A Hewlett-Packard entrou em acordo, esta semana, com quatro jornalistas envolvidos no escândalo de espionagem protagonizado pela gigante de computadores no fim de 2006. O caso teve início depois da publicação de uma matéria com informações sigilosas da HP. A companhia foi acusada de investigar os repórteres que a cobriam para descobrir pistas de quem estaria vazando dados internos à imprensa.
Na ocasião, foram contratados investigadores que se passaram por jornalistas, membros do conselho e funcionários da companhia e grampearam telefonemas e e-mails pessoais. Pelo menos 10 jornalistas de veículos como New York Times e BusinessWeek teriam sido espionados. Em outubro de 2006, a repórter Pui-Wing Tam, do Wall Street Journal, escreveu artigo contando que os agentes contratados pela HP chegaram ao ponto de vasculhar o lixo de sua casa em busca de pistas. A então presidente da companhia, Patricia Dunn, deixou o cargo após a revelação do escândalo.
O advogado Terry Gross – que representa os jornalistas John Markoff, do NYTimes, Peter Burrows, Ben Elgin e Roger Crockett, da BusinessWeek – afirmou que, pelo acordo, a HP doaria dinheiro a diversas instituições de caridade escolhidas por eles. O valor total da doação não foi especificado. ‘A questão foi resolvida de comum acordo, e estamos felizes em deixar este assunto para trás’, declarou Emma McCulloch, porta-voz da HP. As duas partes negociavam desde dezembro de 2006. A companhia ainda tem pendente ação aberta por um outro grupo de jornalistas espionados – do portal CNet e da AP – e seus familiares. Informações de Jim Finkle [Reuters, 14/2/08] e da Associated Press [14/2/08].