Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Daniel Castro

‘O apresentador Gugu Liberato, do SBT, será o produtor do programa que a dupla sertaneja Chitãozinho & Xoxoró irá apresentar na Record. O projeto era de Marlene Mattos, que abriu mão dele por ter sido contratada como diretora artística da Band.


O programa será executado agora pela GGP Produções, de Gugu. Será um musical com entrevistas e reportagens sobre o campo. Semanal, aos sábados às 21h30, a atração já tem patrocinador e deve estrear no dia 20.


Outra novidade na grade da Record é o ‘Vida ao Vivo’, com Olga Bongiovanni, ex-Band, que deve assinar contrato hoje. Ocupará a vaga do ‘Verdade do Povo’, das 16h45 às 17h50, a partir do dia 22. Terá três convidados fixos.


‘Vida ao Vivo’ será um programa de comportamento. Serão apresentadas duas histórias reais (como, por exemplo, a da mulher que descobriu que o marido da melhor amiga tem uma amante) e um ‘assunto do dia’. Serão apresentadas dramatizações e discussões dos convidados fixos. No final, haverá um julgamento popular (via telefone, fax e e-mail). O público irá julgar, hipoteticamente, se a mulher agiu certo ou errado ao contar à amiga sobre a amante do marido, o que acabou com um casamento de 20 anos.


Por fim, a Record definiu o nome da revista eletrônica dominical que irá estrear dia 28. Será ‘Domingo Total’. Rodolpho Gamberini será um dos âncoras.


OUTRO CANAL


Cold news


O ‘Jornal do SBT’ das 6h, que Cintia Benini e Analice Nicolau agora apresentam, está sendo gravado com pelo menos seis horas de antecedência _após o ‘Programa do Ratinho’.


Raquete


A Record vai exibir em abril a Copa Davis de tênis, com a disputa entre Brasil e Paraguai pela segunda divisão do torneio entre nações. No final de semana, a emissora deu picos de 10 pontos com Gustavo Kuerten no Torneio da Costa do Sauípe (Brasil Open).


Estatueta


Ana Bárbara Xavier, a Babi, merecia o Oscar de Repórter Sem-Noção nas transmissões do Oscar, domingo pelo SBT. Ela cobriu o camarote da Brahma, onde, parece, só tinha gente da cervejaria. E chegou ao cúmulo de dizer que uma tatuagem que tem no braço, na forma de um ‘B’, poderia ser ‘B de Brahma’.


Ranking


O Oscar rendeu ao SBT média de 9 pontos, com picos de 13. Perdeu para o ‘Fantástico’ por 10 a 42 e para o ‘BBB’ por 9 a 40. Só empatou com a Globo nos últimos 20 minutos, em 6 pontos no Ibope na Grande São Paulo.


Muso


O canal ESPN Brasil mostra dia 9 um especial gravado na Itália com Kaká, sensação do Milan. Dois repórteres acompanharam Kaká por cinco dias. O programa tem até entrevista com Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália e presidente do Milan. E-mail – daniel.castro@uol.com.br’




PÂNICO

Keila Jimenez


‘RedeTV! quer mais ‘Pânico’ em cena’, copyright O Estado de S. Paulo, 2/03/04


‘O programa Pânico na TV é o novo ‘queridinho’ da programação da Rede TV!. Uma prova disso é que a direção da emissora pensa em mudar o dia e o horário de exibição da atração, para colocá-la em maior evidência.


Atualmente o Pânico vai ao ar aos domingos, às 19h30, dia um pouco ingrato para quem quer fisgar audiência por causa da forte concorrência de Faustão, Gugu e afins. Mesmo assim, a atração está entre as cinco maiores audiência da Rede TV!, alcançando média de 3 pontos de ibope. No último domingo bateu seu recorde em audiência, passando a casa do 4 pontos de média em São Paulo.


A proposta da Rede TV!, que já está sendo analisada pela turma do programa, é passar o Pânico para outro dia da semana, à noite, logo após o Superpop.


Essa vontade da rede é fruto de experiências que a emissora vem realizando com inserções de reportagens feitas pelo Pânico em sua programação.


Durante a cobertura do carnaval, por exemplo, foram as participações do Repórter Surdo e da Hora da Morte – personagens da trupe – que renderam os melhores índices de audiência à Rede TV!


Programas como o Superpop pulavam de 3 pontos de ibope para 10 pontos quando alguém do Pânico entrava em cena.


Essas inserções nas outras atrações, por sinal, são outro pedido da Rede TV!


à turma do Pânico. A direção do canal quer que eles participem de outros programas com mais freqüência.


Segundo Tutinha, proprietário da rádio Jovem Pan, que é dona do formato, a turma do Pânico ainda está pensando se aceita ou não as mudanças sugeridas pela Rede TV! Tutinha acredita que a atração ainda está ‘engatinhando’ na TV. O Pânico tem 10 anos na rádio Jovem Pan e apenas cinco meses na TV.


‘Ficamos lisonjeados com os convites da emissora para participarmos de outras atrações, mas não podemos aceitar sempre, pois esgotaremos a edição de domingo’, continua. ‘Daqui a pouco viramos o Gugu, vocês vão ver o Bola ( um dos integrantes da trupe) a tarde inteira no ar’, brinca.’




OSCAR & IMPRENSA

Ana Maria Bahiana


‘Cinema, futebol e cinzas’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 2/03/04


‘E Cidade de Deus não recebeu o Oscar. Como esperado.


Na festa/Oscar onde eu estava, vários profissionais do meio cinematográfico brasileiro brincavam que, no dia seguinte, os jornais provavelmente viriam com a manchete ‘Brasil perde o Oscar’.


Não estavam muito longe da verdade. A aura esportiva que envolve o evento (bolos, apostas, torcidas, etc) torna-se mais visível cada vez que o Brasil é indicado – aí, o ambiente febril se torna inescapavelmente parecido com o de uma Copa do Mundo.


Este ano, com as extraordinárias quatro indicações de Cidade de Deus, fora do ‘reservado’ habitual da categoria ‘filme estrangeiro’, a coisa estava parecendo uma final contra um adversário histórico ou especialmente difícil. Era um contexto no qual ficava complicado discutir os bastidores e repercussões do prêmio, suas idiossincrasias, a fina alquimia de mérito, política, esforço e oportunidade que representa ganhar ou não ganhar o tão cobiçado carequinha.


Fica fácil cair no ‘mas fulano era tão melhor!’ ou, como me perguntou um repórter esportivo (que, significativamente, me entrevistou sobre o Oscar no meio de uma domingueira futebolística radiofônica), ‘o Brasil já tentou tantas vezes, porque nunca levamos?’


Porque Oscar não é Taça Fifa, pensei mas não disse. Não há cobrança de pênaltis: tudo é tapetão. Vermelho, aliás.


Era bom que tirássemos da nossa perspectiva, também, o raciocínio implícito, senão expresso, de que indicações e eventuais prêmios representam uma validação da nossa produção cultural. Precisar de um endosso externo para justificar e dar valor e importância ao que fazemos é um exercício em auto-frustração, a perpetuação de um encruado complexo de inferioridade que tentamos banir desde a Semana de Arte Moderna. Que seja banido, pois!


Também ‘perderam o Oscar’: Seabiscuit: Alma de Herói, O último samurai, Peixe Grande, Terra dos Sonhos, Coisas Bonitas e Sujas, Anti Herói Americano e A Encantadora de Baleias – só para mencionar bons filmes com assinaturas importantes que voltaram para casa de mãos abanando. Não creio que Tim Burton, Stephen Frears, Gary Ross, Ed Zwick ou Jim Sheridan estejam neste momento cabisbaixos, se considerando perdedores…


Ganharemos o Oscar algum dia: isto é inevitável. As quatro indicações de Cidade de Deus, vindo como vieram na sequência de outros prémios e indicações para outros filmes brasileiros (alguém esqueceu que, dois anos atrás, O Invasor, de Beto Brant, ganhou o Troféu Latino Americano em Sundance, o que não é pouca coisa?) indicam com clareza que nossa produção tem volume, padrão e energia suficientes para marcar um território firme no mapa mundial de cinema. Antes de As Invasões Bárbaras, em 76 anos de Oscar o Canadá também jamais havia levado uma estatueta para casa, – e o Canadá é o país que mais produz audiovisual no mundo, depois da India e dos Estados Unidos.


Repito: ganharemos o Oscar algum dia. É bom estarmos realmente preparados, desde agora.’