Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Entidade condena apreensão de livro

A Associação Nacional de Jornais – ANJ condena com veemência a decisão do juiz Jeová Sardinha de Morais, da 7ª Vara Criminal de Goiás, que determinou, a pedido do deputado Ronaldo Caiado, o recolhimento em todas as livrarias do país do livro Na Toca do Leões, do jornalista e escritor Fernando Morais.

Trata-se de grave violência contra o direito constitucional da liberdade de expressão. Se o deputado se considerou caluniado pelo livro, que busque na Justiça o reparo específico e cabível. Mas nada justifica a medida obscurantista, que nos remete aos piores momentos do autoritarismo, de apreensão de livros.

Tão grave quanto essa apreensão é a decisão do juiz, de que Fernando Morais e a editora do livro, a Planeta, não se pronunciem a respeito da decisão judicial, sob pena de pagarem R$ 5 mil a cada manifestação feita. É determinação inédita e absurda, que caracteriza censura prévia.

A ANJ não defende a impunidade. Mas considera a liberdade de expressão como princípio fundamental da democracia e cidadania. Dela não podemos transigir, sob nenhuma razão ou argumento. Esperamos que as instâncias superiores da Justiça reparem essa lamentável decisão.

Sobre a condenação de Kajuru

Sobre a recente condenação do radialista Jorge Kajuru pela 12ª Vara Criminal de Goiânia, a Associação Nacional de Jornais declara que:

1. Defende irrestritamente a liberdade de expressão como princípio basilar da democracia;

2. Defende que esta prerrogativa seja exercida com ética e responsabilidade;

3. Considera desnecessária uma lei específica para a imprensa, mas reconhece o Judiciário como fórum adequado para o equacionamento de litígios que envolvam delitos de injúria e difamação como no caso presente. Fernando Martins, Diretor Executivo da Associação Nacional de Jornais

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Presidente da Associação Nacional de Jornais