Má notícia para os jornalistas do Los Angeles Times: o diário anunciou na, semana passada, que irá eliminar 150 postos em sua redação – mais de 1/6 da equipe – e deverá reduzir em 15% o número de páginas, noticia Richard Pérez-Peña [New York Times, 3/7/08]. A unidade Los Angeles Times Media Group, que inclui o jornal e outros negócios menores, planeja cortar 250 cargos no total – alguns cortes, fora da redação, já foram feitos, diz o publisher David D. Hiller. O editor Russ Stanton afirma que o restante dos cortes será feito nos próximos dois meses.
Os números são piores que os previstos anteriormente. Em fevereiro, Hiller disse que esperava cortar de 40 a 50 posições. Quando o magnata do setor imobiliário Samuel Zell assumiu o controle do Tribune, grupo proprietário do LA Times, em dezembro, afirmou que não tinha planos de cortes na redação. Porém, os lucros publicitários dos jornais do grupo caíram 15% no primeiro trimestre de 2008 e a empresa anunciou, no mês passado, que demissões estavam a caminho.
Redução drástica
Há 10 anos, a redação do LA Times tinha 1.300 funcionários; depois dos novos cortes, restarão apenas 720. ‘Como era de se esperar, o moral está muito baixo. Mas estamos tentando manter as pessoas concentradas e continuar produzindo um excelente jornal a cada dia’, afirma Stanton. Mesmo depois das demissões, a redação do diário ainda será uma das maiores dos EUA. Por décadas, o LA Times foi considerado um dos melhores jornais do país, sendo fonte de notícias nacionais e internacionais aprofundadas e artigos investigativos. Mas, depois que Zell assumiu o controle, sua equipe está empenhada em tornar os jornais da empresa mais focados em informações locais, com artigos curtos e mais infográficos.
Em uma coletiva de imprensa no início de junho, Zell e o diretor de operações do grupo, Randy Michael, anunciaram que os jornais da Tribune terão uma redução de 500 páginas por semana, o equivalente a 12%, para economizar dinheiro. A Tribune também publica o Baltimore Sun, o Orlando Sentinel, o Newsday – que concordou em vender para a Cablevision – e diversos títulos menores. O grupo também é proprietário de dezenas de emissoras de TV e tenta vender o time de baseball Chicago Cubs e seu estádio, o Wrigley Field.