O objetivo do governo é que 100% dos domicílios brasileiros que atualmente contam com a TV aberta tenham condições de receber as transmissões de TV digital ao final do processo de desligamento do sistema analógico, marcado para 2018. A afirmação foi feita pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, durante a solenidade de lançamento da campanha de esclarecimento da população sobre a digitalização da televisão, apesar da meta estabelecida ser de 93%. Ele não descarta a possibilidade de ampliar o prazo de implantação do sistema digital.
– A preocupação central do ministério é que nós possamos fazer esta migração até o desligamento total do sistema analógico de maneira segura, para que possamos garantir que o percentual máximo possível de pessoas tenham acesso ao sinal digital. Não seria razoável que nós tenhamos na digitalização um processo de exclusão, o processo tem que ser de inclusão – disse o ministro, informando também que a preocupação é cumprir a regra percentual que foi estabelecida.
O desafio de implantar a TV digital em pelo menos 93% dos 66 milhões de domicílios brasileiros, número estimado inicialmente pelo governo, deverá ficar abaixo dos 20 milhões de lares. Do total previsto, devem ser excluídos, segundo o diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do grupo encarregado de implantar o sistema, Rodrigo Zerbone, os lares que já contam com TV por assinatura e os que recebem o sinal de TV aberta por antena parabólica, que somam cerca de 30 milhões. Dos 36 milhões restantes, devem ser retirados os 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família, que vão receber conversores. A estimativa é que mais de 5 milhões já contem com televisores digitais.
Zerbone, explicou que o público que recebe as transmissões por antenas parabólica, via satélite, utiliza a banda C, frequência que não será afetada pela TV digital, que é uma televisão terrestre.
– O desafio é que as pessoas se preparem para isso, atingir no mínimo 93% das residências, tenham uma TV ou um conversor. Obviamente, se 50% não tiverem, não será feito o desligamento – disse Zerbone.
O grupo já começou a manter contato com a indústria e com o varejo para viabilizar uma maior produção, preços menores e descontos para os consumidores.
Para fazer o desligamento da TV analógica, será feita uma pesquisa com o mapeamento dos domicílios que já contam com televisores e receptores. A pesquisa será semelhante à Pnad, realizada pelo IBGE, disse Zerbone.
Campanha de divulgação
A campanha divulgação que começa nesta quarta-feira terá um número de inserções que vai aumentando. No início, serão três diárias, terminando com 18 divididas em manhã, tarde e noite. No final, haverá uma contagem regressiva, que começa dois meses antes do fim do prazo, informando ao telespectador quanto tempo falta para o encerramento das transmissões analógicas.
Para quem tiver uma TV analógica, vai aparecer na tela um logotipo dinâmico, explicou o diretor, que abre com um “A” depois a palavra “analógico” e em seguida fecha com o “A”. A central de atendimento já está funcionando, o número é 147, e a ligação é gratuita de telefones fixos ou celulares.
– Se ele está vendo este símbolo é porque aquela é uma transmissão analógica e ele tem que fazer alguma coisa para receber as transmissões digitais – disse.
Expansão 4G
O ministro das Comunicações também destacou que ao mesmo tempo em que se começa a etapa final da digitalização da TV digital é o momento da expansão da banda larga em 4G no país.
– Dois avanços fundamentais, a sua limpeza da faixa permite um avanço significativo da disponibilidade para a expansão da mobilidade em 4G e simultaneamente nos coloca o calendário objetivo total da digitalização total da TV digital do nosso país – disse Berzoini.
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Mônica Tavares, do Globo