Algumas emissoras de rádio do Ceará (por sinal, grandes emissoras) resolveram transmitir jogos de futebol do Campeonato Brasileiro utilizando as transmissões de televisão veiculadas em canais fechados ou abertos. Até aí nenhum problema, pois a televisão é um meio de comunicação instantâneo que mostra o acontecimento ao vivo e faz com que saibamos tudo o que acontece em tempo real. O grave deste acontecimento é que os locutores que transmitem tais jogos o fazem como se estivessem presentes, dizendo-se no estádio, usando, de forma enganosa, gritos e apupos de torcedores que não existem.
É preciso que sejam tomadas providências, por parte daqueles que lutam pelos direitos do consumidor, no sentido de devolver, de forma concreta, ao rádio seu verdadeiro papel, que é informar, relatar os acontecimentos e mostrar a verdade, respeitando o ouvinte e transmitindo de forma real a certeza de termos em nossos lares a verdadeira face das notícias e o verdadeiro sentido da informação.
O ouvinte fica mais uma vez á mercê de interesses que não são seus nem refletem a real necessidade de informação, pois os chefes de equipe esportiva, na ânsia de lucrar fácil, economizando a viagem de seus repórteres e locutores, não mostram ao ouvinte a verdade do que está se passando no jogo, dando uma visão falsa de uma transmissão.
É preciso que seja estabelecido um pacto de verdade, que os representantes do povo criem leis que obriguem o locutor a indicar que está apenas transmitindo o que vê pela televisão, restabelecendo o verdadeiro sentido do rádio, que está a serviço da verdade e da informação instantânea.
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Presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará