temporada.

Janistraquis reclamou do título, mas foi dar uma olhada nos comentários e escolheu este:

[Tiago Vilaca Corradine] [ticorradine@yahoo.com.br]

Nao estou questionando a competencia do rapaz. Mas quem e que tem uma oportunidade de sair da faculdade e ja fazer um contrato de 2 anos com uma equipe como o Palmeiras e ainda trabalhar ao lado de profissionais tao competentes? Depois falam que no futebol nao precisa de QI(quem indica). Eu trabalho na mesma area, formado numa da melhores universidades do pais, com pos-graduacao, experiencia em categorias de base e profissional, e nao me deram uma chance no Palmeiras. E mandei meu curriculo pra la. Me retornaram dizendo que seria analisado quando estivessem com vaga. Este e o meu Brasil!!!

08/01/2008 00:00

Ferrados & Ferrados

O considerado Ethevaldo Ramos Filho, empresário em São Paulo, envia o que ele chama de ‘espantosa notícia’ extraída do sempre indispensável Consultor Jurídico:

Novos doutores

No ano passado, 12.552 novos advogados chegaram ao mercado de trabalho no estado de São Paulo. Foram feitos três Exames de Ordem. No primeiro, de número 131, foram aprovados 3.825 candidatos. Na prova seguinte, 5.547 bacharéis se tornaram advogados.

O Exame de Ordem 133 colocou mais 2.845 profissionais no mercado. Haveria ainda um quarto exame no ano, que foi cancelado por suspeita de fraudes. Desde 2005, são mais de 30 mil novos advogados no estado.

Ethevaldo chama atenção para o fato de que tantos advogados foram, digamos, produzidos somente em São Paulo:

‘Quantos não foram ‘habilitados’ nos outros estados? A sociedade brasileira está ou não está ferrada?’

Janistraquis acha que, a julgar pelo nível intelectual de tantos e tantos ‘adevogados’, estamos todos realmente ferradíssimos.

Em nome de Deus

O considerado Rubem Alves escreveu na Folha de S. Paulo:

SEMPRE QUE SE FALA EM EUTANÁSIA, os seus opositores invocam razões éticas e teológicas. Dizem que a vida é dada por Deus e que, portanto, somente Deus tem o direito de tirá-la. Eutanásia é matar uma pessoa e há um mandamento que proíbe isso. Assim, em nome de princípios universais, permite-se que uma pessoa morra em meio ao maior sofrimento.

Leia no Blogstraquis a íntegra desse artigo bem escrito e, principalmente, recheado de honestidade e inteligência.

Geladeira

Hoje, quinta, 10/1, o termômetro registrou 10 graus às seis horas da manhã. Achei pra lá de esquisito, porque estamos no verão, mas Janistraquis explicou:

‘Considerado, tudo isso é conseqüência do aquecimento global. Como estamos carecas de saber, a parte de trás das geladeiras é quente de queimar a mão…’

Faz sentido.

Salvação da lavoura

Deu em tudo quanto é lugar:

O JORNAL INGLÊS THE GUARDIAN PÕE MARINA SILVA ENTRE AS ‘50 PESSOAS QUE PODEM SALVAR O PLANETA’.

Janistraquis ficou mais perplexo do que mico-leão na armadilha:

‘Caramba, considerado, e a gente nunca deu nada pela magricela com aquele ar de caritó e voz de seriema engasgada com cobra d’água!!!!!’.

É verdade, mas quem pode salvar mesmo o planeta é peido de canguru, como garante o considerado Milton Coelho da Graça.

O direito de errar

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no DF, de cujo sótão é possível divisar dona Letícia num longo bate-papo com o personagem Albertinho Limonta, pois Roldão lia o caderno Cultura do Correio Braziliense de 4/1 quando deparou com a notícia do lançamento do livro Almanaque da Rádio Nacional, de Ronaldo Conde Aguiar:

O texto faz menção à novela O Direito de Nascer, atribuindo sua autoria a Amaral Gurgel.

Trata-se de um engano tão estrondoso como o sucesso dessa novela, obra do cubano Félix B. Caignet, escrita em 1946, traduzida por Eurico Silva e transmitida pela Rádio Nacional a partir de janeiro de 1951 em 273 capítulos, durante dois anos a fio.

Janistraquis meneou a cabeça:

‘Considerado, a matéria do caderno intitulado Cultura lembra texto de Daniel Piza…’

A arma da Folha

O considerado Alceu Pereira Júnior, advogado no Rio de Janeiro, envia título e olho de matéria da Folha de S. Paulo:

BANDO FAZ DEZ REFÉNS, ABRE TÚNEL E TENTA FURTAR EMPRESA

Foram dois seqüestros; ações criminosas começaram antes do Natal, disse a polícia.

Objetivo era construir túnel para furtar empresa de valores em São José dos Campos, mas grupo desistiu após encontrar obstáculo.

Alceu critica o que chama de ‘arrogância’ do jornal:

‘Ora, se a quadrilha fez dez reféns e tentou construir um túnel para invadir a empresa de valores, não se pode falar em furto, mas em roubo ou assalto. A arrogante FSP está mesmo a fim de reinventar o idioma, estou enganado?’

Janistraquis tem certeza de que você não está enganado, ó Alceu. A Folha está mesmo disposta a arrombar a porta e sua arma é o pé-de-cabra.

Ler, reler e guardar

Melhor jornalista cultural do Brasil, o considerado Sérgio Augusto escreveu no caderno Aliás, do Estadão:

Num ano rico em centenários ilustres como 2008 (faz cem anos que Machado de Assis morreu e cem que Simone de Beauvoir, Guimarães Rosa, Cartola, Merleau-Ponty, Lévi-Strauss, Jacques Tati e Cartier-Bresson nasceram), um, em particular, me chamou a atenção: os cem anos do macarthismo; vale dizer, o centenário da mais célebre e encarniçada caça às bruxas dos tempos modernos.

Leia no Blogstraquis a íntegra de um texto escrito para se ler e reler e depois guardar.

Quase desapercebido

O considerado Valdecir Xavier, que vive em Cuiabá e se apresenta como ‘amante do jornalismo’, sentiu-se miseravelmente traído ao navegar em torno da Ilha de Caras, por intermédio do site da revista, e enviou à coluna a, digamos, notícia que motivou a desventura:

Penélope Cruz escolhe Pernambuco para passar as férias ao lado do amado, o ator espanhol Javier Bardem. O casal cinematográfico chegou ontem a Recife, onde se hospedeu num hotel de categoria cinco estrelas na praia de Boa Viagem, e seguiu hoje de manhã para Fernando de Noronha, de avião.

As merecidas férias do casal coincidem com o período em que o filme O Amor em Tempos de Cólera – no qual Javier, o protagonista, é filho da personagem vivida por Fernanda Montenegro – está em cartaz no Brasil. Durante a noite em que ficou na capital pernambucana, o casal foi a um shopping e passou quase desapercebido no meio do público, podendo caminhar tranquilamente pelo local.

Para sair do hotel, por volta das 11h de hoje, no entanto, as estrelas optaram por usar as portas dos fundos e se disfarçarem com bonés.

Janistraquis ficou emocionado com o texto, Valdecir:

‘É de chorar, considerado, de chorar, principalmente porque o ilustre casal se hospedeu na maior moita e passou quase desapercebido.

O Brasil tem jeito?

Leia no Blogstraquis a íntegra de O Que mais Dói, famoso soneto de Patativa do Assaré. Ignora-se a que presidente se refere o poeta, mas é certo que Lula está fora do poema. A considerada jornalista Glória Nogueira, amiga e companheira dos tempos da revista Pais & Filhos de 1969, enviou a obra-prima e comentou:

‘Considerando que o poeta compôs esses versos no início do século passado, será que o Brasil tem jeito?’

Nota dez

A mulher do nosso velho amigo foi operada do coração em 9 de novembro para substituir uma válvula implantada em 1992. Houve complicações no pós-operatório, com duas paradas cardíacas, doses altas de remédios fortes, e nesse procedimento faltou circulação nas extremidades. O cérebro não foi afetado, porém as mãos e os pés, sim.

No dia 13 de dezembro foi preciso amputar o pé direito; tentaram preservar o calcanhar do pé esquerdo, para que ela mantivesse um apoio natural e enfrentasse menos dificuldades para caminhar novamente. Porém, ocorreu necrose e o pé esquerdo também foi amputado em 28/12.

Ela passou o reveillon na UTI, acompanhada da família, em luta contra a pneumonia e a septicemia. Venceu todos os inimigos e agora se recupera no quarto, onde disse ao marido, numa dessas manhãs do ano novo:

Até aqui tive uma vida feliz de um jeito; daqui pra frente, vou ter uma vida feliz de outro jeito.

Foi Janistraquis quem pediu a publicação desta nota:

‘Considerado, não podemos privar os leitores dessa tão impressionante lição de coragem de uma mulher realmente preparada para viver.’

E nós ainda reclamamos de tudo, por uma tolice, por qualquer bobagem…

Errei, sim!

‘LOAS A CATÃO – A revista Domingo Casa, encartada no Jornal do Brasil, teceu loas a um decorador brasileiro que faz sucesso em Nova York: ‘(…) Hoje, Catão tem um escritório em Manhattan que vive em permanente estado de agitação com a enxurrada de clientes’. Alguns adjetivos à frente: ‘(…) Catão freqüentemente trabalha…’; logo depois: ‘Aqui não dá para trocar nem uma janela sem autorização’, afirma Catão’.

Esta última e pobre rima sonega mais uma vez que Catão é, na verdade, a ex-socialite carioca Maria de Lourdes dos Prazeres Catão, gentil senhora de bem vividos 65 anos, assim apresentada no início do texto. Janistraquis ironizou: ‘Considerado, como se trata da revista do Jornal do Brasil, gostaria de saber o seguinte: se a matéria fosse com uma senhora da família do dono, a redatora iria chamá-la de Nascimento ou Brito?’ (dezembro de 1994)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

GOVERNO & MERCADO
Eduardo Ribeiro

Alesp cria quase 100 vagas para jornalistas, 9/1

‘Os 94 deputados estaduais de São Paulo podem a partir de agora contratar jornalistas para trabalhar em seus gabinetes na Assembléia Legislativa. Não que isso já não venha acontecendo, visto que uma parcela ponderável de políticos tem já seus próprios assessores, contratados dentro da cota de funcionários prevista para cada um deles. A novidade é que agora, além da tal cota, eles passam a ter o direito de contratar também um profissional para esse trabalho, que precisa obrigatoriamente ter registro de jornalista no Ministério do Trabalho. É o que prevê o PL 1452/07, de autoria do Colégio dos Líderes, aprovado na sessão de 18/12 e sancionado pelo presidente da Assembléia, Vaz de Lima.

Cada gabinete, portanto, poderá ter um profissional em cargo comissionado, como já ocorre na Câmara Municipal de São Paulo. O salário é de R$ 5.754,49. Numa conta simples e rápida, e sem considerar qualquer outro encargo ou verbas extras, essas novas contratações custarão aos cofres do Estado, que é de onde saem os recursos para o Legislativo, um total de aproximadamente R$ 6,5 milhões durante o ano (R$ 540 mil por mês). É dinheiro de gente grande, como dizem os caboclos lá na minha Jaú.

Seria muito oportuno saber a opinião dos leitores do Comunique-se sobre esse fato, já que ele, se de um lado abre mercado e favorece uma melhor comunicação do Parlamento Estadual com os meios de comunicação e, por extensão, com a sociedade, por outro mostra uma total despreocupação dos parlamentares com a austeridade nos gastos públicos, sobretudo os próprios. Não faltarão aqueles, aliás, que considerarão esta decisão uma espécie de trem da alegria da imprensa.

Fico aqui imaginando o que não se daria para fazer, em termos jornalísticos, com uma redação de 100 profissionais, ganhando esse belo salário. Muito. Que o digam as empresas que se acostumaram – e nos acostumaram – a fazer muito com pouco, tantos foram nos últimos anos os cortes efetivados nas redações de todo o País.

Vamos fazer algumas comparações?

A IstoÉ Dinheiro, após os duros reveses sofridos com a crise que quase levou à falência a Editora Três em 2007, está comemorando – e muito – a contratação de duas repórteres, que chegam à revista para reforçar a equipe nas editorias de Negócios e E-Commerce, recompondo parte das perdas sofridas ao longo do último ano. São apenas duas novas vagas, mas elas mexem com a moral da equipe, fazem ressurgir a esperança em dias melhores, criam uma nova perspectiva profissional. Enfim, voltam a animar a festa.

No lado oposto, o DCI, que novamente fechou o ano no vermelho, anunciou a demissão de duas pessoas na redação, sob a justificativa de que havia a necessidade de ajustar as contas. A opção foi por demitir alguns dos maiores salários para não sacrificar demais a já acanhada base de repórteres do jornal. Por lá, obviamente, o clima é de apreensão e de uma certa tristeza.

Se dois pra lá e dois pra cá levam veículos da euforia à tristeza, do otimismo ao pessimismo, o que dizer de uma notícia dando conta da abertura de cem novas vagas, de uma só vez, num mercado fechado, competitivo e que não consegue sequer absorver 10% dos quase 5 mil profissionais formados anualmente pelas centenas de universidades brasileiras? Uma festa. Porém uma festa sujeita a chuvas e trovoadas, sobretudo em função do descrédito cada vez maiores do Poder Legislativo perante a sociedade brasileira.

Fato consumado, o que todos esperamos é que os jornalistas, estejam eles onde estiverem, nas redações ou nas assessorias de imprensa, mais até do que a obediência aos patrões de ocasião, não esqueçam do compromisso inarredável com a ética, com a profissão, com a população e sobretudo com a verdade. Será querer muito?

Feliz 2008 a todos!

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’

 

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