É importante mostrar a todos o papel do rádio – este tão combalido meio de comunicação que resiste ao tempo e tem grande importância no desenvolvimento da cidadania, da solidariedade e da amizade. O rádio tem favorecido a voz do povo que muitas vezes não tem outro instrumento para revelar seus queixumes, seus desejos, dúvidas e cobranças ao poder público.
Este meio de comunicação que vem rompendo todas as previsões de seu fim tem provado sua força quando estimula que os ouvintes tenham o direito à expressão numa plenária pública – que sai de seus transmissores e chega aos lares daqueles que o amam e veneram. O rádio jamais vai morrer pois seu poder de reação a tantas tecnologias é forte e se alicerça nos ouvintes, sejam anônimos ou conhecidos.
É preciso respeitar este meio de comunicação pois seu poder de mobilização é de grande valor e sua fortaleza é provada nos tantos anos que fez parte da nossa história, na concretização da democracia e da cidadania. O rádio é um instrumento de poder, por isso tem sido loteado para políticos e empresários de todos os setores. Na história do rádio são muitos os que deles se beneficiaram nas áreas política, econômica e cultural da sociedade.
Propósitos verdadeiros
É necessário que todos aqueles que acreditam neste meio de comunicação se engajem na luta por sua melhoria, tanto no aspecto de programação como na qualidade da emissão radiofônica. O rádio como concessão pública deve ser literalmente o exercício de democracia e fonte de interação cidadã entre todos os seus elementos: ouvintes, operadores, diretores, locutores e os que direta ou indiretamente estejam envolvidos na programação, que por sua vez precisa ser cada vez mais voltada para os interesses do povo.
É preciso uma nova ordem no mundo radiofônico, ordem esta baseada nos verdadeiros propósitos do rádio, quais sejam a concretização da cidadania, a valorização dos seres humanos, da natureza e da vida em geral.
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Presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará (Aouvir-CE)