O governo de George W. Bush decidiu, na semana passada, bloquear os bens nos EUA de três empresas de mídia do Líbano. Companhias americanas também foram proibidas de realizar transações comerciais com elas. O governo justifica que as empresas libanesas ajudaram a arrecadar dinheiro e recrutas para a organização terrorista Hezbollah, como informa Jeannine Aversa [Associated Press, 23/3/06].
A ação aberta pelo Departamento do Tesouro americano é contra a emissora de TV al-Manar, a rádio al-Nour e a companhia a qual pertencem, o Lebanese Media Group. Segundo o Departamento, as três empresas são ‘os braços de mídia’ do Hezbollah, grupo radical libanês classificado pelos EUA como uma organização terrorista. ‘Al-Manar e al-Nour têm financiado e realizado esforços de recrutamento para o Hezbollah. Al-Manar levantou fundos através de anúncios na rede e de um sítio que pedia doações para a organização terrorista’, afirmou em declaração o Departamento, que informou também que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, teria supostamente utilizado as emissoras de rádio e TV para convidar os cidadãos libaneses a se tornarem voluntários do treinamento militar do Hezbollah.
‘Qualquer entidade mantida por um grupo terrorista – seja disfarçada como uma instituição de caridade, uma empresa ou um veículo de mídia – é tão culpada quanto o grupo terrorista’, afirmou Stuart Levey, subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira. Segundo o Departamento, a al-Manar também teria apoiado outros grupos terroristas, como a palestina Jihad e a Brigada dos Mártires de al-Aqsa, ala armada da facção Fatah. Nasrallah, junto com o conselho executivo do Hezbollah, administrava o orçamento da al-Manar e da al-Nour; membros do alto escalão da organização eram acionistas majoritários do Lebanese Media Group.