O grupo francês de bens de luxo LVMH afirmou no início da semana passada que finalizou o acordo com a editora Pearson pela compra do diário financeiro Les Echos. Na sexta-feira (21/12), as autoridades francesas antitruste aprovaram o negócio, fechado em 240 milhões de euros. O acordo foi assinado na véspera de Natal.
O grupo também anunciou acordo para vender o jornal La Tribune ao empresário do setor de rádio Alain Weill. Entre as condições impostas pelas autoridades antitruste, a LVMH deve garantir que o La Tribune – que enfrenta crise financeira – possa competir efetivamente contra o Les Echos nos próximos anos. O negócio deve ser fechado em janeiro.
Jornalistas descontentes
O troca-troca de chefia nos dois jornais desagradou suas equipes [ver ‘Jornalistas franceses querem manter autonomia das redações‘]. Durante as negociações, jornalistas nos dois diários chegaram a fazer paralisações em protesto contra as vendas. Uma pessoa próxima à LVMH afirmou, na segunda-feira (24/12), que Nicolas Beytout, ex-chefe de redação do Le Figaro e ex-editor do Les Echos, havia sido nomeado presidente do conselho do diário financeiro.
No La Tribune, os jornalistas estavam ansiosos pelas conseqüências da venda para Weill – que, segundo fontes, custou simbolicamente um euro. O jornal vinha perdendo dinheiro há muitos anos, e em 2007 o LVMH teve que injetar nele 37 milhões de euros. Informações de Marcel Michelson [Reuters, 24/12/07] e Peggy Hollinger [Financial Times, 24/12/07].