Em uma atitude pouco usual, o presidente paquistanês Pervez Musharraf se desculpou pessoalmente por violentos incidentes policiais e deu início a um inquérito que já levou à demissão de 15 agentes da polícia. Musharraf vinha sofrendo críticas desde que suspendeu, no início do mês, o juiz Iftikhar Mohammed Chaudhry sob alegações vagas de que ele teria abusado de sua autoridade.
A decisão irritou advogados, juízes aposentados e líderes da oposição, que consideram a ação uma tentativa de retirar de circulação um juiz bastante ativo com a proximidade das eleições presidenciais e parlamentares. A suspensão de Chaudhry levou a uma crescente crise. Na sexta-feira (16/3), a polícia foi violenta com manifestantes favoráveis ao juiz que tentavam chegar à Suprema Corte, onde ele compareceria para uma audiência sobre seu caso.
Policiais uniformizados também invadiram os escritórios da emissora Geo, que transmitia os conflitos próximos ao tribunal, derrubando portas a chute e danificando equipamentos. No dia anterior, um dos programas de notícias mais populares do canal já havia sido retirado do ar, aparentemente por causa da cobertura sobre o caso Chaudhry. No sábado, ocorreram novos conflitos, em diferentes cidades paquistanesas, entre grupos de manifestantes pró-Chaudhry e policiais. Informações de Munir Ahmad [AP, 17/3/07].