O rádio é um instrumento de comunicação cujo valor vai além do entretenimento e da informação. Seu papel é forte na concretização da cidadania e na participação dos ouvintes, que podem reivindicar e lutar por seus direitos nas diversas programações radiofônicas do dia-a-dia. O rádio é um instrumento de participação popular de grande importância no mundo moderno e o quesito interatividade deve ser incentivado em toda a proposta de programação dos meios de comunicação radiofônicos.
É preciso incentivar cada vez mais a participação dos ouvintes no rádio e dar guarida às suas manifestações, pois cada ouvinte tem muito a falar e a ensinar no processo de participação e na exposição de seus dilemas, reclames ou problemas do cotidiano.
O rádio, pela sua versatilidade, é um instrumento que deve ser valorizado por todos os setores da mídia e sua história deve ser sempre enaltecida, discutida e evidenciada para dar aos indivíduos a certeza de que este instrumento de comunicação tem importância, história e papel ativo na cidadania dos indivíduos. A participação nas programações de rádio deve ser estimulada, pois o quesito interatividade é, com certeza, uma das medidas mais corretas para um processo de crescimento mais ativo deste meio que faz parte da formação de nosso povo e cristalização do processo de cidadania ativa e formativa.
Ética profissional
O meio rádio tem importância vital no processo de geração de educação e pode difundir a importância do conhecimento onde outros meios não cheguem. O rádio é, e sempre será, um meio que fortalece a comunicação e dá ao povo oportunidade de participação que outros meios não fornecem nem querem fornecer. As pesquisas sobre a importância do rádio devem ser fomentadas nos cursos de formação de jornalistas para que eles sejam impelidos a participar das programações radiofônicas e possam contribuir claramente para seu crescimento.
Atualmente é provado que o público ouvinte é formado basicamente pela população adulta. Por isso é preciso segmentar a programação para atrair os jovens para o meio rádio e dar a eles oportunidade de falarem o que pensam com programas interativos e intelectualmente fortes para garantir uma formação ativa de jovens e adolescentes. Há muito a se fazer pelo rádio. No entanto, nossos ‘proprietários’ insistem em pensar somente nos números financeiros e atolam o meio rádio nos arrendamentos, nas incorporações e no processo de desvalorização em detrimento deste meio e nossos publicitários ainda não entendem a penetração do rádio nas famílias e no cotidiano de milhões de brasileiros.
Um dos elementos mais importantes para uma melhor consolidação do rádio como meio de comunicação e fortalecimento de sua importância é a urgente formação dos radialistas no quesito ética profissional, no respeito ao ouvinte e no profissionalismo forte e ativo no sentido de garantir programação de qualidade com programas que tenham início, meio e fim, ou seja, programas com seqüência lógica, ideologia verdadeira e qualidade técnica em termos de programação com vinhetas, apoio telefônico, notícias bem produzidas e produção técnica adequada aos costumes da população e à segmentação de público.
Mudança, crescimento e melhoria
O rádio pode ser um aliado vital para o processo de consolidação da cidadania e o envolvimento dos ouvintes na busca por um mundo melhor e mais justo. No entanto, deve ser eivado de oportunidades para o grito consciente da sociedade que deve participar do rádio para dizer seus problemas, emitir opiniões, dar sugestões e, sobretudo, exercer o processo de participação e conscientização em nome de uma comunicação ética, verdadeira e consciente.
O papel do rádio deve ser enaltecido e valorizado com programas que transmitam a história deste meio de comunicação ressaltando o nome de grandes comunicadores, discutindo os problemas do meio e oportunizando ao seu usuário dizer o que pensa da programação e criando situações de mudança, crescimento e melhoria em todos os sentidos.
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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE