Procuradores ingleses afirmaram que não há provas suficientes para culpar ninguém pela morte do jornalista britânico Terry Lloyd, de 50 anos, no Iraque em 2003. Lloyd trabalhava para a emissora britânica ITN e acompanhava uma invasão americana no sul do país. Na época, as investigações e evidências indicavam que ele havia sido morto pelas tropas americanas.
Lloyd e mais três jornalistas foram pegos em fogo cruzado entre tropas americanas e iraquianas. Os quatro foram poucos dos jornalistas que resolveram cobrir a guerra sem se incorporar ao exército dos EUA ou do Reino Unido. O tradutor e intérprete de Lloyd também foi morto e o corpo de um câmera francês nunca foi encontrado. Apenas um colega belga sobreviveu.
Em 2006, um inquérito britânico determinou que as forças americanas ilegalmente mataram o repórter ao atirarem em sua cabeça enquanto ele deitava em uma ambulância improvisada. No dia 28/7/08, no entanto, o Serviço de Procuradoria da Coroa Britânica pronunciou que não é possível determinar quem disparou o tiro fatal.
A equipe de Lloyd viajava para a cidade de Basra quando foi atacada por iraquianos. Forçados a voltar por onde vieram, as forças americanas se enganaram achando que se tratava de um carro inimigo e abriu fogo contra a equipe. Depois disso, um mini-ônibus civil carregando Lloyd e feridos iraquianos ao hospital, foi atacado, aparentemente pelos americanos.
Análises de laboratório indicam que ele foi morto por uma bala disparada por arma americana, mas que é possível que ele foi primeiro baleado por iraquianos. ‘Foi uma investigação difícil e complexa’, afirmou Sue Hemming, chefe da divisão antiterrorista da procuradoria. ‘Todo cuidado foi tomado na formação do inquérito e na revisão das evidências.’
A ITN se disse decepcionada com a decisão e acusou as autoridades americanas de não cooperarem. O Pentágono afirmou que a investigação do caso de Lloyd foi encerrada em maio de 2003 e determinou que ‘as tropas americanas seguiram as regras’. Reportagem de Raphael G. Satter [AP, 28/7/08].