O dia-a-dia tem mostrado que a AM não deve durar muito. É só ver nos ônibus, no metrô e nos outros meios de transporte, a quantidade de pessoas que se utiliza de equipamentos que já não têm mais AM – somente emissoras FM e dispositivos para guardar músicas, como MP3, MP4 ou mesmo o Ipod (o qual, por sua vez, não tem FM e muito menos AM). Com o excesso de contrabando, e mesmo com a vulgarização da tecnologia feita pelos chineses ao redor de todo mundo, hoje, com R$ 50,00, pode-se comprar um MP3 de 1 GB de espaço que suporta até 200 músicas.
Sem ter feito pesquisa – embora eu ache que merece uma – acredito que pelo menos 40% das pessoas que vemos no dia-a-dia estão usando esse tipo de equipamento.
Mesmo as AM têm o seu pico num determinado momento em que transmite o conteúdo igual ao de todas as emissoras. Por exemplo, futebol: todas querem transmitir ao mesmo tempo o mesmo jogo. Haveria audiência para tanto?
Quase 70% das emissoras são de cultos evangélicos.
Comprei um MP4 e fui descobrir que só da para sintonizar 30 emissoras FM. Aí, veio outra surpresa: em sua maioria, são evangélicas!
Problema da audição
Em uma sociedade que vive de informação, não é possível aceitar tal absurdo. É preciso repensar…
O nível de alienação fica claro: se um evento já aconteceu ou vai acontecer na cidade, ninguém sabe ou diz que não teve tempo de se informar. Ou se você perguntar sobre o cartão corporativo ou outro assunto qualquer, ninguém sabe de nada.
Um exemplo: e-mail para emissoras de rádio. Através de, assim como de e-mail, são sempre os mesmos. Se ouvirmos algumas emissoras de rádio, veremos que quem participa são as mesmas pessoas. Fica parecendo que o ouvinte é amigo daquele que fala no rádio. Isto não contribui para uma sociedade melhorar.
Algumas observações: no Brasil, não existe regra alguma para se poder ouvir, num aparelho desses que emitem até 120 decibéis; na França, não são permitidos equipamentos desse tipo que emitam acima de 75 decibéis.
É claro que a preocupação é com a audição do cidadão, o qual, ao ficar com problemas, vai buscar os serviços médicos do Estado… – pelos quais, por sua vez, somos nós que vamos pagar lá na frente.
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Assessor do Sindicato dos Vigilantes de São Paulo, São Paulo, SP