Myrna Blyth, que por muitos anos editou o Ladies’ Home Journal, resolveu bombardear seu antigo mundo. Aposentada há dois anos, Blyth, hoje com 64, acaba de lançar o livro Spin Sisters: How the Women of the Media Sell Unhappiness and Liberalism to the Women of America, espécie de crítica às mulheres que fazem a mídia, tanto na televisão como na área editorial.
O livro mistura um discurso político bombástico com um certo tom de fofoca para oferecer um retrato ácido do que Blyth chama de ‘Girls Club’, formado pelas editoras de revistas e programas femininos. Segundo ela, estas mulheres são responsáveis por uma conspiração para roubar de mulheres inteligentes sua confiança e seu bom senso.
Blyth afirma que, por trás das matérias de comportamento, essas editoras tentam despertar em mulheres saudáveis e independentes ansiedade e medo. Através de histórias sobre saúde, beleza, peso e sexo, as editoras do ‘Girls Club’ criam uma dependência em suas leitoras, que, por sua vez, compram cada vez mais as revistas.
De acordo com Peg Tyre [Newsweek, 1o/3/04], Blyth sabe de tudo isso porque foi membro do clube por décadas. ‘Eu também sou culpada’, diz ela no livro, ‘por criar mensagens negativas de vitimização e infelicidade que bombardeiam as mulheres hoje’. Mas como não se considera a única culpada, a ex-editora ataca nominalmente suas colegas.
Sem pudor, Blyth zomba das chamadas ‘Media Queens’. De Diane Sawyer e Tina Brown a Glenda Bailey e Katie Couric, nenhuma sai ilesa de suas farpas. Mas a autora reserva sua maior cólera a revistas como Good Housekeeping, Cosmopolitan e Glamour, que, segundo ela, promovem ‘hipersexualidade’ e apelam para títulos que, em vez de ajudar, assustam as mulheres.