O jornalista paquistanês Hayatullah Khan foi seqüestrado na semana passada após fotografar restos de metal do que parece ser um míssil americano, informam Zulfiqar Ali e Paul Watson, em artigo no Los Angeles Times [8/12/05]. O suposto míssil teria matado o egípcio Abu Hamza Rabia, pertencente à al-Qaeda, em 1/12. Um dia após fotografar os pedaços de metal que sobraram da explosão no vilarejo de Asoray e enviar as imagens para agências de notícias do Paquistão e internacionais, Khan expressou medo de que agências de Inteligência pudessem repreendê-lo, afirmou seu irmão.
Além do membro da al-Qaeda, outras quatro pessoas morreram no incidente, entre elas um menino de sete anos. Funcionários governamentais afirmaram que a explosão ocorreu quando materiais para a produção de bombas foram detonados acidentalmente. Já moradores do vilarejo disseram que a explosão foi causada por um míssil americano jogado de uma aeronave sem identificação. Segundo eles, os pedaços de metal contêm as palavras ‘míssil guiado’. As iniciais US (United States) também podem ser vistas nas fotografias de Khan.
As operações americanas contra terrorismo são uma questão delicada para o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, que sofre pressão de grupos radicais islâmicos e nacionalistas que acham que ele foi longe demais ao apoiar os EUA.
Khan foi seqüestrado por cinco homens armados e mascarados. Ele seguia de carro para cobrir um protesto estudantil quando foi parado e levado em outro veículo. Uma testemunha afirmou que os seqüestradores pareciam membros do Talibã, mas jornalistas locais e o irmão de Khan descartam esta possibilidade. ‘O Talibã nos assegurou que não tem nada a ver com o seqüestro’, disse ele. Representantes da agência de Inteligência militar do Paquistão, que freqüentemente é acusada de ameaçar jornalistas e deter paquistaneses sem acusações legítimas, também negaram envolvimento no desaparecimento do jornalista.