O rádio foi, é e sempre será a grande comunicação pelas vantagens econômicas que oferece e pelo fato de ser presença constante da vida de todas as pessoas que todos os dias, em todos os locais, ouvem este meio de comunicação. O que precisa ser feito é aproveitar este potencial para construir cidadania, para gerar aprendizado e para criar costumes firmes no sentido de fazer com que as emissões deste meio de comunicação sejam voltadas para o povo. É preciso urgentemente que haja uma ação firme que gere um desejo de criar um rádio mais popular e que os processos de arrendamento sejam erradicados do meio rádio, mas, é claro, tem que ser dado algum incentivo para que este meio de comunicação seja viável economicamente, pois uma das alegações que justificam o tal arrendamento é a necessidade de viabilização financeira do rádio.
Hoje em dia é preciso que o rádio seja subsidiado e que o investimento em rádio passe a ser valorizado até com isenções de impostos para as empresas que deem colaborações ao desenvolvimento deste meio de comunicação. É importante também investir na segmentação do público e gerar mais pessoas no grupo adolescente que ouçam e avaliem a comunicação via rádio. O povo precisa aprender a ouvir rádio de forma crítica e ter direito a opinar sobre a comunicação que o mesmo faz diariamente, dando poder ao ouvinte para questionar algumas anomalias que hoje são cometidas, principalmente pelos radialistas que arrendam horário e passam a pensar que ao arrendar o horário podem fazer o que quiserem, o que não é bem assim.
O rádio ajuda a sociedade a crescer
Ouvir rádio é uma arte que mexe com emoções e sentimentos e muitos ouvintes querem conhecer o radialista, se aproximar dele, conversar com ele e saber como ele vive. A emoção de um ouvinte ao conhecer o radialista é muito forte. Por isso, a respeitabilidade tem de ser constante e elevada com palavras de ânimo, como expressões de boa vontade e, sobretudo, com respeito às convicções políticas e religiosas dos usuários da comunicação. O rádio deve falar uma linguagem plural e deve abranger todas as culturas e visões de mundo, não deixando de lado a opinião pessoal do radialista, mas aceitando críticas e observações dos usuários deste meio de comunicação.
Fazer rádio é uma missão emocionante. Quem faz rádio uma vez, jamais perde a vontade, pois a comunicação é sempre muito forte e envolve a todos em termos de ternura, interatividade e emoção da comunicação. O rádio, esse cidadão que chega aos noventa anos em breve, tem de ser valorizado, sim, tem de ser respeitado, sim, tem de ser mais apoiado em termos de crescimento, tanto na qualidade como no aumento de usuários, que podem e devem acompanhar os programas sempre dando sua opinião para o crescimento e para o desenvolvimento da busca constante de uma programação que fale a língua da sociedade de forma geral.
É importante que o rádio cresça para ajudar a sociedade a crescer, o que faz com que tenhamos mais comunicação para o povo falando sua língua e dando a emoção que flui em cada momento de uma emissão radiofônica. Como dissemos antes o rádio é, foi e será o rei das comunicações. Viva o rádio!
***
[Francisco Djacyr Silva de Souza é presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE]