Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mulheres longe das páginas de opinião

Quais as razões para a tímida participação de vozes femininas nas páginas de opinião dos jornais americanos? Segundo artigo de Patricia Cohen no New York Times [15/3/07], uma delas certamente é o fato de poucas mulheres tentarem ser colunistas de opinião. Editores em grandes jornais dos EUA estimam que de 65% a 75% dos artigos opinativos recebidos vêm de autores homens.

Para Catherine Orenstein, ativista, escritora e ocasionalmente colaboradora de colunas de opinião, uma das soluções para esta questão é simples: convencer mais mulheres a submeter artigos. Com este objetivo, Catherine desenvolveu – com o apoio do Instituto Woodhull, grupo de ética e liderança para mulheres – um projeto de capacitação de representantes do sexo feminino em universidades, fundações e empresas. A idéia é ensiná-las a escreverem suas opiniões e fazer com que o material produzido seja publicado. ‘Eu mostro às pessoas o básico de um bom argumento e o que constitui uma boa evidência’, explica.

Seminário

Ao longo de 18 meses, centenas de mulheres e também alguns homens – embora em menor quantidade – já realizaram o seminário, que pode custar até US$ 5 mil por grupo. Catherine alega que o trabalho tem bons resultados e já recebeu cópias de artigos publicados em jornais por dezenas de suas alunas. ‘Tento passar a idéia de que as páginas de opinião são imensamente poderosas. É um dos poucos espaços abertos ao público’, justifica.

A ativista costuma perguntar às alunas em que assunto elas são especialistas, mas diz sempre encontrar respostas pessimistas ou desculpas. ‘Isto nunca acontece com os homens. As mulheres tendem a fugir de questões como ‘o que nós sabemos e porque nós sabemos’’, relata.