Na tarde da quarta-feira (2/3), no Senado Federal, tomou posse a nova composição do Conselho de Comunicação Social (CCS). Dois coordenadores do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Schröder e Márcio Leal, além do presidente da ABTU, Gabriel Priolli, foram eleitos nas vagas de suplentes. Eurípedes Corrêa foi eleito como titular na vaga dos radialistas. Associados do FNDC, como Daniel Herz, Berenice Mendes Bezerra e Geraldo Pereira dos Santos, foram reconduzidos para um segundo mandato.
Indicado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), o secretário das Culturas do Rio de Janeiro, Arnaldo Niskier, foi eleito presidente do órgão auxiliar do Congresso Nacional com o voto dos representantes das empresas de comunicação e de ocupantes das cadeiras da sociedade civil. A vice-presidência será ocupada pelo advogado, Luiz Flávio Borges D´Urso, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Apenas os quatros representantes da categoria dos trabalhadores em comunicação e o advogado Roberto Wagner, que se absteve, não votaram em Niskier. "O comportamento da maioria dos representantes do empresariado, e de algumas empresas, refratários a qualquer possibilidade de entendimento sobre as alternativas de candidatos, nos preocupou muito e nos deu a convicção de que Niskier era o candidato dos empresários", declarou o representante dos jornalistas no Conselho, Daniel Herz. A segunda reunião do CCS está marcada para o dia 4 de abril.
Falta de equilíbrio
Procurando seguir o critério adotado na eleição do ex-presidente José Paulo Cavalcanti Filho, os representantes da categoria dos profissionais no CCS tentaram colocar na presidência e na vice-presidência nomes de ocupantes das vagas da sociedade civil que não fossem ligados à área das comunicações.
A idéia inicial, que teve apoio da Coordenação Executiva do FNDC, era formar uma chapa em que o presidente fosse o representante da OAB e o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Orani Tempesta, o vice. Esta hipótese foi considerada por ambos até a manhã da posse.
Pouco antes da eleição, porém, os dois declinaram. Diante das alternativas existentes de candidatura à Presidência – Arnaldo Niskier e Roberto Wagner, que no mandato anterior ocupava a vaga das empresas de televisão – os representantes do Fórum decidiram pelo nome do advogado, que por diversas vezes acompanhou os votos do Fórum em questões como o caso Sky-DirecTV e a rejeição da entrada de capital estrangeiro nas empresas de TV a cabo.
Wagner havia procurado os representantes dos profissionais afirmando que iria estabelecer garantias para o funcionamento independente do órgão. Em dezembro, o FNDC divulgou nota pública lamentando a falta de equilíbrio na nova composição do Conselho de Comunicação.
Para conhecer a nova composição do CCS, clique em (http://www.senado.gov.br/web/comissoes/CCS/Composicao.pdf)