Ainda que no Brasil o caso da morte da menina Isabella Nardoni tenha tomado conta do noticiário – perdendo um pouco de atenção apenas para o terremoto em São Paulo e o escândalo do jogador de futebol Ronaldo com um travesti -, a mídia internacional voltou seus olhos, na última semana, para a pequena cidade de Amstetten, na Áustria. A revelação de que um homem de 74 anos teria mantido sua filha presa no porão por 24 anos e a engravidado por sete vezes chocou o mundo.
Emissoras como CNN, BBC, MSNBC e Sky News se juntaram a centenas de veículos internacionais em Amstetten para reportar de perto o que um investigador da polícia austríaca classificou de ‘um crime incomensurável’. Josef Fritzl manteve sua filha, Elisabeth, em um porão sem ventilação por mais de duas décadas, e teve sete filhos com ela. Uma das crianças morreu, três foram criadas por ele e sua mulher, e as outras três viviam no porão. O caso foi descoberto pela polícia depois que uma das filhas de Elisabeth teve de ser internada em um hospital.
Circo
Em diversos países, a programação televisiva regular era interrompida para a exibição de imagens da cidadezinha onde ocorreu a chocante história. Muitas reportagens se concentraram nos detalhes da ‘prisão’ montada por Fritzl no porão de sua casa, que passou a ser chamada pela mídia local de ‘Casa dos Horrores’. Elisabeth, hoje com 42 anos, afirmou que seu cárcere privado teve início em 1984, quando seu pai a atraiu até o porão, a drogou e algemou.
O verdadeiro circo montado pela imprensa lembra o caso da também austríaca Natascha Kampusch, que em 2006 escapou do homem que a manteve presa por mais de oito anos. Natascha, hoje com 20 anos, afirmou em entrevista a uma rádio austríaca que pretende ajudar as vítimas de Amstetten com apoio emocional e financeiro. Informações da Reuters/Hollywood Reporter [29/4/08].