Os jornalistas curdos Adnan Hassanpour e Abdolvahed ‘Hiva’ Botimar foram condenados à morte por um tribunal revolucionário em Marivan, região curda do Irã, em 16/7. ‘Estas sentenças de morte são algo vergonhoso’, afirmou a organização Repórteres Sem Fronteiras [23/7/07]. ‘Elas mostram o quão pouco o Irã se importa com leis humanitárias internacionais. Elas também revelam como o país está determinado a usar qualquer meio possível para silenciar jornalistas e ativistas dos direitos humanos’.
Hassanpour trabalhava para a revista Asou, que foi proibida de circular em agosto de 2005 pelo Ministério da Cultura e Orientação Islâmica. Ele abordava, em seus textos, questões delicadas sobre os curdos. No julgamento, a portas fechadas, o jornalista foi condenado por ‘atividades de subversão à segurança nacional’ e por ‘espionagem’. Botimar era colaborador da Asou e membro da ONG ambiental Sabzchia, e os motivos para sua condenação não foram divulgados.
Repressão
Três outros jornalistas curdos estão presos, hoje, no Irã. Ejlal Ghavani, do semanário Payam-e Mardom-e Kurdestan, suspenso em 2004, foi preso em 9/7 depois de condenado por ‘incitar a revolta da população’ e por ‘atividades contra a segurança nacional’. Mohammad Sadegh Kabovand, editor do Payam-e Mardom-e Kurdestan e fundador de uma organização em defesa dos direitos humanos, foi preso em 1/7; não foram feitas queixas formais. Kaveh Javanmard, do semanário Karfto, cumpre sentença de dois anos e não teve acesso a um advogado durante seu julgamento – também fechado para o público e a imprensa.
O Irã tem, atualmente, oito jornalistas encarcerados. Segundo a RSF, este número faz do país a maior prisão para jornalistas no Oriente Médio e uma das dez nações mais repressoras à liberdade de expressão. O presidente Mahmoud Ahmadinejad está em um ranking da organização que lista os 34 piores ‘predadores da liberdade de imprensa’ do mundo.