Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Inscrição de observadores é tumultuada

A forma como foi organizada o sistema de inscrições para os interessados em participar da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) como observadores recebeu críticas de dezenas de pessoas que tentaram se inscrever, bem como de diversas entidades que participam do processo da Confecom. O interesse foi bem maior do que o número de vagas disponíveis – apenas 130, por decisão da Comissão Organizadora Nacional. Muitas pessoas acessaram o site no dia (3) e horário anunciado (12h), mas sequer descobriram o link para o serviço. O Ministério das Comunicações (Minicom), porém, não planeja abrir mais vagas, para além das que foram disponibilizadas.

De acordo com informações do Minicom, das pessoas que conseguiram se inscrever, oito não foram validadas porque, segundo a Fundação Getúlio Vargas, organizadora do processo, os dados fornecidos por elas eram inconsistentes. Com isso, o governo vai disponibilizar essas vagas remanescentes a partir do meio-dia (12h, horário de Brasília) de segunda-feira (7). Elas poderão ser feitas no site oficial da Confecom. A lista dos 122 já inscritos está no site do ministério.

Mais transparência

Uma das reclamações dos interessados é que o período de inscrição não iniciou no horário divulgado anteriormente, ao meio-dia. Segundo registro do site especializado TeleTime, por questões técnicas, o formulário só foi liberado às 12h23. O Minicom informou que as vagas foram preenchidas em dez minutos.

Além disso, a forma como o link foi publicado na página oficial da Confecom confundiu algumas pessoas. A jornalista e pesquisadora do Laboratório de Políticas de Comunicação da UnB (LaPCom), Lara Haje, diz que o link não estava visível de forma clara. Apareceram, segundo ela, apenas umas figuras de olhos dentro de um banner na home-page, dificultando o entendimento imediato dos que navegavam no site. ‘Era quase um enigma’, relata Lara.

‘Nem consegui ver na página’, diz a jornalista Leonor Costa. Para ela, que participa da Comissão Pró-Conferência do Distrito Federal, seria importante alguma medida para aumentar as vagas de observadores, sem prejudicar os que já conseguiram se inscrever. ‘Cento e trinta é muito pouco levando em conta que várias pessoas que participaram nos estados não conseguiram se eleger delegados’, avalia. Até quem conseguiu se inscrever, caso de Lara, concorda que o processo poderia ter sido melhor e defende a abertura de novas vagas: ‘Se houver espaço para acomodar, mesmo no chão, tem que abrir.’

A participação de observadores torna o processo mais transparente. Na Confecom, serão 350. Além dos 130 ‘observadores livres’ inscritos pela internet, outros 220 serão escolhidos pelas entidades dos três segmentos (sociedade civil empresarial, não-empresarial e governo) que fazem parte da Comissão Organizadora Nacional. Entre esses, estão os observadores internacionais. Diferente dos delegados, os observadores não podem votar. Também só terão direito à voz nos grupos de trabalho.